Não ficará pedra sobre pedra. Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,5-11 – Homilia diária — Liturgia católica — 3ª-feira, 26/11/24
Homilia
O Evangelho de hoje nos apresenta palavras de Jesus que podem, à primeira vista, nos encher de temor. Ele fala da destruição do Templo, um símbolo de segurança e beleza para o povo de Israel. Ele descreve guerras, terremotos, fomes e sinais assustadores. Contudo, o objetivo de Jesus não é nos amedrontar, mas nos preparar para enfrentar o que está por vir com confiança e fé. Este Evangelho é um chamado à vigilância e à serenidade no Senhor.
“Não ficará pedra sobre pedra”
A cena começa com as pessoas admirando o Templo, um símbolo de grandeza e estabilidade. Era natural que o povo enxergasse ali um sinal de segurança, algo que parecia eterno. Mas Jesus desmonta essa ilusão: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.”
Essa declaração nos lembra de algo essencial: tudo neste mundo é passageiro. As coisas que consideramos sólidas, belas e permanentes — sejam construções, bens materiais ou mesmo as estruturas de nossa vida — estão destinadas a desaparecer. Jesus nos convida a não colocar nossa confiança no que é transitório, mas a construir nossa vida sobre o que é eterno: a Palavra de Deus e o Reino que Ele nos oferece.
“Cuidado para não serdes enganados”
Jesus continua alertando os discípulos contra os falsos sinais e os falsos messias. Ele diz: “Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’… Não sigais essa gente!” Isso é um aviso atual para nós. Vivemos em tempos de desinformação, de promessas vazias, de líderes e ideologias que se apresentam como salvadores, mas que nos afastam do verdadeiro caminho.
A vigilância que Jesus nos pede não é uma ansiedade paralisante, mas uma atenção firme e tranquila. Devemos estar ancorados na verdade do Evangelho, para não sermos levados por ventos de doutrinas ou alarmismos que nos afastam do foco: confiar em Deus e viver o amor.
“Não fiqueis apavorados”
Este é o ponto central da mensagem de Jesus: não ter medo. Ele nos fala de guerras, terremotos, pestes e sinais no céu, mas também nos diz que isso não será o fim. Essas coisas são parte do curso da história, não o desfecho final. O medo é um dos instrumentos mais eficazes do inimigo para nos afastar da confiança em Deus. Jesus, no entanto, nos lembra que mesmo em meio às tribulações, Deus está no controle.
Nosso desafio é viver com serenidade em tempos de incerteza. Não se trata de ignorar as dificuldades ou de minimizar os sofrimentos, mas de manter nossa confiança em um Deus que nunca abandona os Seus filhos.
Um convite à esperança e à preparação
Embora as palavras de Jesus pareçam falar do fim do mundo, elas são, na verdade, um convite à esperança. Ele não quer que fiquemos obcecados com “quando” ou “como” as coisas vão acontecer. Ele quer que vivamos preparados, com o coração voltado para o que realmente importa: amar a Deus e ao próximo.
O verdadeiro sinal que Jesus espera de nós não está no céu, mas no nosso coração. Estamos vivendo como discípulos fiéis? Estamos construindo nossa vida sobre o alicerce da fé? Esses são os sinais que realmente contam.
Conclusão: confiar em Deus em meio às tempestades
Meus irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje nos desafia a viver com os olhos fixos na eternidade, mas com os pés firmes no presente. As tribulações e os desafios virão, mas nossa confiança deve estar em Deus, que é eterno e imutável. Não temamos os terremotos da vida, nem as tempestades que nos cercam. Lembremo-nos das palavras de Jesus: “Não fiqueis apavorados.”
Que possamos viver com coragem, confiando no Deus que é nossa rocha, nosso refúgio e nossa salvação. E que, em meio às incertezas deste mundo, sejamos sinais vivos da esperança que vem de Cristo. Amém!