Homilia – Mt 18,21-19,1 — Missa de 5ª-feira, 14/08/25

Homilia – Mt 18,21-19,1 — Missa de 5ª-feira, 14/08/25

Homilia – Mt 18,21-19,1 — Missa de 5ª-feira, 14/08/25

Irmãos, imagineis a cena: descem do monte, onde Jesus teve sua transfiguração gloriosa, e encontram a multidão aflita ao redor dos discípulos, incapazes de libertar um menino possuído. Em desespero, o pai aproxima-se de Jesus e revela a impotência dos discípulos: “Mestre, tem compaixão de nós; meu filho sofre miseravelmente, e os discípulos não tiveram poder para curá-lo.” Então, o Senhor, com o olhar que penetra além das aparências, reprova a geração incrédula e autossuficiente: “Até quando estarei convosco? Até quando vos suportarei?”

Contudo, não é ali só condenação, mas convite para um salto na confiança. Jesus toma o menino pela mão e, numa só palavra, dissipa as trevas que o afligem: “Espirito imundo, sai deste jovem e não voltes mais a ele.” O milagre acontece imediatamente, e o menino fica restituído à paz. Porém, ao vê-lo assim, os discípulos perguntam a Jesus, a sós: “Por que não pudemos nós expulsá-lo?” Ele responde como quem revela o segredo do Reino: “Por causa da vossa pouca fé.”

E então, acrescenta um ensinamento definitivo: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Move-te para daqui para acolá’, e ele se moverá; e nada vos será impossível.” Não se trata de uma fé arrogante que impõe à criação a sua vontade, mas de uma adesão humilde e absoluta ao poder de Deus que opera em nós. O grão de mostarda simboliza a semente de confiança que, mesmo minúscula, traz em si o potencial de mover montanhas de medo, inveja, egoísmo e desespero.

Perdoar sem Limites

Senhor, aumenta a minha fé!

Portanto, hoje, nós também podemos dirigir-nos àquelas montanhas interiores—o rancor que se entranhou no coração, a ansiedade que paralisa o olhar para o futuro, a dúvida que amarra a língua do louvor—e, em nome de Jesus, declarar-lhes que recuem. De fato, nada nos será impossível quando aprendemos a apoiar cada passo, cada decisão, na certeza de que o Espírito do Senhor age em nós.

Por isso, não vos canseis de implorar fé. Cultivai-a na oração silenciosa, no abandono dos próprios méritos e na súplica perseverante: “Senhor, aumenta a minha fé!” Permiti que o sopro divino regue essa semente, para que ela cresça, transforme vossos limites e revele o poder do Cristo vivo. Então, maravilhados, aclamareis: “Senhor, de fato, a nossa fé fez prodígios!” Amém.