No Evangelho de hoje, Jesus dirige uma dura crítica à sua geração, que pede sinais e provas para acreditar. Homilia diária — O sinal de Jonas e a mensagem a nós

O sinal de Jonas

No Evangelho de hoje, Jesus dirige uma dura crítica à sua geração, que pede sinais e provas para acreditar. Ele a chama de “geração má”, não por uma maldade superficial, mas por uma falta de fé, por uma busca contínua por sinais milagrosos que, na verdade, não sustentam uma verdadeira conversão do coração. Jesus sabe que o problema não é a falta de sinais, mas a cegueira espiritual que impede as pessoas de reconhecerem o que já está diante delas.

Jesus fala do “sinal de Jonas”, referindo-se ao profeta que foi enviado a Nínive para pregar a conversão. Os ninivitas, ao ouvirem a mensagem de Jonas, arrependeram-se de seus pecados, reconheceram a necessidade de mudança e voltaram-se para Deus. E aqui está a primeira grande lição: Jonas foi um simples homem enviado por Deus, e ainda assim, sua pregação tocou o coração de um povo inteiro, levando-os à conversão. Se os ninivitas foram capazes de ouvir Jonas, quanto mais nós devemos estar abertos à palavra de Jesus, que é o Filho de Deus?

Aqui está quem é maior do que Jonas

Jesus faz uma comparação poderosa: “Aqui está quem é maior do que Jonas.” Ele não está apenas anunciando uma mensagem de conversão, Ele é a própria encarnação da misericórdia e do amor de Deus. Ele é o verdadeiro sinal de que o Reino de Deus está entre nós. E, mesmo assim, muitos em sua geração não reconheciam isso. Buscavam sinais espetaculares, milagres extraordinários, quando o maior de todos os sinais estava bem diante deles: o próprio Jesus, o Filho do Homem.

Nós, muitas vezes, caímos na mesma tentação. Queremos provas, queremos sinais tangíveis, queremos que Deus se manifeste de formas grandiosas para resolver nossos problemas. Mas esquecemos que Deus já nos deu o maior de todos os sinais: Seu Filho. O verdadeiro sinal de Deus não é um milagre isolado que resolve momentaneamente uma dificuldade. O verdadeiro sinal é a presença constante de Jesus em nossas vidas, que nos chama à conversão, à transformação interior e à vivência do amor.

A rainha do Sul

Jesus também menciona a “rainha do Sul”, que viajou de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. Ela, sendo uma estrangeira, reconheceu a sabedoria divina em Salomão e fez todo o esforço para conhecê-la. E, mais uma vez, Jesus nos alerta: “Aqui está quem é maior do que Salomão.” Se a rainha do Sul foi capaz de reconhecer a sabedoria em Salomão, quanto mais devemos nós reconhecer a sabedoria infinita de Cristo, que é a própria Palavra de Deus encarnada?

O Evangelho de hoje nos chama a uma profunda reflexão sobre nossa fé. Será que, assim como a geração de Jesus, estamos buscando sinais e milagres, mas falhando em ver o que está bem diante de nós? Será que, como os ninivitas, estamos dispostos a ouvir a voz de Deus e nos converter? Ou será que nossa vida de fé tem sido superficial, baseada apenas no que Deus pode fazer por nós, em vez de ser uma resposta de amor e confiança em Sua presença?

Conclusão

Jesus nos convida, hoje, a enxergar além dos sinais visíveis. O maior sinal já nos foi dado: a cruz. A morte e ressurreição de Jesus são o sinal supremo do amor de Deus por nós. Assim como Jonas ficou três dias no ventre do grande peixe, Jesus passou três dias no sepulcro, mas ressuscitou para nos dar a vida eterna. Esse é o sinal definitivo que nos chama à conversão, à fé e à entrega total.

Queridos irmãos e irmãs, o tempo de buscar sinais terminou. O que Deus nos pede agora é um coração aberto, disposto a escutar Sua voz, disposto a seguir o caminho de Jesus, que é o caminho da cruz, da entrega e da ressurreição. Sejamos como os ninivitas, que ouviram e se converteram. Sejamos como a rainha do Sul, que reconheceu a sabedoria e a buscou. E, acima de tudo, reconheçamos que Cristo está entre nós, maior do que qualquer profeta, maior do que qualquer rei, e que Ele é o sinal vivo da presença de Deus em nossas vidas.

Que este Evangelho nos inspire a uma fé mais profunda, a uma confiança inabalável na presença de Jesus, o verdadeiro sinal de Deus para nós.