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Estamos buscando ser os primeiros aos olhos do mundo ou os últimos aos olhos de Deus? Homilia diária da liturgia católica — 3ª-feira, 25/02/25
Homilia — 3ª-feira, 25/02/25
O Evangelho de hoje nos leva a uma jornada silenciosa de Jesus com seus discípulos atravessando a Galileia. Diferente de outras ocasiões, Ele não queria que as multidões soubessem de sua presença, pois sua missão naquele momento era ensinar, preparar os seus para o grande mistério da cruz e da ressurreição.
Jesus lhes diz claramente: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. No entanto, os discípulos não compreendem. E o mais intrigante: têm medo de perguntar. Aqui, vemos a fragilidade humana diante do mistério divino. Quantas vezes também nós não entendemos os caminhos de Deus, mas tememos questioná-Lo?
Ao chegarem a Cafarnaum, Jesus lhes faz uma pergunta que cala fundo: “O que discutíeis pelo caminho?”. O silêncio dos discípulos revela sua vergonha. Haviam discutido quem entre eles era o maior. Como é fácil para o ser humano buscar grandeza, poder e reconhecimento! Mas Jesus lhes oferece uma lição completamente diferente: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”. Aqui, Cristo redefine o conceito de grandeza. Não se trata de estar acima dos outros, mas de abaixar-se para servi-los.
E para ilustrar sua mensagem, Jesus faz algo inesperado. Pega uma criança, coloca-a no meio deles e a abraça. No mundo antigo, a criança não tinha status, não representava poder ou importância social. Mas Jesus a acolhe e ensina: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas aquele que me enviou”.
Essa passagem nos ensina que o Reino de Deus não se constrói com disputas por posições ou reconhecimentos. Ele se constrói com humildade, com acolhimento e com o coração disposto a servir. Jesus nos chama a abandonar a busca pela grandeza terrena e abraçar a simplicidade de uma fé verdadeira, como a de uma criança.
Hoje, nos perguntemos: estamos buscando ser os primeiros aos olhos do mundo ou os últimos aos olhos de Deus? Temos acolhido os pequenos, os humildes, aqueles que não podem nos retribuir?
Sigamos o exemplo de Cristo: sirvamos com amor, sejamos pequenos para que Deus seja grande em nós. Amém.