Homilia – São João Maria Vianney — Missa de 2ª-feira, 04/08/25
Homilia – São João Maria Vianney — Missa de 2ª-feira, 04/08/25
Amados irmãos, hoje a Igreja celebra São João Maria Vianney, o santo Cura d’Ars, padroeiro dos párocos, mas a sua vida simples, marcada por oração, penitência e amor incondicional pelas almas, nos desafia a repensar como vivemos nossa fé, nossa vocação e nosso serviço aos outros. Ele nasceu em uma família humilde, quase não conseguiu completar os estudos por dificuldades acadêmicas, mas tinha um coração tão entregue a Deus que, mesmo em suas limitações, foi ordenado sacerdote e tornou-se um farol de santidade para toda a Igreja.
O Cura d’Ars ficou conhecido por sua dedicação ao confessionário, onde passava até 16 horas por dia, ouvindo e reconciliando pessoas com Deus, todavia, ele tinha uma única preocupação: salvar almas. Além disso, ele não buscava aplausos, não esperava cargos, não construía planos grandiosos; ele somente queria ser um bom pastor, como Cristo, o Bom Pastor. Assim, a pequena paróquia de Ars, quase esquecida, tornou-se centro de conversão para milhares de peregrinos.
Oração e penitência
Mas o que torna São João Maria Vianney tão atual para nós?
Primeiro, sua vida nos lembra que a santidade não depende de talentos extraordinários, mas da entrega do coração, onde muitos poderiam pensar: “Não tenho estudo suficiente, não sei falar bem, tenho pouca capacidade.” Mas Deus não nos escolhe pelas nossas habilidades; Ele nos capacita devido à nossa disponibilidade! João Vianney não foi um grande teólogo aos olhos do mundo, mas foi gigante no amor.
Segundo, ele nos ensina a importância da oração e da penitência. O Cura d’Ars dizia: “O sacerdote não é sacerdote para si; ele é sacerdote para vós.” Mas essa verdade se aplica a todos nós: nenhum cristão é cristão para si. Somos chamados a interceder uns pelos outros, a carregar as cruzes uns dos outros, a oferecer nossas pequenas renúncias pelo bem da comunidade. A santidade de um cristão nunca é individual; ela é sempre missionária.
Terceiro, ele nos desafia sobre a importância da reconciliação. Em um mundo que parece ter perdido o sentido do pecado, São João Maria Vianney nos recorda que a misericórdia de Deus é infinita, mas exige que nos aproximemos dela. Ele dizia: “O Bom Deus sabe tudo. Antes de você confessar seus pecados, Ele já os conhece; no entanto, Ele só perdoa quando você os reconhece.” Essa atitude de humildade, de colocar-se diante de Deus com sinceridade, ainda é urgente em nossos dias.
O serviço
Catequeticamente, este santo nos mostra o coração do ministério da Igreja: o serviço, uma vez que ele gastou sua vida pelos outros, sem reservas. E isso nos leva a uma pergunta prática: Como temos vivido nossa vocação? Talvez você não seja padre, mas é pai, mãe, trabalhador, jovem, idoso. A pergunta é a mesma: estamos vivendo somente para nós ou estamos nos deixando gastar pelos outros?
Por fim, irmãos e irmãs, São João Maria Vianney nos lembra que um coração entregue a Deus pode transformar um lugar esquecido em um centro de graça. Se ele, num pequeno povoado, com recursos limitados, mudou tantas vidas, nós também podemos transformar nossos ambientes — a casa, o trabalho, a comunidade — se deixarmos Cristo agir em nós.
Oremos
Que hoje possamos rezar por nossos sacerdotes, pedindo que, à semelhança do Cura d’Ars, sejam homens de Deus, servidores humildes e cheios de misericórdia. E que cada um de nós, em nossa vocação específica, aprenda a gastar a vida pelo bem dos outros, por amor ao Evangelho.
São João Maria Vianney, rogai por nós! Amém.
à Virgem Maria!