Homilia – “É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida eterna!”. Lc 21, 5-19

Homilia – “É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida eterna!”. Lc 21, 5-19
OCASIÃO PARA O TESTEMUNHO
Jesus faz um alerta contra os alarmistas que preconizam o fim do mundo. Impondo medo e insegurança. Gerando um bloqueio e desmotivando a prática do bem. Insiste com os discípulos, para não se deixarem enganar pelos falsos pregadores, e que não deem ouvidos a quem se considera entendido nas coisas finais, apontando para um projeto de destruição.
Mostra que tudo passa, mas ainda não será o fim. As dificuldades, como o medo e a insegurança, bloqueiam a missão. Alerta à comunidade, que as perseguições e dificuldades devem ser vistas pelos discípulos como ocasião para dar testemunho da fé, da esperança e da alegria do Reino.
Por causa do nome de Jesus, eles serão aprisionados, entregues às sinagogas e levados diante de reis e governadores. “Será ocasião para o testemunho… Não fiquem apavorados…” e nem se iludam que tudo acabará em breve, como dizem os alarmistas.
Diante dessas circunstâncias trágicas, os discípulos experimentarão a proteção divina. Do Pai receberão a força para se defenderem diante dos tribunais, rebatendo as falsas acusações, testemunhando o nome de Jesus com coragem e ousadia. Terão a força necessária para não se intimidarem e nem sucumbirem às investidas dos adversários.
Se forem capazes de perseverar, até o fim, no testemunho de Jesus, serão salvos. Desta forma, ficará patente sua adesão ao projeto do Pai e a rejeição do mal e do pecado. Quem perseverar, experimentará a misericórdia do Pai.
Rezemos: Senhor, diante das dificuldades e dos desafios, sustenta a minha perseverança para que eu participe da salvação.

Dia Mundial dos Pobres
Hoje celebramos o IX Dia Mundial dos Pobres: “Tu és a minha esperança ó Senhor Deus”, Sl 71, 5. O pobre é testemunha de uma esperança forte e confiável, porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalizações. Ele não conta com seguranças do poder e do ter; pelo contrário, sofre-as e, muitas vezes, é vítima delas. A sua esperança só pode repousar noutro lugar.
No coração deles e da Igreja que evangeliza, deve estar gravada a convicção de que são possíveis uma nova terra e um novo céu. Esse convencimento vem da esperança cristã, do fundamento da caridade fraterna. Tudo apoiado na Palavra de Deus e na autenticidade da vida, iluminada pelo Espírito Santo. A esperança vem da fé, sustentada pela caridade.

Caridade
A palavra pobre sugere a palavra caridade. Delas falamos de acolhimento e hospitalidade na vida social. E são muitas as formas de ajudar aos sofridos e inabilitados para uma vida mais digna. Para o Papa Leão, os pobres são sujeitos ativos, devem estar no centro da ação pastoral e são um apelo para o anúncio fecundo do Evangelho. Coloquemos nossos frutos acumulados a serviço dos pobres.
Somos chamados a criar novos sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã como fizeram em todas as épocas muitos santos e santas. Os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho.
Que este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com armas e sim com a prática da justiça e da caridade.
O Senhor nos abençoe e guarde.

