LETRA “E” DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA

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ECUMÊNICO

significa universal, e diz-se particularmente de um Concílio quando se quer dar a entender que é reconhecido por toda a Igreja.

EDUCAÇÃO

é a progressiva e harmônica cultura das faculdades, pelas quais as crianças, pouco a pouco e ordenadamente, se fazem homens perfeitos. Na educação hão de intervir:

1.° — Os pais, cultivando as boas qualidades e propensões dos filhos, dirigindo-os à prática da virtude, para que consigam o seu fim natural e sobrenatural.

2.° — O Estado, suprindo as deficiências dos pais, com escolas para formar bons cidadãos, que consigam o mesmo fim natural e sobrenatural.

3.° — A Igreja, ministrando aos batizados a formação moral e religiosa que os fortaleça contra a corrupção do meio em que se encontram.

A instrução e educação religiosa e moral dos fiéis deve logo, desde a infância, ocupar o primeiro lugar na sua formação, e intensificar-se e ampliar-se paralelamente ao desenvolvimento da inteligência e dos conhecimentos profanos de cada um (C. 1372).

Alguns meios a empregar para a educação das crianças:

a) inculcar os princípios morais e religiosos;

b) dar bom exemplo em tudo;

c) moderar e guiar as paixões logo ao despertar;

d) cultivar a inteligência com o estudo, com a meditação, com o costume de nada empreender senão por um motivo honesto e sobrenatural;

e) impedir ou vencer hábitos maus;

f) evitar excessos que debilitem o corpo e perturbem o sistema nervoso;

g) exercitar virilmente e constantemente a vontade, mesmo nas pequenas coisas;

h) orar e frequentar os Sacramentos.

EMOLUMENTOS PAROQUIAIS

são lucros eventuais que o Pároco tem direito a receber dos seus paroquianos por serviços que lhes presta, segundo o costume aprovado, ou legítima taxação. Não deve, em regra, o Pároco deixar de receber o que lhe pertence como Pároco, nem fazer favores que possam vir a prejudicar o seu sucessor. Os emolumentos temporais recebidos pelo Pároco não são salários do seu ministério, que é espiritual; são simplesmente subsídios para a sua sustentação, e a eles tem direito ainda que possua outros bens.

É obrigado, porém, a distribuir o supérfluo pelos pobres ou por obras pias (C. 1473). Àqueles que não puderem pagar por falta de meios, não deve o Pároco negar o seu ministério gratuito (C. 463).

ENCÍCLICA

é uma Carta circular dirigida pelo Papa a todos os Bispos, ou aos de uma Nação somente, versando algum assunto de interesse geral para a Comunidade cristã.

ENDOENÇAS

Dá-se este nome às cerimônias litúrgicas que se celebram nos três últimos dias da Semana Santa, comemorando a instituição da Missa, a paixão e a morte de Jesus Cristo, e a sua Ressurreição.
As igrejas não paroquiais não podem fazer as funções da Semana Santa sem solenidade, isto é, segundo o Memoriale Rituum a não ser com Indulto da Santa Sé (S. C. R.). Na Quinta-feira santa não deve tapar-se a luz das janelas da igreja com panos pretos ou quaisquer outros.

Quando se não fazem as funções da Semana Santa pode conservar-se a píxide no seu altar até ao sol posto, para que os fiéis possam adorar o Santíssimo Sacramento, mas a píxide não pode ser exposta à boca do Sacrário. Nas igrejas paroquiais em que não se celebram as funções da Semana Santa pode o Pároco, com licença do Bispo, dizer Missa rezada, e também com a mesma licença, pode cantar Missa, mas não pode fazer a procissão do Santíssimo Sacramento.

Não pode tolerar-se que o altar-mor seja o altar da exposição do SS. (S. C. R.). As solenidades de Quinta-feira não podem separar-se das de Sexta, mas podem fazer-se as de Sábado sem aquelas (S. C. R.). A Missa de Sábado deve ser precedida da benção do lume e do círio pascal. A benção da água para o Batismo é obrigatória em todas as igrejas paroquiais. Desde a Missa de Quinta-feira até à Missa de Sábado não se tocam os sinos, nem música na igreja, em sinal da tristeza que causa a lembrança da Paixão e morte de Jesus Cristo.

Os atos principais que se celebram Quinta-feira Santa são:

a) a Missa solene, que recorda a instituição da Sagrada Eucaristia;

b) — a procissão do SS. em seguida à Missa;

c) — a desnudação dos altares, depois da procissão, cerimônia que recorda Jesus despojado dos seus vestidos para ser açoitado;

d) — o lava-pés, feito à tarde, que recorda o ato de humilhação praticado por Jesus Cristo lavando os pés aos seus discípulos, após a última Ceia.

Os atos principais de Sexta-feira são:

a) — o canto da Paixão, que deve ser ouvido de pé;

b) — a adoração da cruz, à qual é nesse dia prestado um culto especial;

c) — a procissão do SS., e a Missa chamada dos pre-santificados, porque o Sacerdote não consagra, mas comunga a Sagrada Hóstia consagrada na véspera;

d) — a procissão chamada do enterro, porque nela é levada a imagem de Jesus morto.

Os atos principais de Sábado Santo ou Sábado de Aleluia são:

a)— a benção do fogo;

b) — a benção da pia batismal, seguida da Ladainha de todos os Santos;

c) — a Missa solene.

ENFERMIDADES

Muitas das nossas enfermidades são uma consequência dos nossos pecados. Quando doentes, recorremos aos remédios para obtermos a cura, e por vezes gastamos nisso os nossos haveres. E também, se temos fé, recorremos ao poder de Deus por meio da oração, com o mesmo fim de recuperarmos a saúde.

As enfermidades da alma são muito mais perigosas que as do corpo; estas são passageiras, purificadoras ou expiatórias, aquelas fazem perder a amizade de Deus e, se não forem curadas pela Confissão sacramental, levam às penas do inferno. Sem desprezar a cura do corpo, cuidemos principalmente de obter o perdão dos nossos pecados.

EPIFANIA

é a festa que a Igreja celebra no dia 6 de Janeiro, para comemorar a manifestação de Jesus Cristo aos gentios, nas pessoas dos Reis de Nações pagãs. Esses Reis que segundo a tradição eram três — Melchior, Gaspar e Baltazar — viram aparecer no Oriente uma estrela de extraordinário brilho.

Resolveram seguir a direção da estrela e, guiados por ela, foram a Belém, onde tinha nascido e ainda estava o Menino Jesus. Adoraram Jesus, ofereceram-lhe valiosos presentes — ouro, mirra, e incenso — e voltaram para os seus Países anunciando que tinha nascido Jesus, o Filho de Deus, que era esperado como Salvador do mundo. O dia da Epifania é dia Santo de Guarda.

EPISCOPADO

é uma Ordem sagrada e suprema, que confere a quem a recebe o poder de confirmar os fiéis, ordenar os Ministros do altar, e consagrar as coisas pertencentes ao culto religioso. Os Bispos na sua Ordenação recebem a plenitude do Poder Sacerdotal: Poder de Ordem, para ordenarem os ministros do altar; Poder de Jurisdição, para governarem a Igreja.

Embora o Papa seja o Chefe da Igreja Católica e Superior aos Bispos, não é dele que recebem a Jurisdição e sim do Espírito Santo, que os estabeleceu Bispos para governarem a Igreja de Deus como sucessores dos  Apóstolos. Também se entende por Episcopado o Corpo Episcopal, isto é, os Bispos considerados como um corpo moral.

EREMITAS

eram ascetas cristãos que aspiravam a uma vida mais perfeita no Cristianismo, e que se separavam da convivência social para viverem no deserto. Faziam voto de castidade, abstinham-se do uso de carnes e de vinho, repartiam os seus bens com os pobres, e viviam pobremente.

ESCÂNDALO

é o que se diz, se faz, ou se omite menos retamente, embora licitamente, dando a outrem ocasião de cair em pecado, ou causando-lhe alguma ruína espiritual. O escândalo pode ser dado diretamente, se há intenção de levar outrem ao pecado; ou indiretamente, se somente se prevê que outrem cairá em pecado.

É severamente condenado por Jesus Cristo, quando diz: «Aquele que escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor é que se lhe pendure ao pescoço uma mó de azenha e seja lançado ao fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos» (Ev. S. Mat. XVIII, 6.)

Quem escandaliza fica obrigado a reparar o escândalo dado, umas vezes por caridade, outras vezes por motivo de justiça. Devemos, pois, abster-nos de toda a palavra ou ação de que possa resultar escândalo para alguém.

ESCAPULÁRIO

dos Religiosos é uma tira larga de pano que os Religiosos trazem sobre o hábito, e que dos ombros desce ao longo do peito e das costas. Para os simples fiéis o escapulário consta de dois bocados de pano unidos por dois cordões que se suspendem ao pescoço, ficando uma parte para o lado do peito e outra para o lado das costas.

O escapulário é um distintivo para os fiéis que entram em alguma Ordem Terceira ou Confraria que concede esse privilégio, e ao seu uso andam anexas muitas indulgências. Para lucrá-las é necessário receber nos ombros o escapulário, benzido por Sacerdote que tenha a faculdade de benzê-lo, trazê-lo ao pescoço dia e noite, e ter o nome inscrito no Registro da Ordem Terceira ou da Confraria.

Só o primeiro escapulário — o da imposição — tem de ser benzido; qualquer outro que o substitua não carece de benção, exceto o das Ordens. O escapulário de algumas Associações pode ser substituído por uma medalha de metal, tendo de um lado a imagem do Coração de Jesus, e do outro lado a imagem de Nossa Senhora. A medalha tem de ser benzida por quem tem o privilégio de benzer o escapulário.

Aquele que tendo recebido o escapulário o tivesse deixado, mesmo por tempo considerável, não carecia de nova imposição (a não ser que o tivesse repelido por desprezo ou impiedade), para tornar a trazê-lo e lucrar as Indulgências. Estando deteriorado o escapulário ou tendo-se perdido, é preciso substituí-lo por outro igual, quer benzido quer não. A medalha que substitui o escapulário pode trazer-se ao pescoço ou de outro modo qualquer, e, se for perdida, deve ser substituída por outra, que há de ser benzida.

ESCRITURA SAGRADA

— Ver a palavra BÍBLIA ou CANÔNICOS.

ESCRÚPULO

é uma ansiedade ou temor excessivo de pecar, sem razão suficiente. Confunde-se por vezes com a consciência delicada, que é um sentimento que percebe e procura corrigir os menores defeitos, não por julgar que são graves, mas porque impedem de caminhar para a perfeição. Os sinais que dão a conhecera consciência escrupulosa são: pertinácia no juízo, mudança frequente de opinião, reflexões importunas, ansiedade no modo de falar. O grande remédio contra o escrúpulo é a obediência ao confessor.

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ESMOLA

é qualquer benefício corporal dado ao indigente, por compaixão, para aliviá-lo em suas necessidades. A esmola é de preceito divino, pois Jesus disse: «Dai esmola do que é vosso» (Ev. S. Luc. XI, 41) e o Apóstolo São Paulo escreveu: «Não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir dos vossos bens com os outros, porque com tais sacrifícios se agrada a Deus» (Ep. Hebr. XIII, 16).

A esmola é como que um imposto suplementar lançado por Jesus Cristo sobre os ricos em proveito dos pobres, pelos quais se faz substituir. De sorte que quem dá esmola é um auxiliar da divina Providência junto dos necessitados. A esmola deve ser dada, não por vaidade nem com ostentação, mas por compaixão e com caridade, acompanhando a dádiva com alguma palavra carinhosa que console a alma do pobre, e deve ser dada com generosidade, segundo as possibilidades de quem dá e as necessidades daquele a quem é dada.

Em casos iguais deve ser dada:

a) aos mais indigentes;

b) aos de melhor vida moral;

c) aos parentes;

d) aos benfeitores;

e) aos que prestam serviços espirituais.

O pobre deve ver na esmola a bondade da divina Providência, deve ficar, e mostrar-se reconhecido a quem a dá e deve fazer bom uso da esmola recebida.

ESMOLAS

Os Párocos e Superiores das igrejas podem coligir esmolas para a sustentação do culto nas suas igrejas ou capelas, e bem assim para outras obras pias, segundo as prescrições do Bispo (C. P.). — Ninguém poderá colocar nas igrejas ou capelas públicas, ainda que em propriedade pertencendo a particulares, quaisquer caixas destinadas a receber esmolas ou donativos dos fiéis, sem licença do Bispo ou do Sacerdote legitimamente encarregado do culto dessa igreja ou capela, e as chaves dessas caixas pertencem ao dito Sacerdote ou à Associação aí canonicamente ereta (C. P.).

As esmolas e ofertas a alguma igreja, capela, altar, imagem ou corporação eclesiástica, serão sempre aplicadas conforme a intenção do oferente; se esta não for expressa nem se puder conjecturar qual fosse, aplicar-se-ão em atos de Religião ou de piedade (C. P.).

ESPÉCIES SACRAMENTAIS

são as aparências do pão e do vinho depois da consagração na Missa sob as quais espécies, que os nossos olhos vêem, sabemos, pela Fé, que está o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.

ESPERANÇA

é uma virtude sobrenatural que nos dá a confiança certa da nossa salvação, mediante os auxílios divinos para a merecermos. Esta confiança é fundada na palavra de Jesus Cristo, que disse: «Vós recebereis o cêntuplo neste mundo e a vida eterna no outro» (Ev. S. Marc. X, 30). E o Apóstolo São Paulo afirma que «na esperança é que temos sido salvos»; e ainda: «meus amados
irmãos, estai firmes e constantes, trabalhando sempre cada vez mais na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor» (Ep. I Cor. XV, 58).

A esperança anima-nos ao cumprimento do dever, por causa do bem que daí nos resulta, impede de nos prendermos aos bens da terra, que havemos de deixar para recebermos os bens celestes; consola-nos e eleva-nos o espírito quando somos feridos pela adversidade, pois sabemos que todas as penas desta vida não têm comparação com a glória que esperamos na eternidade. Tenhamos, pois, esperança firme na bondade de Deus e digamos com o Salmista: «Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido eternamente» (Salmo XXX, 1).

ESPIRITISMO

é um conjunto de superstições prejudiciais à Fé católica. Pretendem os espíritas evocar as almas dos finados para saberem delas coisas que não se podem saber naturalmente, ou por meios naturais. Como evocação dos espíritos é ilícito; como doutrina é contrário à Fé.

A Igreja proíbe assistir a reuniões espíritas, mesmo no caso de os assistentes protestarem excluir todo o
pacto com o demônio, e ainda que nessas reuniões nada se ouça contra a doutrina da Igreja, ou se peçam sufrágios pelos defuntos. Ficam excomungados todos os que tomarem parte ativa nas reuniões do espiritismo, ou as promoverem, ou simplesmente a elas assistirem (C. P.).

ESPÍRITO SANTO

é uma Pessoa Divina, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Esta verdade é ensinada pela Sagrada Escritura, dizendo Jesus Cristo aos seus Apóstolos que batizassem «em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo» (Ev. S. Mat. XXVIII, 19). Com estas palavras proclama que o Espírito é igual ao Pai, que é Deus, e ao Filho, que é igualmente Deus.

Nos Atos dos Apóstolos conta São Lucas que o apóstolo São Pedro, repreendendo Ananias, disse-lhe: «Satanás tentou o teu coração para que tu mentisses ao Espírito Santo; não mentiste aos homens, mas a Deus» (Act. V, 3-4).

Deus Pai e Deus Filho e Deus Espírito Santo são um só Deus em três pessoas divinas, e, embora estas três divinas Pessoas operem igualmente em toda a nossa vida natural e sobrenatural, atribuímos a Deus Pai a nossa criação, a Deus Filho a nossa redenção e a Deus Espírito Santo a nossa santificação. Peçamos ao divino Espírito Santo que nos conceda as graças precisas para cooperarmos com as graças que lhe pedimos, e nos santificarmos.

ESPOSOS

— Ver a palavra CÔNJUGES.

ESTAMPAS

Nas estampas religiosas que piedosamente se distribuem para pedir preces e outros sufrágios pelos defuntos, não devem imprimir-se elogios dos mesmos, nem quaisquer textos da Escritura ou orações, sem a aprovação do Bispo.

ESTOLA

era entre os Romanos um pano de linho muito fino e muito limpo, que as pessoas de distinção usavam em volta do pescoço.

Como ornamento sacerdotal, é uma longa faixa de seda com uma cruz no meio e duas nas extremidades, que o Sacerdote usa, caindo dos ombros sobre o peito, quando exerce alguma função sagrada. Em regra não deve ser usada senão nos atos litúrgicos em que é exigida pelas rubricas. É permitida, mas não é preceituada, ao Sacerdote, para pregar, se esse for o costume.

ETERNIDADE

é a posse perfeita e permanente de vida interminável. A eternidade em Deus é permanência sem princípio nem fim, sem passado nem futuro; é um presente continuado. Neste sentido só Deus é eterno. Para nós, a eternidade, ou a vida eterna, começa no momento da morte; nesse momento termina o passado e começa um presente que nunca mais acaba.

Então, a alma entra na morada da sua eternidade, que será ou o Céu, embora passando pelo Purgatório, ou o Inferno. E a vida, quer de felicidade quer de tormentos, nunca mais acaba. Eternidade de gozo no céu com Deus, ou eternidade de tormentos no inferno com o demônio.

EUCARISTIA

é um Sacramento que contém, verdadeira, real e substancialmente, o próprio Jesus Cristo sob as espécies do pão consagrado, para alimento espiritual da nossa alma. Foi instituída por Jesus Cristo na véspera da sua morte por amor de nós, e foi dada em comunhão aos seus Apóstolos, comunicando-lhes também o poder de fazerem o mesmo que Ele acabava de fazer. Por isso, todas as vezes que um Sacerdote na Missa pronuncia sobre a hóstia as mesmas palavras que Jesus Cristo pronunciou sobre o pão — «Isto é o meu Corpo» — a hóstia deixa de ser pão, e nela fica sob as aparências de pão, o Corpo, o Sangue e Alma e Divindade de Jesus Cristo, ou a Eucaristia.

É um mistério profundo, mas é um dogma da Fé católica. Devemos adorar a Eucaristia porque ela é o próprio Jesus Cristo, invisível sob as espécies visíveis do pão consagrado. Devemos receber a Eucaristia em Comunhão, porque foi principalmente para a recebermos que Jesus Cristo a instituiu, dizendo «Tomai e comei. Isto é o meu Corpo» (Ep. I Cor. XI, 24).

A Eucaristia, que significa ação de graças, é designada por vários nomes: Sagrada Hóstia, porque nos recorda o sacrifício da cruz, de que é em certo modo a renovação incruenta. Santíssimo Sacramento, em razão da sua dignidade, superior a todos os outros Sacramentos. Mistério de Amor, porque é o prolongamento da Encarnação; — por amor encarnou o Verbo divino, e por amor permanece entre os homens. Vínculo de Caridade, porque é sinal e causa da paz, da concórdia e da unidade na Igreja.

Viático, quando é dado aos fiéis moribundos como alimento no seu caminho para a pátria celeste. Jesus Cristo permanece na Eucaristia enquanto as espécies sacramentais não estão inteiramente corrompidas; está na hóstia consagrada no mesmo estado de glória, de felicidade e de impassibilidade como está no Céu, e está não com as dimensões da sua quantidade material e com a sua extensão, mas no estado de substância, como a substância do pão está sob as suas espécies, pois o Corpo de Jesus Cristo substitui a substância do pão, e só no Céu está com as suas propriedades de dimensão. Nas igrejas onde está a Sagrada Eucaristia deve haver ao menos uma Missa cada semana. — Com licença do Bispo pode conservar-se a Eucaristia nas capelas públicas e nas semi-públicas das casas pias ou religiosas.

Para se conservar a Eucaristia noutras capelas é necessário Indulto Apostólico, mas o Bispo pode conceder essa licença e somente para capela pública, havendo justa causa e per modum actus (C. 1265). — A Eucaristia não pode ser conservada habitualmente senão num altar da mesma igreja, e convém que esteja no altar-mor, exceto nas igrejas Catedrais e Colegiadas onde, por causa dos Ofícios eclesiásticos, deve estar numa capela lateral (C. 1268).

A Eucaristia deve conservar-se em sacrário inamovível, colocado no meio do altar, e a chave do sacrário deve ser cuidadosamente guardada, à responsabilidade do Reitor da igreja (C. 1269). — Diante do sacrário deve haver ao menos uma lâmpada, acesa dia e noite, alimentada com azeite ou cera (C. 1271).

EVANGELHO

é o primeiro livro do Novo Testamento, o livro sagrado que narra a vida de Jesus Cristo, com o fim de crermos que Ele é Deus, e para que crendo, pratiquemos a sua doutrina, sigamos os seus exemplos, vivamos santamente, e consigamos a felicidade eterna.  Jesus Cristo mandou pregar o Evangelho em todo o mundo, dizendo aos seus Apóstolos: «Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura» (Ev. S. Mar. XVI, 15).

E não há outro evangelho senão aquele que Jesus pregou na Palestina e mandou pregar em todo o mundo. Assim o afirma o Apóstolo São Paulo, dizendo: «Ainda que nós mesmos ou um Anjo do Céu vos anuncie um Evangelho diferente do que vos anunciamos, seja anátema» (Ep. Gal. I, 8). Devemos tomar o Evangelho como Regra de conduta para a nossa vida moral, guiados sempre pela Autoridade da Igreja, à qual Jesus confiou o seu ensinamento, e devemos repudiar como falsa e errônea toda a doutrina, seja de
quem for, que estiver em oposição como a doutrina do Evangelho.

EVANGELISTAS

são os quatro escritores que redigiram o Evangelho, isto é: os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, a sua vida, morte, ressurreição, e ascensão ao Céu. São os dois Apóstolos São Mateus e São João, e São Marcos discípulo de São Pedro, e São Lucas, companheiro de São Paulo.

EXAME DE CONSCIÊNCIA

para a Confissão, consiste em procurar conhecer os pecados cometidos depois da última Confissão. Para fazer o exame de consciência, implora-se o auxílio de Deus, e interroga-se cuidadosamente a consciência sobre se os nossos pensamentos, as nossas palavras, ações e omissões têm sido conforme ou contra os Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja e os deveres do nosso estado. Nesta investigação deve-se procurar saber não somente a qualidade dos pecados cometidos, mas também, quanto possível, o número deles, e a sua gravidade.

EXCOMUNHÃO

é uma censura eclesiástica ou pena canônica, pela qual o cristão delinquente e contumaz é privado dos bens espirituais de que a Igreja é dispensadora. Disse Jesus: «Se teu irmão pecar contra ti… di-lo à Igreja, e se não ouvir a Igreja tem-no por um pagão ou um publicano» isto é, como um separado da Igreja (Ev. S. Mat. XVIII, 17). A excomunhão é a maior pena que a Igreja impõe aos seus súditos.

Os bens espirituais de que o excomungado fica privado são:

a) da participação das orações públicas que a Igreja faz por todos os fiéis:

b) de administrar e receber os Sacramentos;

c) de assistir aos ofícios divinos, exceto aos sermões;

d) de ser sepultado com honras litúrgicas. A Igreja excomunga ou afasta os indignos, não para que se percam, mas para que se convertam e se salvem; para que se conserve a disciplina eclesiástica, e para que os fiéis não se corrompam com os maus exemplos do excomungado. Só os Bispos e Prelados maiores podem excomungar, porque só eles têm jurisdição no foro judicial.

EXÉQUIAS

são honras litúrgicas que a Igreja presta àquele que faleceu em paz com Deus. — Ver a palavra FUNERAL.

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

são práticas que, por meio de exames de consciência, de oração vocal e mental, e de outros atos de vida espiritual, têm por fim preparar e dispor a alma para tirar de si todas as afeições  desordenadas, e, depois de tiradas, procurar conhecer a vontade divina para segui-la, conformando com ela a vida. Os exercícios espirituais são feitos no silêncio do recolhimento, onde não cheguem as notícias mundanas, nem as ocasiões de dissipação do espírito. São os meios mais aptos para cada um se conhecer e conhecer a vontade de Deus a seu respeito. Quem os faz com as devidas disposições ganha sempre em perfeição espiritual.

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EXORCISMOS

são orações que o Sacerdote reza, invocando o nome de Deus, para expulsar o demônio do corpo dos obsessos. Ninguém, nem mesmo o Sacerdote, pode ler os exorcismos aos obsessos sem licença expressa do Bispo (C. 1151), e essa licença só é concedida depois de ter averiguado por meio de uma investigação cuidadosa e prudente, que o exorcismando está realmente obsesso.

EXORCISTA

é aquele que recebe a Ordem do Exorcistato, a qual confere o poder de expulsar os demônios dos corpos dos possessos, e de preparar a água que há de ser benzida para as bênçãos litúrgicas usadas na Igreja. Segundo a disciplina atual, nem os Exorcistas nem mesmo os Sacerdotes podem exercer o poder de fazer os exorcismos sem autorização expressa do Bispo (C. 1151).

EXPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO

pode fazer-se sem licença do Bispo, com a píxide à boca do sacrário, havendo causa justa (C. 1274), mas não depois do sol posto sem licença do Bispo (S. C. R.). A Exposição solene só se pode fazer
sem licença do Bispo no dia do Corpo de Deus e dentro da sua Oitava, durante a Missa, e a Vésperas (C. 1274). Durante a Exposição com a píxide à boca do Sacrário devem arder 6 velas, ao menos. Durante a Exposição, sob dossel ou baldaquino, devem arder 12 velas.

Sendo a Exposição no trono, devem arder 16 velas, ao menos, e na devoção das Quarenta Horas devem arder 20, pelo menos, não sendo permitido substituir as velas exigidas por lâmpadas elétricas. Na Exposição privada a píxide deve ficar dentro do Sacrário, tirando-se apenas para dar a benção (S. C. R). Sem licença do Bispo não se pode dar a benção do Santíssimo mais de uma vez por dia na mesma igreja, salvo se aí tiverem a sua sede várias Confrarias ou Associações pias (S. C. R.).

Nunca se pode dar a benção do Santíssimo sem o véu de ombros, que deve ser sempre de cor branca. Na benção com a custódia é indispensável que o celebrante revista também o pluvial. Durante a benção, nem os sacerdotes, nem os músicos, nem quaisquer outras pessoas podem cantar coisa alguma, devendo haver profundo silêncio (S. C. R.).

A incensação é necessária na Exposição solene; é facultativa na particular. É proibido colocar sobre o altar em que está o Santíssimo exposto quaisquer imagens ou relíquias, com exceção das imagens dos Anjos em adoração (S. C. R.).

Na Exposição solene far-se-á a incensação, tanto na ocasião da exposição como depois do Genitori, ainda que entre a exposição e o Tantum ergo não tenha havido nenhumas preces, mas neste caso não se faz nova imposição de incenso (S. C. R.). Não é lícito intercalar entre o Tantum ergo e o Genitori, assim como entre este hino e a oração Deus qui… e entre esta oração e a benção, nenhumas outras preces (S. C. R.).

EXTREMA-UNÇÃO

é um Sacramento que Jesus Cristo instituiu para alívio da alma, e também do corpo, dos enfermos que estão em perigo de morte. Já os Apóstolos administravam este sacramento, como se afirma em São Tiago, dizendo: «Está entre vós algum enfermo? Chame os Presbíteros da Igreja e orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor, e a oração (nascida) da fé salvará o enfermo, e se estiver em pecados ser-lhes-ão perdoados (Ep. S. Tiag. V, 14, 15). — Este Sacramento só pode ser administrado ao fiel que, depois de ter atingido o uso da razão, se veja em perigo de morte, ou por causa da enfermidade ou pela velhice (C. 940), mas não pode ser conferido aos que perseveram, de modo contumaz, impenitentes, em manifesto pecado mortal. Se disso houver dúvida, seja conferido sob condição (C. 942).

Na mesma doença não se pode receber a Extrema-unção mais de uma vez (C. 940). Se o enfermo tiver expirado há pouco tempo, deverá ser ungido sob condição (Const. Bisp. Coimbra).

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