Homilia – O Chamado e a Missão dos Doze – Mc 3,13-19

hoje refletiremos sobre um momento crucial no Evangelho de Marcos: o chamado dos Doze Apóstolos por Jesus, um evento cheio de significado e propósito – Homilia: “O Chamado e a Missão dos Doze” – Mc 3,13-19

 

 

 

 

 

 

O Chamado e a Missão dos Doze

Homilia – Evangelho de hoje – Sexta-feira, 19/01/24

 

 

 

 

A simbologia dos Doze

 

Na Sagrada Escritura, o número 12 ressoa com uma profundidade teológica e espiritual extraordinária. Ele simboliza a plenitude e a autoridade divinas, refletindo uma ordem perfeita e o propósito de Deus. Este número aparece de forma significativa nas doze tribos de Israel, que juntas representam a totalidade do povo de Deus, um símbolo da nação escolhida para ser portadora das promessas divinas e da aliança. A escolha de Jesus de 12 apóstolos não é uma mera coincidência, mas um ato deliberado e repleto de simbolismo. Ele ecoa a estrutura das doze tribos de Israel, estabelecendo uma nova aliança e um novo povo de Deus.

 

Os Doze, assim, representam não apenas os fundamentos da Igreja, mas também a continuidade e a renovação da missão divina na terra. Eles são o início da expansão do Reino de Deus para além dos limites de uma única nação, alcançando todas as nações e povos do mundo.

 

 

A Igreja transcende os séculos

 

Este ato de Jesus, ao escolher os Doze, revela Sua autoridade divina e Sua intenção de restaurar e completar o que havia sido prometido às doze tribos de Israel. Ele inaugura uma nova era na qual a salvação e a revelação de Deus são oferecidas a todos, sem distinção.

 

Através dos Doze, Jesus estabelece uma comunidade de fé que transcende fronteiras culturais, étnicas e geográficas, unindo todos em uma nova família espiritual sob a Sua liderança e ensinamento. A designação dos Doze não é apenas para aquele momento histórico; ela se desdobra ao longo dos séculos na Igreja. Cada apóstolo representa um pilar, sobre o qual a Igreja é edificada e sustentada, continuando a missão de Cristo no mundo.

 

Entre os Doze, encontramos irmãos, como Tiago e João, filhos de Zebedeu. Esta inclusão sublinha a importância da família e dos laços fraternos no plano de Deus, revelando como a fé é vivida e compartilhada em comunidade. A escolha tem também uma dimensão mística e transcendental. Eles são o sinal visível da nova aliança de Deus com a humanidade, uma aliança que se estende a todos os povos e nações através da Igreja.

 

 

Zebedeu

 

Zebedeu, o pai de Tiago e João, é uma figura emblemática no Evangelho. Sua presença no relato bíblico, embora breve, carrega um significado profundo. Representando a geração anterior, ele serve como um elo entre o passado e o presente na história da salvação. Zebedeu simboliza a continuidade da fé, evidenciando que o chamado de Jesus não rompe com a tradição, mas a cumpre e a eleva. Através de seus filhos, Tiago e João, que deixaram sua rede e seu pai para seguir Jesus, vemos a transição da fé dos antepassados para uma nova compreensão e vivência do relacionamento com Deus, conforme revelado por Cristo.

 

 

Simão

 

Simão, que Jesus nomeia Pedro, tem um papel central no Evangelho e na fundação da Igreja. Conhecido como a “rocha”, Pedro representa a solidez e a estabilidade sobre a qual a Igreja é edificada.

 

A escolha de Jesus de Pedro como a pedra angular da Sua Igreja simboliza não apenas a confiança depositada em Pedro, mas também a natureza transformadora da graça de Deus. Pedro, um simples pescador, é transformado em líder e fundador da Igreja, demonstrando como Deus capacita e eleva aqueles que Ele chama. Este ato também destaca a natureza inclusiva e acolhedora da Igreja, que é construída não sobre poder e status, mas sobre fé, humildade e a disposição de seguir Jesus.

 

A relação entre Zebedeu e Simão Pedro, portanto, desenha um panorama da missão de Jesus e do desenvolvimento da Igreja. Enquanto Zebedeu representa a fé ancestral, enraizada na história e na tradição, Pedro simboliza a dinâmica e a expansiva missão da Igreja no mundo, fundamentada na rocha que é Cristo. Juntos, eles ilustram a continuidade e a renovação da fé, demonstrando como Deus age através das gerações para realizar Seu plano redentor para toda a humanidade.

 

 

Judas Iscariotes

 

A inclusão de Judas Iscariotes entre os Doze Apóstolos é um dos aspectos mais intrigantes e didáticos dos Evangelhos. Judas, escolhido por Jesus para estar entre Seus mais próximos seguidores, tornou-se, no entanto, o símbolo da traição. Esta escolha nos lembra da complexidade da natureza humana e da liberdade que Deus nos dá.

 

Mesmo sendo parte do círculo íntimo de Jesus, recebendo os mesmos ensinamentos e testemunhando os mesmos milagres, Judas optou por um caminho de traição. Sua história é um lembrete pungente de que a proximidade com o sagrado não nos imuniza contra a tentação e o erro, e que cada um de nós tem a liberdade e a responsabilidade de escolher nosso caminho.

 

A trajetória de Judas não é apenas uma história de traição; é também uma lição sobre a importância da fidelidade e do arrependimento. Enquanto Judas falhou em reconhecer a magnitude de seu erro e buscar o perdão, a Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que, apesar de seus fracassos e pecados, se voltaram para Deus em busca de misericórdia e foram redimidas.

 

A diferença crucial entre Judas e figuras como Pedro, que também falhou, mas se arrependeu, ressalta a importância do arrependimento sincero e da busca pelo perdão divino. A presença de Judas entre os Doze nos faz refletir sobre nossas próprias escolhas e sobre a necessidade constante de alinhar nossas ações e intenções com os ensinamentos e o amor de Cristo.

 

 

Oremos

 

Senhor Jesus, Tu que chamaste os Doze para estarem contigo e os enviaste a pregar, chama-nos também para a Tua presença. Que possamos responder ao Teu chamado com fé e coragem, dedicando nossas vidas ao serviço do Teu Reino. Amém.

 

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ORAÇÕES EUCARÍSTICAS PARA CONCELEBRAÇÃO - CONFORME 3ª EDIÇÃO TÍPICA DO MISSAL ROMANO
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