A oração de Santo Tomás de Aquino, uma figura emblemática da teologia cristã, oferece uma janela para a alma de um homem profundamente imerso no mistério de Deus.

ORAÇÃO DE SANTO TOMÁS DE AQUINO

Dou-vos graças, Senhor santo, Pai omnipotente, Deus eterno, a Vós que, sem merecimento nenhum da minha parte, mas por efeito de vossa misericórdia, Vos dignastes saciar-me, sendo eu pecador e vosso indigno servo, com o Corpo adorável e com o Sangue precioso do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Eu Vos peço que esta comunhão não me seja imputada como uma falta digna de castigo, mas interceda eficazmente para alcançar o meu perdão; seja a armadura da minha fé e o escudo da minha boa vontade; livre-me dos meus vícios; apague os meus maus desejos; mortifique a minha concupiscência; aumente em mim a caridade e a paciência, a humildade, a obediência e todas as virtudes; sirva-me de firme defesa contra os embustes de todos os meus inimigos, tanto visíveis como invisíveis; serene e regule perfeitamente todos os movimentos, tanto da minha carne como do meu espírito; una-me firmemente a Vós, que sois o único e verdadeiro Deus; e seja, enfim, a feliz consumação do meu destino.

Dignai-vos, Senhor, eu Vos suplico, conduzir-me, a mim pecador, a esse inefável festim, onde, com o vosso Filho e o Espírito Santo, sois para os vossos santos luz verdadeira, gozo pleno e alegria eterna, cúmulo de delícias e felicidade perfeita. Pelo mesmo Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amém.

A Comunhão com Deus

A oração de Santo Tomás de Aquino, uma figura emblemática da teologia cristã, oferece uma janela para a alma de um homem profundamente imerso no mistério de Deus. Sua oração após a comunhão não é apenas uma ação de graças pela Eucaristia, mas um reconhecimento humilde de sua própria indignidade e, ao mesmo tempo, da misericórdia divina. Ao expressar gratidão pelo “Corpo adorável e pelo Sangue precioso” de Cristo, Santo Tomás nos convida a refletir sobre a essência da comunhão: uma união íntima com Deus.

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Gratidão Divina

Santo Tomás inicia sua oração com um agradecimento ao Pai omnipotente, uma prática que deveria ser central na vida de todo cristão. Este gesto de gratidão não se baseia nos méritos próprios, mas na generosidade de Deus. Aqui, Santo Tomás nos lembra que cada Eucaristia recebida é um dom imerecido da misericórdia de Deus, uma lição de humildade e dependência do divino.

Eucaristia

A oração avança para um pedido para que a comunhão sirva como “armadura da fé” e “escudo da boa vontade”, destacando o poder transformador da Eucaristia na vida do crente. Santo Tomás percebe a comunhão não apenas como um alimento espiritual, mas como uma fonte de fortaleza contra as tentações e os desafios da vida. Ele entende a Eucaristia como um meio de crescimento nas virtudes cristãs, incluindo a caridade, a paciência e a humildade.

Contra Vícios e Por uma Vida Virtuosa

O santo pede a Deus que a Eucaristia seja um instrumento de purificação e santificação, “livre-me dos meus vícios; apague os meus maus desejos”. Este é um chamado à conversão contínua, um desejo de deixar para trás tudo o que nos separa de Deus e de viver uma vida que reflita o amor e a santidade divinos.

União com o Divino e a Esperança da Glória Eterna

Finalmente, a oração culmina com o desejo de união eterna com Deus, expressando a esperança cristã na vida eterna ao lado da Santíssima Trindade. Santo Tomás anseia pelo “inefável festim” celestial, onde a luz, a alegria e a felicidade perfeita são prometidas aos santos. Esta parte da oração nos lembra que nosso destino final não é deste mundo, mas da comunhão perfeita com Deus.

Oração Final

Senhor, inspirados pela oração de Santo Tomás de Aquino, pedimos que nos ensines a abordar a Eucaristia com um coração grato e humilde. Que cada comunhão nos fortaleça na fé, nos purifique do pecado e nos una mais intimamente a Ti. Conduz-nos pelo caminho da virtude até o banquete celestial, onde, com todos os santos, possamos desfrutar da Tua presença para sempre. Amém.

Este artigo convida os leitores a uma reflexão profunda sobre o significado da Eucaristia em suas vidas e a reconhecer a comunhão como um caminho de transformação espiritual e união com Deus, seguindo o exemplo de Santo Tomás de Aquino.