Que possamos, como ele, dizer: “Senhor, eu não sou digno, mas dizei uma só palavra.” – Homilia diária — Liturgia católica — 2ª-feira, 02/12/24
Homilia diária — Liturgia católica — 2ª-feira, 02/12/24
O Evangelho de hoje nos apresenta uma das passagens mais belas e profundas sobre a fé. Um oficial romano, um homem de grande autoridade, se aproxima de Jesus para interceder por seu empregado, que estava sofrendo com uma paralisia. Esse breve encontro é uma lição de humildade, confiança e, sobretudo, fé.
“Senhor, eu não sou digno”
O oficial romano começa reconhecendo sua indignidade diante de Jesus: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa.” Aqui está um homem que tinha autoridade, respeito e poder. Contudo, ele se coloca diante de Jesus com humildade, reconhecendo sua pequenez perante o Senhor.
Essa humildade é o primeiro passo para uma fé verdadeira. Muitas vezes, em nossa vida, somos tentados a confiar demais em nossas próprias forças, em nossos recursos ou em nossa posição. Mas o oficial romano nos ensina que a verdadeira grandeza está em reconhecer que dependemos totalmente de Deus.
“Dize uma só palavra”
A frase do oficial romano ressoa em nossos corações até hoje, pois a repetimos em cada celebração da Eucaristia: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo.”
Essa declaração é uma expressão extraordinária de fé. O oficial não precisa que Jesus vá até sua casa. Ele confia plenamente no poder da palavra de Jesus. Ele acredita que uma simples ordem do Senhor é suficiente para curar seu empregado.
Essa confiança nos desafia. Quantas vezes, diante das dificuldades, exigimos sinais, garantias ou respostas imediatas? O oficial romano nos ensina a confiar no poder da palavra de Deus, mesmo sem ver ou entender o que está acontecendo.
A admiração de Jesus
O Evangelho nos diz que Jesus ficou admirado com a fé daquele homem e declarou: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé.” Isso é notável. Aqui está um pagão, um estrangeiro, alguém que não fazia parte do povo escolhido, mas que compreendeu quem Jesus era de maneira mais profunda do que muitos ao seu redor.
Essa admiração de Jesus é um convite para refletirmos sobre nossa própria fé. Será que confiamos plenamente em Deus? Ou nos deixamos levar pelas dúvidas, pelo medo e pela ansiedade? A fé verdadeira é aquela que reconhece o poder e a bondade de Deus, mesmo diante das incertezas.
“Muitos virão do Oriente e do Ocidente”
Jesus conclui com uma mensagem que quebra todas as barreiras: “Muitos virão do Oriente e do Ocidente e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó.” Ele aponta para a universalidade do Reino de Deus. Não importa a origem, a cultura ou a posição social, todos são chamados a participar do banquete do Reino.
Essa mensagem nos desafia a abrir nossos corações. Muitas vezes, somos rápidos em julgar ou excluir, achando que o Reino de Deus é apenas para aqueles que se encaixam em nossos padrões. Mas Jesus nos lembra que o amor de Deus é para todos, e a porta do Reino está aberta para aqueles que têm fé.
Conclusão: uma fé que transforma
Meus irmãos e irmãs, o oficial romano nos ensina que a fé não é questão de palavras, mas de confiança. Ele acreditou no poder de Jesus, reconheceu Sua autoridade e se entregou com humildade. Esse é o caminho que também somos chamados a trilhar.
Que possamos, como ele, dizer: “Senhor, eu não sou digno, mas dizei uma só palavra.” E que, com essa fé, possamos experimentar o poder transformador de Deus em nossas vidas, sabendo que Sua palavra é suficiente para nos curar, nos guiar e nos salvar. Amém!