Homilia diária — Missa de domingo, 07/12/25 — Mt 3,1-12

Homilia diária — Missa de domingo, 07/12/25 — Mt 3,1-12

Homilia diária — Missa de domingo, 07/12/25Mt 3,1-12

Sempre que ouvimos Jesus proclamar “Convertei-vos”, algo dentro de nós mexe. No primeiro momento, parece até um alerta duro, mas, quando olhamos mais de perto, percebemos que é um chamado cheio de ternura. Desde o início, Jesus fala com autoridade, porém fala como quem estende a mão. Ele não ameaça, Ele desperta. E, à medida que o Evangelho avança, fica claro que a conversão não significa medo, mas encontro.

Além disso, Jesus anuncia que “o Reino dos céus está próximo”. Ele não promete algo distante, escondido atrás das nuvens. Ele declara que o Reino já toca a terra, já respira entre nós, já se manifesta no ordinário da vida. Assim, quando Ele pede conversão, Ele nos chama a ajustar o coração para perceber essa presença que muitas vezes deixamos escapar por distração.

No entanto, converter-se exige coragem. A gente gosta de mudança, mas só quando o outro muda. Porém, quando Jesus aponta para dentro de nós, aí tudo balança. A verdade de Cristo sempre chama à revisão: atitudes que machucam, palavras que ferem, hábitos que amarram. Ele não nos humilha, Ele nos liberta. Deus age como médico que revela a ferida para curar, nunca para condenar.

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Conversão

Logo depois, entendemos que conversão não é reforma superficial. Jesus não quer uma pintura nova sobre paredes rachadas. Ele quer transformar o interior, porque é ali que o Reino começa. Mudamos o mundo quando mudamos o coração. E, quando o coração muda, mudam os gestos, muda o olhar, muda o jeito de tratar quem vive ao nosso redor. Converter-se significa colocar Deus no centro e deixar que tudo o mais encontre seu lugar.

Ao mesmo tempo, o Reino de Deus sempre chega de maneira simples. Jesus anda pelas ruas da Galileia, toca feridos, escuta desprezados, acolhe pecadores, ilumina confusos. Ele apresenta o Reino assim: como vida que floresce, como misericórdia que alcança, como presença que transforma. Por isso, a conversão não acontece por obrigação, mas por encanto. A gente muda porque descobre que vale mais viver ao lado d’Aquele que salva do que permanecer preso às correntes que cansam a alma.

Além disso, o chamado à conversão revela o respeito de Deus por nós. Ele não nos empurra. Ele convida, fala ao coração e espera a resposta. Cada “sim” que damos abre espaço para a graça. Cada passo que ousamos dar em direção a Ele ilumina partes escondidas da vida que já pediam nova chance há muito tempo.

Assim, ao ouvirmos de novo “Convertei-vos”, percebemos que Jesus não fala a estranhos. Ele fala a filhos. Ele sabe da nossa luta, conhece as quedas, entende o medo. E mesmo assim Ele continua chamando, porque acredita no que podemos nos tornar quando caminhamos com Ele.

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Rezemos

Portanto, meus irmãos e minhas irmãs, acolhamos este chamado com humildade e decisão. Vamos mudar o que fere, abandonar o que atrasa, renunciar ao que nos afasta. Vamos escolher Cristo de novo, com sinceridade, com desejo, com verdade. Quando Ele diz que o Reino está próximo, Ele nos lembra que Deus nunca se cansa de vir ao nosso encontro. E nós, então, podemos responder com a única coisa que muda tudo: um coração disposto.

Amém.