HOMILIA – “Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vim trazer divisão. Lc 12, 49-53
Ser fiel a Deus, resulta em conflitos. Quem foge ao conflito não tem como viver o evangelho. Quando aparece uma boa liderança em uma comunidade, ela precisa vencer muitas resistências e dificuldades para assumir o lugar que lhe cabe. Sendo uma pessoa honesta, com propostas boas e inovadoras, logo começam as queixas, as pressões, a rejeição de alguns setores.
Isso acontece porque as novas propostas incomodam, mexem com os acomodados, irrita os desonestos, contraria os interesses financeiros de algum grupo… A coerência e a ousadia de dizer a verdade e denunciar as mentiras irritam aqueles que não querem ouvir a verdade e as profecias.
Jesus veio cheio de amor e com um anuncio transformador, o Reino de Deus. A corte de Herodes estremeceu. A elite do Templo alvoroçou-se. Os fariseus partiram para uma oposição cerrada. Os próprios parentes o estranharam. Trouxe paz, mas apareceu a divisão. Trouxe luz, mas instigou a escuridão.
Jesus é conhecido como o homem da paz. É conhecido como o Messias que instauraria a paz no mundo. O fogo que Ele traz e o fogo purificador, é o fogo do Espírito. O batismo é a imersão na sua morte, de onde ressurge a vida pela ressurreição.
As divisões não são causadas por Jesus, nem pelos discípulos, mas o preço a pagar por quem optou por Ele. As pessoas que não aderiram a Jesus e ao seu projeto, começam a perseguir e até denunciar os familiares cristãos às autoridades. O discípulo deve estar disposto a enfrentar as incompreensões.
A paz resultante da conivência com a injustiça ou da alienação, não é desejada por Jesus. Ele quer a paz, mas aquela que no dizer do Papa São Paulo VI, é fruto da justiça. O conflito é o preço de quem, a partir da fé, constrói a paz e não se refugia numa aparente ausência de conflitos.
Rezemos: Senhor, que eu não compactue com a maldade e o egoísmo. Que eu seja fiel as exigências do Reino e não tenha medo.
O Senhor nos abençoe e guarde.
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à Virgem Maria!