Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. Homilia diária — Liturgia católica — 2ª-feira, 25/11/24
Homilia
O Evangelho de hoje nos apresenta uma cena simples, mas profundamente reveladora. Jesus, sentado no templo, observa o que ninguém parece notar: o gesto discreto de uma viúva pobre que deposita duas pequenas moedas no tesouro. Um ato que parece insignificante aos olhos humanos, mas que, para Jesus, carrega um significado extraordinário.
Reflitamos juntos sobre esta mensagem que nos desafia a reavaliar o que significa generosidade, sacrifício e confiança em Deus.
Uma oferta invisível para o mundo, mas grandiosa para Deus
O contraste não poderia ser mais claro. Jesus vê pessoas ricas depositando grandes somas no tesouro, ostentando sua generosidade. Essas ofertas chamam a atenção de todos, menos de Jesus. O que chama Sua atenção é o gesto da viúva, que deposita tudo o que tem — duas moedas quase sem valor.
Esse contraste nos ensina algo profundo: Deus não olha para a quantidade, mas para o coração. O que impressiona o mundo não é necessariamente o que agrada a Deus. A oferta da viúva era invisível para os outros, mas para Jesus, ela foi a maior oferta de todas. Por quê? Porque não era apenas um gesto externo, mas uma entrega total de confiança e amor.
Dar do que sobra ou dar do que falta?
Jesus explica: “Todos eles depositaram aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver.” Isso nos desafia a refletir sobre o que estamos oferecendo a Deus. Estamos dando o que nos sobra — tempo, talentos, recursos — ou estamos entregando aquilo que realmente nos custa?
A generosidade verdadeira não é medida pela quantidade, mas pelo sacrifício e pelo amor que a motiva. A viúva nos ensina que dar a Deus não é uma questão de conveniência, mas de fé. Ela não deu o que era confortável; ela deu tudo. Foi uma entrega que dizia: “Senhor, eu confio em Ti mais do que no pouco que tenho.”
A fé da viúva: confiar em Deus acima de tudo
A viúva não sabia que Jesus estava observando. Ela não buscava reconhecimento ou aplausos. Seu gesto era entre ela e Deus, e isso o torna ainda mais belo. Ela deu tudo porque confiava que Deus cuidaria dela.
Essa fé é um convite para nós. Muitas vezes, nos apegamos ao pouco que temos — seja nosso tempo, nossos bens ou nosso conforto — porque temos medo de ficar sem nada. Mas a viúva nos lembra que Deus é fiel. Ele não nos abandona quando colocamos nossa confiança n’Ele.
O chamado à generosidade verdadeira
Esse Evangelho não é apenas uma história bonita; é um chamado à ação. Jesus nos desafia a olhar para a viúva e aprender dela. Como estamos vivendo a nossa generosidade? Estamos dando a Deus apenas o que é conveniente, ou estamos dispostos a fazer sacrifícios? Estamos confiando em Deus o suficiente para oferecer o que temos de melhor?
A generosidade verdadeira não se limita ao dinheiro. É uma entrega de vida: nosso tempo, nosso amor, nosso perdão, nossa dedicação ao próximo. É colocar Deus no centro e dar de nós mesmos, não porque sobra, mas porque queremos viver para Ele.
Conclusão: o coração que dá tudo
Meus irmãos e irmãs, o gesto da viúva nos ensina que, diante de Deus, não importa o tamanho da oferta, mas a intenção do coração. Ela deu tudo porque confiava totalmente no amor do Senhor. Que possamos aprender com ela a sermos generosos, não só com nossos bens, mas com nossa vida inteira.
Deus não precisa de grandes somas ou gestos grandiosos; Ele quer um coração que confie n’Ele e que se entregue por amor. Assim como Jesus exaltou a oferta da viúva, Ele também reconhece cada ato simples e sincero de amor que fazemos.
Que possamos viver como essa viúva: confiando, entregando, amando. E assim, nossa vida inteira será uma oferta agradável a Deus. Amém!