Santiago Matamoros – “Santiago y cierra España” foi o grito de guerra dos exércitos de Hispânia.
Santiago Matamoros – “Santiago y cierra España” foi o grito de guerra dos exércitos de Hispânia.
O Apóstolo São Tiago Maior, cuja festa a Igreja hoje celebra, foi o primeiro dos Doze a levar até o fim aquilo que é a essência da vocação sacerdotal: ser, à semelhança de Cristo, vítima de amor, holocausto de caridade.
Segundo uma antiga devoção, São Tiago tentou evangelizar a Península Ibérica, retornando após o fracasso dessa missão para Jerusalém, onde foi martirizado. A tradição afirma que por esse motivo o corpo do apóstolo foi transportado para a Galiza e sepultado em Compostela, onde os restos mortais permanecem até os nossos dias na Catedral de Santiago de Compostela, atraindo inúmeros peregrinos para fazer o famoso Caminho de São Tiago.
Um relato mítico, também, cumpriu um papel fundamental para a escolha do apóstolo como o protetor dos reinos de Galiza, de Leão, de Castela, de Aragão e de Portugal: trata-se da lenda de Santiago Matamoros.
Desde os primórdios a fé islâmica propagada por Maomé (570-632) sempre defendeu e praticou o uso da violência e da expansão militar como instrumento de conversão, contidos no próprio Alcorão.
Os muçulmanos há tempos saqueavam os bens cristãos, escravizavam seus cidadãos em massa e estupravam suas mulheres.
Como se não bastasse, um novo Emir assumiu o poder e resolveu retomar um antigo costume: exigir, como tributo anual, que os cristãos dos reinos do norte lhes entregassem 100 moças virgens, que lhes serviriam como escravas sexuais – 50 fidalgas e 50 plebeias.
Já era esperado que os cristãos, com o ânimo abatido e complexo de inferioridade em relação aos mouros, aceitassem pagar o infame tributo sem resistência. Mas o povo se revoltou e o rei Ramiro I, das Astúrias e Galícia, comprou a briga.
Mas não basta coragem para vencer uma batalha. Refugiado em La Rioja, o exército de Ramiro I estava acuado. Porém, São Tiago Apóstolo apareceu ao rei em sonho, garantindo que “fechava com ele no quebra-pau”. E assim foi: durante a batalha em Clavijo, os soldados cristãos avistaram um homem desconhecido cavalgando sobre um cavalo branco, que distribuía espadadas e fazia cair os mouros por terra.
De acordo com outras tradições, Santiago teria aparecido miraculosamente em vários combates travados em Espanha durante a Reconquista Cristã — Batalha de Clavijo, em 844 — sendo a partir de então apelidado de Matamoros (“Mata-Mouros”).
“Santiago y cierra España” foi desde então o grito de guerra dos exércitos de Hispânia. Ramiro I reconheceu que aquele era São Tiago Maior, que veio cumprir a promessa que lhe fizera em sonho e dar-lhe a vitória. Era o fim da era da vergonha, humilhação e fracasso dos espanhóis sob a espada dos sarracenos.
Oremos que o santo Apóstolo proteja os cristãos perseguidos. Viva Santiago Matamoros!
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