Homilia diária — Santa Isabel da Hungria — Missa de 2ª-feira, 17/11/25

Homilia diária — Santa Isabel da Hungria — Missa de 2ª-feira, 17/11/25
Hoje contemplamos o brilho discreto e poderoso de Santa Isabel da Hungria, uma mulher que nasceu princesa, mas viveu como serva dos pobres. Sua história é um lembrete luminoso de que a santidade não depende de posição social, mas de um coração moldado pelo Evangelho.
Isabel cresceu cercada de luxo, porém nunca deixou que o conforto abafasse a voz de Deus. Desde cedo, ela aprendeu a olhar para os pobres não com pena, mas com respeito. Não via miseráveis, via irmãos. E essa mudança de olhar é, por si só, uma revolução espiritual.
Ao longo de sua vida, distribuiu bens, abriu hospitais, cuidou pessoalmente de doentes que ninguém queria tocar. Não delegava o amor, praticava-o com as próprias mãos. Tocava feridas que assustavam outros, porque sabia que nas feridas dos pobres está o Cristo que sofre. Santa Isabel não servia por obrigação, servia por amor.
Mesmo assim, sua generosidade incomodou. Incomodou a corte, incomodou parentes, incomodou quem preferia uma fé decorativa, distante e confortável. Ela perdeu privilégios, foi humilhada, foi expulsa do castelo. Mas não perdeu a fé. E é aqui que seu exemplo se torna ainda mais forte: quando tiraram tudo dela, Isabel permaneceu firme em Deus.

Como tratamos os pobres?
Seu amor não era caridade superficial, era um gesto profundamente teológico, pois ao servir os pobres, ela tocava o próprio Cristo. O Evangelho dizia que o Reino pertence aos pequenos, e ela acreditou. Dizia que o amor vale mais que sacrifícios, e ela viveu isso até o fim.
Por isso, Santa Isabel da Hungria nos questiona de maneira direta. Como tratamos os pobres que passam por nós? Como respondemos ao sofrimento alheio? E, principalmente, como lidamos com os bens que Deus coloca em nossas mãos? Nosso coração se parece mais com o de Isabel ou com o daqueles que criticavam seu excesso de amor?
Hoje, irmãos, roguemos a graça de aprender com ela três atitudes fundamentais: primeiro, a sensibilidade, para enxergar Cristo nos últimos. Depois, a coragem, para amar mesmo quando isso incomoda. Por fim, a confiança, para permanecer fiéis quando a vida nos tirar a segurança exterior.
Santa Isabel nos mostra que a fé verdadeira precisa sair das palavras e se transformar em serviço concreto, mas, mostra que a caridade não é opcional, é caminho de salvação. Mostra que quem se dobra para levantar o pobre se ergue aos olhos de Deus.
Que o testemunho dela acenda em nós o desejo sincero de viver a fé com gestos, não só com discursos. Que seu amor radical pelos pobres nos inspire a transformar nossa vida em dom. E que, como ela, possamos um dia ouvir do Senhor: “O que fizeste ao menor dos meus irmãos, fizeste a mim.”

