Compreenda a importância da fidelidade conjugal comparada com a santidade do matrimônio cristão
MEDITAÇÃO SOBRE A FIDELIDADE CONJUGAL E A SANTIDADE DO MATRIMÔNIO CRISTÃO
O primeiro dever imposto pela fidelidade é a mútua paciência. Pois quem não suporta os defeitos da pessoa amada não lhe sabe ser fiel. Homem e mulher encontram, nessas alturas, a primeira provação do amor que se juraram.
O amor, sabidamente, é um sentimento que não basta a si mesmo. Alimenta-se e cresce com os mil pequenos e mútuos serviços. Querer alimentá-lo tão somente com emoções violentas é matá-lo desde o começo. Mútuos e constantes sacrifícios, mútuas e delicadas preocupações – isso o alegra, anima, consola e fortalece. As grandes infidelidades começam pelas pequenas infidelidades na mútua paciência e no mútuo auxílio.
Quando só o homem é indiferente e desamoroso, pode a família ter a vida apesar de tudo. Alimenta-se então do amor e do sacrifício da espôsa. Mas se esta, a mulher, pára de amar – acabou-se a família. Não há dentro dela luz que a ilumine e aqueça.
COMO SE REPARTE . . .
O amor que é caridade na alma religiosa, estima no pensamento, ternura no coração, devotamento bem regulado na atividade externa, e sob todos os pontos de vista, amizade cristã não tem motivo para não ser paixão na carne.
Só se trata de não romper o laço que une e prende tudo a Deus, pelo Cristo. Bastará fazer circular por toda a esfera a mesma influência moral e cristã.
O amor que une o casal – homem e mulher – está no seu direito quando nos esposos enlaça alma e corpo. Mas essa união deve ter por centro a vida da alma.
Não quer o cristão casado ofertar sua pessoa a Deus?
Esposos cristãos, lembrai-vos de tudo que Deus quer, e depois gozai nobremente do que Deus vos dá nas relações de casados. Não quer o cristão casado ofertar sua pessoa a Deus? Então que lhe ofereça uma parte dos direitos e das intimidades do amor humano. Essa oferta contribuirá para aumentar o amor divino. Que tudo aconteça, porém, de mútuo acordo. Que as renúncias sejam determinadas com prudência, que sejam temporárias. E depois voltem os casados às suas núpcias carnais, segundo o conselho do Apóstolo ( 1 Cor 7, 5) .
TUDO ISSO É TEU . . .
Muito pouco pensam os casados nas graças que lhes trouxe o sacramento do matrimônio. Ainda menos se lembram de agradecer a Deus o régio presente divino. Não sabem explorar esse riquíssimo tesouro. No meio de tantas jóias vivem pobres. A mesa de tantas doçuras sentem as amarguras da vida.
Leitora, sabes muito bem que o casamento não se baseia na inteligência, nas riquezas, nos sentidos. Seu alicerce é o coração, centro físico e centro moral da vida. Esse coração tanto pode ser rocha corno areia para alicerçar o lar. Pois é capaz de todos os heroísmos, ao lado de inesperadas covardias. Se o agitam as paixões, balança-se corno nau desarvorada sobre essas ondas. Com facilidade engana-se e engana os outros.
Ora, a graça do sacramento apodera-se do coração e aperfeiçoa o amor do marido à mulher e vice-versa. Ela prolonga a mocidade da alma e com o seu auxílio os esposos se amam ternamente, apesar das ruínas dos anos e das desilusões. Cada dia que passa é corno mais um .anel a uni-los. Nosso amor é cada vez mais sólido, porque repousa sobre o amor de Deus escreve o general de Sonis, santo esposo e pai amoroso.
A graça consolida a união do homem e da mulher
A graça consolida a união do homem e da mulher. Encontrando-se, dois corações se amam e querem dividir entre si as alegrias e tristezas, as lágrimas e os prazeres. Prometem-se mutuamente colher juntos as searas de venturas e desventuras que Deus e os homens lhes espalham pelo longo da jornada. Nessa altura a graça do sacramento dá fibras a esse amor, defende-o, protege-o contra esmorecimentos.
A graça santifica os casados. A vida não é um mar de rosas, mesmo quando o amor dirige o leme. Todos os homens têm seus defeitos e a vida em comum exige sacrifícios, impõe deveres austeros. Sem o auxílio de Deus não é possível realizar o programa da união conjugal. Árdua coisa é a educação dos filhos, campo do qual os pais voltam com os pés feridos e as mãos sangrando. Quanta intuição, quanta renúncia, quanta firmeza impõe a cada passo!
Mas Deus vem em auxílio dos esposos que cooperam com a graça oferecida.
Esposos cristãos, que isso compreendem, percebem também como o coração lhes continua emotivo e sensível; como se mostra pronto e resoluto para os sacrifícios; como se contenta com pouco e sabe agradecer o muito que recebe nos mútuos carinhos.
Dos pais desce para os filhos um quê de santo e atraente, a cuja influência se sujeitam amorosamente os últimos.
Que lástima, quando tudo isso vive esquecido e nem é procurado pelos casados! Como se vinga na vida a profanação dessas graças pelo desprezo, ou pelas práticas imorais usadas pelos casados!
Sem o auxílio do céu o lar se ergue sobre areia
Sem o auxílio do céu o lar se ergue sobre areia. E quando soprarem os ventos, virá a ruína com o desmoronamento de tudo.
Dessas graças hão de se lembrar os esposos quando Deus deles exigir certas renúncias dolorosas para os sentidos. Há dias e horas em que é heróica a castidade entre eles, mas também é seriamente reclamada pelas circunstâncias. Chegou então o momento daquilo “que é teu”, leitora, da graça poderosa com a qual tudo é possível. Em vez de lamúrias, junta as mãos e pede a Deus que suscite em ti a força do sacramento. Dize isto a teu marido, se o desânimo perante a luta e o sacrifício o quiser converter em um derrotado.
Tudo me é possível com aquele que me conforta!
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