Homilia diária — São Josafá — Missa de 4ª-feira, 12/11/25

Homilia diária — São Josafá — Missa de 4ª-feira, 12/11/25

Homilia diária — São JosafáMissa de 4ª-feira, 12/11/25

Hoje a Igreja celebra São Josafá, bispo e mártir, um homem que derramou o próprio sangue pela unidade dos cristãos. Sua vida foi uma resposta viva à oração de Jesus no Evangelho: “Pai, que todos sejam um, como nós somos um.” Essas palavras, ditas por Cristo na última ceia, ressoam como o coração do seu desejo para a humanidade: a comunhão.

São Josafá nasceu no século XVII, em uma época marcada por divisões profundas entre cristãos do Oriente e do Ocidente. Ele cresceu entre conflitos de fé, mas escolheu o caminho mais difícil: o da reconciliação. Tornou-se monge, depois bispo, e dedicou sua vida inteira à união entre os fiéis da Igreja Ortodoxa e a Igreja de Roma. Pagou por isso com a própria vida, assassinado por aqueles que não aceitaram sua missão.

Mas a morte não foi o fim. Foi testemunho. Josafá morreu gritando aquilo que acreditava: que o corpo de Cristo não pode viver dividido. E o seu sangue, como o de tantos mártires, tornou-se semente de unidade.

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A divisão entre cristãos

O Evangelho de hoje ilumina profundamente a vida dele. Jesus pede ao Pai que todos os seus discípulos sejam um só, para o mundo crer. Isso significa que a unidade não é somente um ideal espiritual, é parte da própria missão da Igreja. Onde há divisão, o Evangelho perde força, e se há comunhão, Cristo se torna visível.

São Josafá nos lembra que a unidade começa em nós. Antes de unir igrejas, precisamos reconciliar os corações. A divisão entre cristãos, entre irmãos, entre membros da mesma família, começa sempre no orgulho, no “eu sei mais”, no “eu tenho razão”. Mas a unidade nasce da humildade, da escuta e da disposição de amar mesmo quem pensa diferente.

Josafá foi um homem de paz, mas não de passividade. Lutou pela verdade, mas sem ódio. Buscou a fidelidade a Cristo, mesmo quando isso significou nadar contra a corrente. Seu exemplo nos ensina que a verdadeira fidelidade a Deus nunca se opõe à caridade. A verdade sem amor se torna dureza, e o amor sem verdade se torna ilusão. Ele soube unir ambas.

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Rezemos

Hoje, o Senhor também nos chama a ser construtores de unidade. No lar, na paróquia, no trabalho, na sociedade, somos enviados a costurar o que foi rasgado, a aproximar o que se afastou, a curar o que foi ferido. A unidade não é uniformidade, é comunhão na diversidade, é respeito mútuo sustentado pela fé em um só Senhor.

São Josafá nos convida a rezar mais, criticar menos, compreender mais, julgar menos, aproximar mais, dividir menos. Ele nos lembra que cada gesto de reconciliação é uma pequena vitória do Reino de Deus.

Que sua coragem inspire a nossa fé. Que o seu sangue derramado reacenda em nós o desejo de comunhão. Roguemos ao Espírito Santo, que uniu o Pai e o Filho em amor eterno, para que una também os nossos corações em um só corpo e uma só alma, para o mundo ver em nós o rosto da unidade que vem de Deus. Amém.