Homilia diária — O Filho do Homem deve sofrer muito
O Filho do Homem deve sofrer muito
O Evangelho de hoje nos apresenta um dos momentos mais cruciais na caminhada de Jesus com os Seus discípulos. Nesta passagem, Jesus nos desafia a olhar para o centro de nossa fé, nos questiona sobre nossa verdadeira compreensão de quem Ele é, e nos chama a uma entrega total, que envolve renúncia e cruz.
Quem dizem os homens que eu sou?
Jesus começa com uma pergunta aparentemente simples: “Quem dizem os homens que eu sou?” Os discípulos prontamente respondem, ecoando as opiniões populares da época. Alguns diziam que Ele era João Batista, outros que era Elias, ou ainda um dos profetas. É interessante notar que, para o povo, Jesus era, no máximo, uma figura extraordinária, um profeta poderoso. Mas isso ainda não revelava plenamente quem Ele realmente era.
E vós, quem dizeis que eu sou?
Então, Jesus faz uma segunda pergunta, muito mais pessoal e profunda: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Esta é a pergunta que ecoa para todos nós, hoje. Quem é Jesus para mim? Não é uma questão de opinião alheia ou de tradição. Jesus nos convida a uma resposta que brota do coração, de uma experiência pessoal com Ele. E é Pedro quem responde: “Tu és o Messias.” Esta resposta de Pedro é um reconhecimento da identidade de Jesus, não como um simples profeta, mas como o Ungido de Deus, o Salvador prometido.
No entanto, a resposta de Pedro, embora correta, ainda estava limitada à visão humana. Ele entendia Jesus como o Messias, mas não compreendia plenamente o caminho que esse Messias devia trilhar. E, quando Jesus começa a falar de Seu sofrimento, de Sua rejeição e morte, Pedro reage imediatamente, tentando repreender Jesus, pois isso não se encaixava na ideia de Messias que ele tinha. Na mente de Pedro, o Messias não poderia sofrer, muito menos morrer. Mas aqui está o ponto central deste Evangelho: Jesus, ao contrário das expectativas humanas, revela que Sua missão passa pela cruz.
Vai para longe de mim, Satanás!
E é neste momento que Jesus repreende Pedro com palavras duras: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens.” Pedro, sem perceber, estava tentando afastar Jesus do caminho da cruz. Mas Jesus sabia que o caminho da cruz era inevitável, era o caminho da salvação. Ele nos ensina que os pensamentos humanos, que buscam conforto, poder e glória, muitas vezes se opõem ao verdadeiro plano de Deus, que passa pela entrega, pelo sacrifício, pelo amor que se doa até o fim.
Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo
Jesus, então, faz um chamado claro: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” Este é o coração do discipulado cristão. Seguir Jesus não é apenas admirar Suas palavras ou milagres, não é apenas acreditar que Ele é o Messias. Seguir Jesus é aceitar o caminho da cruz, é renunciar a nós mesmos, nossos desejos egoístas, nosso apego ao poder e ao controle, para abraçar a vontade de Deus.
Tomar a sua cruz
Mas o que significa “tomar a sua cruz”? A cruz, naquela época, era um símbolo de vergonha, sofrimento e morte. Para os primeiros ouvintes de Jesus, isso soava como algo chocante. No entanto, Jesus nos mostra que a cruz é o caminho para a vida. Tomar a nossa cruz é aceitar as dificuldades e os desafios que a vida nos apresenta, é escolher o amor, o perdão e a misericórdia, mesmo quando o caminho é difícil. É confiar que, assim como Jesus passou pela cruz e ressuscitou, nós também, se seguirmos esse caminho, encontraremos a verdadeira vida.
Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la
E Jesus nos faz uma promessa paradoxal: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la.” Isso parece uma contradição, mas é a verdade central do Evangelho. Quando vivemos apenas para nós mesmos, para nossa própria segurança e conforto, acabamos perdendo o sentido da vida. Mas quando nos entregamos por amor, quando vivemos não para nós, mas para Deus e para o próximo, descobrimos a verdadeira vida, uma vida plena, que vai além da morte.
Rezemos
Irmãos e irmãs, este Evangelho nos desafia a reavaliar nossa caminhada com Cristo. Quem é Jesus para nós? Estamos dispostos a segui-Lo no caminho da cruz? Estamos prontos para renunciar a nós mesmos, para deixar de lado nossas próprias expectativas e abraçar o plano de Deus para nossas vidas?
Que possamos responder ao chamado de Jesus com coragem e confiança, sabendo que, ao perdermos nossa vida por Ele, encontraremos a verdadeira salvação e vida eterna.
O quê fazer diante do porvir?
Vivemos tempos de crises espirituais. Nossa Senhora de Akita nos alertou sobre o afastamento de Deus, que traria consigo catástrofes devastadoras. Muitos ignoram esses sinais, e o mundo caminha para o abismo. Você também está entre os que ainda não abriram os olhos para essa realidade?