LETRA “V” DICIONÁRIO CATÓLICO

LETRA “V” DICIONÁRIO CATÓLICO

 

 

 

LETRA “V” DICIONÁRIO CATÓLICO

 

 

 

V

 

 

VAGABUNDO

é aquele que não tem domicílio ou quase domicílio em parte alguma.

O Pároco próprio de vagabundo é aquele em cujo lugar este se encontra.

Quanto ao matrimônio dos vagabundos o Pároco, a não ser em caso de necessidade, não assista sem licença do Bispo do lugar (C. 91, 94, 1022).

 

 

VANGLÓRIA

é o desordenado apetite de manifestar a própria excelência, de ganhar a estima e os louvores dos homens. É filha da soberba.

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VASO DE ABLUÇÕES

é um pequenino vaso, de vidro ou de prata com água, que deve estar junto do sacrário para o sacerdote purificar os dedos, antes e depois da comunhão aos fiéis. Com esse vaso deve haver um manustérgio para enxugar os dedos.

Deve estar coberto e a água deve ser renovada com alguma frequência, deitando se no sumidouro.

 

 

VASOS SAGRADOS

são os que, consagrados pelo Bispo, só podem servir para os atos do culto divino.

1166-1204 | PARTE II – DOS OUTROS ATOS DO CULTO DIVINO

 

 

VELAS

Para os atos litúrgicos devem ser de cera de abelha, na sua máxima parte, e de cor branca, exceto nos ofícios da Semana Santa e nos Ofícios fúnebres, nos quais é usada a cera amarela. Nas Missas rezadas devem ser duas as velas acesas no altar, se o celebrante é um sacerdote de dignidade inferior ao Bispo, e não é lícito acender quatro velas (S. C. R.). Podem acender-se mais de duas velas nas Missas paroquiais e conventuais, mesmo rezadas.

Nas Missas cantadas de «Réquiem» devem acender-se ao menos quatro velas. Desde o fim do Sanctus até depois da comunhão do Sacerdote, pode-se colocar uma vela acesa sobre o altar, com o fim de avivar nos fiéis a lembrança da presença real de Jesus no altar. Quando por falta de luz não se puder ler, é lícito ter junto do altar uma terceira vela em castiçal. Para acender as velas, começa-se ao lado da Epístola pela mais próxima da cruz; o mesmo se faz do lado do Evangelho. Para apagá-las começa-se pela mais afastada da Cruz, primeiro ao lado do Evangelho e depois ao lado da Epístola.

 

 

VERBO DIVINO

é o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Assim o ensina o Evangelho; «No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus. O Verbo fez-se homem e habitou entre nós e nós vimos a sua glória, glória como Filho unigênito do Pai (Ev. S. Jo. 1,1,14). O Verbo feito homem é Jesus Cristo.

CARTA ENCÍCLICA “AD CATHOLICI SACERDOTII”

 

VERDADE

é o objeto da inteligência; é por sua natureza um bem; o maior bem da inteligência, o melhor guia da vontade. Muitos homens têm perante a verdade religiosa uma atitude desconcertante. Se ela não os incomoda ficam indiferentes; se os incomoda reagem ou opõem-lhe os erros mais evidentes e procuram fazer calar, ou mesmo suprimir, quem a ensina. Não têm outra origem as perseguições religiosas, quer gerais quer pessoais.

O Evangelista São João diz que a graça e a verdade foram trazidas por Jesus Cristo que disse: «Eu sou a verdade.

Se vós permanecerdes na minha palavra sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos livrará» (Ev. S. Jo. XIV, 6; VIII, 31).

Os homens vivem escravizados às suas paixões, que os levam por caminhos errados, porque não aceitam a verdade ensinada pela Religião de Jesus Cristo.

A verdade de Jesus eleva os homens e os povos; os que depois caem são os que a desprezam, pois é sempre verdade que só Jesus Cristo é a Luz do mundo e o Sal da Terra.

 

 

VÉSPERAS

é o nome da quinta Hora do Ofício divino, que corresponde às seis horas da tarde, segundo o modo de contar dos antigos.

 

 

VESTES LITÚRGICAS

são as que, benzidas pelo Bispo ou pelo Sacerdote, só podem ser usadas nos atos do culto divino.

 

 

VESTIDOS

Excluam-se as mulheres da recepção dos Sacramentos se não se apresentarem modestamente vestidas. Não se admitam como madrinhas quer no Batismo quer na Confirmação, ou como testemunhas no matrimônio; sejam até repelidas da igreja, se isso se pode fazer sem escândalo (C. P.).

 

 

VÉU DO CÁLICE

é um pano de seda que serve para cobrir o cálice e que deve cobri-lo inteiramente pelo lado da frente, quando o Sacerdote leva-o para o altar.

 

 

VÉU DE OMBROS

é um pano de seda branca que o Sacerdote põe sobre os ombros, quando dá a bênção do Santíssimo Sacramento e que o Subdiácono põe também sobre os ombros, nas Missas cantadas desde o ofertório até ao fim do Pater Noster. Nunca se pode dar a bênção sem o véu de ombros, o qual deve ser sempre de cor branca, ainda que os paramentos sejam de cor diferente (S. C. R.).

 

 

VIA SACRA

é uma devoção que tem por objeto a contemplação dos sofrimentos, cruz e morte de Jesus Cristo. Costuma ser ereta nas igrejas e capelas em que é permitido dizer Missa. Só pode ser ereta por Sacerdote que tenha recebido essa faculdade da Santa Sé ou do Geral dos Franciscanos e a faculdade está sujeita a uma autorização do Bispo do lugar, dada por escrito para cada ereção.

É essencial que haja 14 cruzes de madeira benzidas no lugar em que se faz a ereção, antes ou depois de estarem afixadas na parede; devem estar afixadas a alguma distância umas das outras. As cruzes podem ser afixadas na parede por qualquer pessoa, antes ou depois da bênção. Não é necessário colocar quadros ou pinturas relativas à Paixão e Morte de Jesus. Se todas as cruzes, ou ao menos metade delas, tiverem sido tiradas e substituídas, é preciso fazer nova ereção canônica; se menos de metade, não é necessária nova ereção.

Faz-se a Via Sacra: visitando as 14 cruzes (estações), uma após outra, sem grande interrupção, e meditando em cada estação, ainda que por pouco tempo, sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. São estas as condições necessárias para poder lucrar as Indulgências que se ganhariam visitando pessoalmente as Estações da Via Sacra em Jerusalém, as quais Indulgências são todas aplicáveis pelas almas do Purgatório.

Na Via Sacra, feita em oratórios ou capelas domésticas, somente podem lucrar Indulgências os seus proprietários, os seus parentes e seus criados, que morarem nessa casa. Os doentes e as pessoas que se encontram numa real impossibilidade, mesmo moral, de ir à Igreja fazer a Via Sacra, podem lucrar as mesmas Indulgências, com a condição de terem na mão um crucifixo (não uma cruz somente), benzido expressamente para esse efeito por quem para isso tenha faculdade, e de recitarem com piedade e contrição 20 vezes o Pater Noster, Ave Maria e Gloria Patri; 14 vezes para recordar as 14 Estações, 5 em honra das cinco chagas de Jesus Cristo e a última pelo Sumo Pontífice.

Quando muitas pessoas, legitimamente impedidas de visitar as Estações, recitam em comum os Pater Noster, as Ave Maria e os Gloria Patri, basta que uma só, de entre elas, tenha na mão um crucifixo devidamente benzido.

 

 

VIÁTICO

é a comunhão aos enfermos em perigo de morte. Em perigo de morte, seja qual for a causa, os fiéis são obrigados a receber a Sagrada Comunhão e não é necessário que o perigo seja certo; basta que seja provável. O Viático pode e deve ser dado às crianças perigosamente enfermas, que tenham chegado ao uso da razão. Para isso basta que saibam distinguir do alimento comum o Corpo de Cristo e adorál-O com reverência (C. 854).

Ainda que o fiel tenha recebido a comunhão por devoção no mesmo dia, dando-se o perigo de morte, deve ser muito exortado a que comungue outra vez por Viático e, perdurando o mesmo perigo, é lícito e convém recebê-lo mais vezes, em dias distintos, segundo o prudente conselho do confessor (C. 864).

 

 

VÍCIO

é a tendência habitual para o mal. Os vícios podem ser tantos como o número dos deveres, porque a falta do cumprimento do dever é um mal. Um ato mau isolado é uma falta; a repetição habitual desse ato constitui o vício, que é coisa detestável e difícil de curar.

 

 

VIDA

Nascemos sem querer; morremos sem querer; vivemos ainda que não queiramos; a vida não é nossa. É Deus quem nos dá a vida, no-la conserva e nola tira. O fim da nossa vida sobre a terra só em Deus se encontra. Vivemos para Deus. É o que nos ensina o Apóstolo São Paulo, dizendo: «nenhum de nós vive para si, e nenhum para si morre. Mas, se vivemos, para o Senhor vivemos; e se morremos, para o Senhor morremos. Logo, ou vivamos ou morramos, do Senhor somos» (Ep. Rom. XIV, 7, 8).

 

 

VIDA CRISTÃ

O que deve ser a vida cristã diz-nos o Apóstolo São Paulo, em palavras que merecem a nossa maior atenção. «Não sabeis que sois templo de Deus e que o espírito de Deus habita em vós? (Ep. I Cor. III, 16).

Andai segundo o espírito (de Deus) e não satisfareis os desejos da carne, porque a carne tem desejos contrários ao espírito (Ep. Galat. V, 16). Rogo-vos que andeis como convém à vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns aos outros em caridade, solícitos em conservar a unidade do espírito que é o vínculo da paz, sendo um só corpo e um só espírito, como fostes chamados numa só esperança da vossa vocação» (Ep. Efes. IV, 1, 4). E o Apóstolo São Pedro escreveu: «Vós, pois, aplicando todo o cuidado, ajuntai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor de vossos irmãos e ao amor de vossos irmãos a caridade» (ou o amor de Deus) (Ep. II, São Pedro I, 5, 6, 7).

Admirável programa de vida cristã! Se os cristãos o seguissem, se quisessem respeitar a sua dignidade de cristãos, faziam uma vida tão perfeita que os distinguiria muito sensivelmente dos que não o são e edificá-los-iam até ao ponto de glorificarem a Deus e de se converterem.

 

 

VIDA ETERNA

é a felicidade do homem, é a sua aspiração suprema. Só a pode realizar depois da vida terrena, vendo Deus, amando-O, gozando-O eternamente. Para consegui-la é necessário crer e praticar o que Jesus Cristo ensinou. Assim o disse Ele: «Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna» (Ev. S. Jo. V, 21). Se queres entrar na vida eterna guarda os mandamentos» (Ev. S. Mat. XIX, 17).

 

 

VIDA RELIGIOSA

é um gênero de vida fundada sobre o Evangelho e aprovada pela Igreja, que tem por fim procurar a perfeição da vida cristã, pela prática dos três votos — pobreza, obediência, castidade — segundo Regras determinadas. Os três votos de Religião são os meios mais próprios para conseguir a perfeição, porque se opõem diretamente aos três grandes obstáculos da santidade. Pelo voto de pobreza afasta-se a cobiça das riquezas; pelo voto de obediência afasta-se o amor desordenado da vontade própria; pelo voto de castidade afasta-se o amor dos prazeres sensuais.

 

 

VIDA SOBRENATURAL

é a vida do cristão habitualmente na graça de Deus, procedendo sempre de harmonia com as virtudes teologais — Fé, Esperança, Caridade — e com as virtudes morais — Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança.

 

 

VIGÁRIO GERAL

é o eclesiástico que o Bispo escolhe para seu principal auxiliar no governo da Diocese. Confere-lhe por isso participação do Poder ordinário episcopal, mas não o Poder da Ordem se o Vigário não é Bispo. Os  Poderes do Vigário cessam com a morte do Bispo.

 

 

VIGÁRIO CAPITULAR

é o eclesiástico que o Cabido elege para substituir o Bispo defunto, na administração da Diocese vaga. Deve ser eleito dentro de oito dias, após a morte do Bispo; os seus Poderes cessam com a posse do novo Bispo. Em alguns casos é o Papa quem nomeia o Vigário Capitular.

 

 

VIGÁRIOS PAROQUIAIS

São:

a) Vigários substitutos, os que substituem o Pároco na sua ausência (entre nós chamam-se Encarregados).

b) Vigários ecônomos, são entre nós chamados Encomendados,

c) Vigários Coadjutores, são também chamados Encomendados,

d) Vigários cooperadores, são os chamados Coadjutores.

 

 

VIGÍLIAS

Chamam-se assim às vésperas das grandes festas da Igreja — Natal, Páscoa, Pentecostes, Assunção, Todos os Santos. A Igreja prescreve o jejum e a abstinência nesses dias, com o fim de os fiéis se prepararem, pela mortificação dos sentidos, para a celebração mais piedosa e mais espiritual, dessas grandes solenidades.

 

 

VÍNCULO MATRIMONIAL

é um impedimento dirimente, que consiste em os cônjuges estarem ligados por Matrimônio não legitimamente dissolvido. (C 1069).

 

 

VINGANÇA

é um sentimento de revolta, que por vezes se traduz em ato contra aquele que nos ofende. Não é um sentimento cristão. O Apóstolo São Paulo escreveu: «Não torneis a ninguém mal por mal, procurando fazer bem a todos, não só diante de Deus, mas também diante dos homens.

Não vos vingueis a vós mesmos. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede dá-lhe de beber. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem» (Ep. Rom. XII. 17 e segs.). Fazer mal porque nos fazem mal nada remedeia, não alivia o mal que nos fazem.

 

 

VINHO PARA A MISSA

deve ser feito de uvas maduras e não substancialmente corrompido, ou azedo, nem com mistura de água ou de qualquer outra substância que o faça perder a sua qualidade de vinho. Pode receber uma adição de álcool, extraído do vinho, até chegar a 17 ou 18 graus, contanto que a mistura se faça quando o mosto começa a ferver. Muito convém que o vinho para a Missa seja preparado em casa dos Sacerdotes, ou por pessoas recomendáveis pela sua virtude e piedade.

 

 

VIRGINDADE

é a perfeita castidade, ou a abstenção de toda a deleitação venérea. Exclui todo o ato externo e todo o consentimento interno nos atos da imaginação. Escreve o Apóstolo São Paulo: «Quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou conselho, como quem do Senhor alcançou misericórdia para ser fiel (ministro seu). O que está sem mulher está cauteloso das coisas que são do Senhor, de como há de agradar a Deus.

Ao contrário, o que está com mulher, está cauteloso das coisas que são do mundo, de como há de dar gosto a sua mulher e (assim) está dividido.

E a mulher solteira e a virgem cuida das coisas que são do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito. Mas a que é casada cuida das coisas que são do mundo, de como agradará ao marido» (Ep. I. Cor. VII 25. 32, 34).

A virgindade não é preceituada por Deus, mas, se alguém toma a resolução de ficar solteiro, não reparta os seus cuidados pelas coisas que são do mundo; aplique-se às coisas que diretamente são para louvar a Deus. Nem por isso será menos útil à família e à sociedade, porque sobre elas atrairá as bênçãos de Deus edificando-as com os exemplos da sua virtude e de vida santa.

 

 

VIRTUDE

é uma disposição estável das faculdades da nossa alma, inclinando-nos a fazer o bem. Há virtudes naturais ou adquiridas, as quais provêem de repetições de atos bons e dispõem as nossas faculdades a novos atos moralmente bons.

Há virtudes sobrenaturais ou infusas, as quais são infundidas por Deus em nós, ao mesmo tempo que a graça santificante e nos dão o poder de fazer atos sobrenaturais. Há virtudes teologais, as quais têm por objeto imediato Deus, e são: fé, esperança, caridade.

Há virtudes morais, as quais têm por objeto os bens criados e podem reduzir-se às quatro virtudes cardeais de — prudência, justiça, fortaleza, temperança.

As virtudes morais podem ser adquiridas ou infusas e há entre elas relações tão estreitas que, quando falta uma, as outras só existem em estado imperfeito.

O homem, sem as virtudes infusas ou em pecado mortal, pode conservar as virtudes adquiridas ou de ordem natural; por isso, mesmo vivendo em pecado mortal, pode praticar virtudes que o façam naturalmente honesto — honesto para o mundo mas não para Deus.

 

 

VISÃO BEATÍFICA

é a clara e intuitiva, mas não compreensiva, visão de Deus face a face.

 

 

VISITA AD SACRA LÍMINA

é a visita que o Bispo de cada Diocese tem obrigação de fazer periodicamente ao Papa, com o fim de informá-lo do estado da sua Diocese, no que diz respeito à disciplina eclesiástica, à vida religiosa do povo cristão e às relações da Igreja com o Estado. Por este meio o Papa assegura a unidade da Igreja na diversidade dos povos.

 

 

VOCAÇÃO

é a escolha que Deus faz de cada um de nós para contribuirmos, no estado em que nos quer, para Sua glória, para assegurarmos a nossa felicidade eterna e para ajudarmos à salvação do próximo. Há três espécies de vocação: ao estado matrimonial, que é o mais comum; ao estado religioso e sacerdotal; ao estado celibatário.

São meios de conhecer a vocação:

a) ter desejos e sentir atrativos para um determinado estado de vida (o que nem sempre constitui sinal certo de vocação);

b) pedir conselho ao Diretor espiritual;

c) fazer oração nesse sentido;

d) estudar as obrigações do Estado que se deseja e se há as aptidões que esse Estado exige;

e) consultar a família.

 

 

VOCAÇÃO AO ESTADO SACERDOTAL

é um ato da Providência sobrenatural, elegendo Deus alguns fiéis para o Sacerdócio e concedendo-lhes os dotes precisos para exercerem dignamente o seu sagrado Ofício. O Apóstolo São Paulo ensina que: «ninguém se intrometa no Ministério Sacerdotal, se antes não foi chamado por Deus, como Aarão, para Sacerdote da Lei antiga». (Ep. Hebr. V, 4). São meios ordinários de vocação: idoneidade para exercer os sagrados Ministérios; impulso sobrenatural, inclinando ao Estado eclesiástico; eleição feita pelos Superiores eclesiásticos.

 

 

VOTO

é uma promessa deliberada e livre, feita a Deus, de um bem possível e melhor. Nem todas as promessas que fazemos a Deus têm a natureza de voto. Se não temos intenção de nos obrigar a fazer o que prometemos, emitimos apenas um propósito de fazer alguma coisa em honra de Deus, mas não foi um voto o que fizemos.

Há várias espécies de voto:

a) público ou privado, conforme é ou não é aceite em nome da Igreja pelo legítimo Superior eclesiástico;

b) solene ou simples, conforme é considerado pela Igreja;

c) reservado, quando só a Sé Apostólica o pode dispensar;

d) pessoal, quando o que se promete é uma ação do vovente (o jejum);

e) real, quando se promete alguma coisa (a esmola);

f) misto, quando o que se promete é ao mesmo tempo uma coisa e uma ação do vovente;

g) temporário, perpétuo, condicional. O voto deve ser cumprido como se promete e sem demora.

A Sagrada Escritura ensina: «Quando fizeres voto ao Senhor, não demores em cumpri-lo, porque o Senhor, teu Deus, o exigirá, e, se tardares, a demora te será imputada como pecado (Deut. XXIII, 21).

Se o voto é condicional, só obriga depois de satisfeita a condição; se é pessoal, só obriga aquele que o fez; se é real e não foi cumprido em vida do vovente, a obrigação passa para os seus herdeiros, não obrigando mais do que a herança permite. Por vários motivos a obrigação do voto pode cessar. Entre os motivos está a dispensa dada em nome de Deus pela autoridade eclesiástica.

O Papa pode dispensar de todos os votos.

O Bispo pode dispensar dos votos não reservados ao Papa, que são: o voto privado de perfeita e perpétua castidade e o voto de entrar em Ordem religiosa de votos solenes, quando feito de modo absoluto e depois de completos 18 anos de idade. Os Confessores dos fiéis que tomam o Sumário Geral dos Indultos Pontifícios concedidos a Portugal, durante o ano da sua validade, podem comutar-lhes noutra obra pia todos os votos privados, exceto os reservados ao Papa, e os feitos em favor de terceiro e por este aceitos, mediante uma esmola entregue ao Executor Apostólico.

O voto solene de castidade, feito em Ordem Religiosa e o voto simples a que se refere o Cânon 1073 são impedimentos dirimentes do Matrimônio.

Os votos simples de castidade, mesmo em Congregação Religiosa onde se fazem somente votos simples, o de virgindade e o de receber Ordens Sacras, são impedimentos impedientes do Matrimônio (C. 1058).

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO – 607-709 | PARTE III – SEÇÃO I – TÍTULO II – DOS INSTITUTOS RELIGIOSOS

 

 

VULGATA

Chama se Vulgata à tradução latina da Bíblia, na sua maior parte obra de São Jerônimo, declarada autêntica pelo Concílio de Trento. (Decreto sobre a edição e uso dos Livros Sagrados, ses. IV).

Na composição da Vulgata entraram elementos de três origens diferentes: Alguns provieram de antigas versões latinas que não foram revistas por São Jerônimo, são estes os elementos deuterocanônicos do Antigo Testamento com exceção dos livros de Tobias e Judite.

Outros faziam parte de versões anteriormente revistas pelo Santo Doutor; tais são os livros do Novo Testamento e o Saltério chamado galicano. E, finalmente, também fazem parte da Vulgata versões feitas por São Jerônimo diretamente sobre o texto original (hebreu e caldeu); são deste grupo os livros protocanônicos do Antigo Testamento exceto o Saltério, os livros de Tobias e Judite e as partes deuterocanônicas de Daniel e de Ester.