O Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo

O Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo

 

 

 

 

 

 

O Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo

Trabalha por adquirir a sabedoria, e alegra o meu coração (Prov. XXVII, 11).

 

A devoção ao Coração santíssimo do nosso Salvador, Jesus Cristo, é a mais excelente e a de maior proveito para as almas que aspiram à vida interior.

 

Tudo na vida humana depende do coração; quando as suas funções se fazem com regularidade, todo o homem anda ordenado; quando o coração é de Deus, a Ele pertence também todo o homem.

 

O coração é a sede dos afetos, e a origem donde dimanam as obras. Ama, inflama-se em fervor, consome-se; toma parte nos sentimentos alheios; é generoso e magnânimo. Assim, um mau coração vale o mesmo que um coração perverso, e um coração nobre é sinônimo de homem nobre.

 

O coração corpóreo de Nosso Senhor deve ser adorado, por estar inseparavelmente unido à divindade. Ele é o objeto imediato da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

 

Mas o coração do Salvador não é menos digno de adoração, enquando sede dos entimentos mais santos que residem no seu peito, centro daquele amor ardente que veio atear no mundo, mansão das inefáveis virtudes divinas, por cuja imitação são deificados os filhos dos homens.

 

És acaso capaz de imaginar o tesouro de bênçãos que o Coração do teu Salvador pode ser para ti?

 

Considera o Coração de Jesus, estuda e observa os seus sentimentos.

 

Está em plena submissão ao Pai Celeste. A Sua Vontade é a dEle, e o Seu alimento cumprir com a vontade do Pai (1).

 

Para honra do Pai humilha-Se até tomar forma de escravo, e oferece-Se como vítima na árvore da cruz.

 

E quem poderá calcular o grande espírito de amor de que o Coração de Jesus está animado para com os homens! Foi o amor que dirigiu todos os seus passos, que o cravou na Cruz, que o levou a ficar presente nos nossos tabernáculos…; amor sem fim, perpétuo, eterno. Poderá haver amor maior do que da r a vida por amor? (2)

 

Os sentimentos do Coração de Jesus para consigo eram humildade, esquecimento, renúncia de si mesmo e sacrifício. Vê-se acabrunhado debaixo do peso das nossas culpas, como vítima de expiação merecedora de todo o castigo. Eu sou um verme, e não um homem, o opróbrio dos homens e a irrisão da plebe (3).

 

Tais são os sentimentos do Coração de Jesus. Pode-se imagina alguma coisa mais perfeita e digna de amor? E não há de o coração divino atrair o nosso, e levá-lo à imitação das suas virtudes? Entra pois, dentro deste santuário: Que pureza, que simplicidade, que espírito de oração, que modéstia, que obediência, que amor, que fidelidade no cumprimento dos deveres, que santa e divina atividade!

 

E estas virtudes são exatamente as de que maior necessidade tens. Onde poderás encontrar melhor mestre, nem modelo mais excelente?

 

A imitação de Jesus, essência da devoção ao Seu Sagrado Coração há de se traduzir em atos externos, como a celebração da sua festa, a comunhão reparadora, as súplicas das primeiras sextas-feiras do mês, rezar frequentemente a jaculatória: Coração de Jesus, abrasado em amor por mim, inflamai o meu coração no amor do Vosso!

 

É fácil reconhecer a íntima relação que esta devoção tem com a do Santíssimo Sacramento. E em primeiro lugar na Eucaristia está presente o sacratíssimo Coração de Cristo; por isso ela é a fonte donde se difunde por toda a terra o amor imenso de Jesus.

 

Em segundo lugar, a Eucaristia é o maior milagre do amor. Aquele que Jesus ali nos mostra, excede quanto se pode imaginar. E a paciência e fidelidade com que permanece na solidão do tabernáculo, apesar da frialdade e das ofensas de tantos homens? E a ânsia ardente com que se deseja unir intimamente conosco na Sagrada Comunhão? E a bondade e amor com que recebe a quantos dEle se aproximam?

 

Abre pois, o teu coração a tão incompreensível amor: ele o transformará e renovará por completo.

 

Jesus, manso e humilde do coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso.

 

A Virgem Prudente, Pensamentos e Conselhos acomodados às Jovens Cristãs, por A. De Doss, S.J. versão de A. Cardoso, 1933.

 

(1) Joan. Iv, 33.
(2) Joan. XV, 13.
(3) Salm. XXI, 7.

 

FONTE: Arsenal Católico

 

 

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