Homilia diária — Missa de 3ª-feira, 02/12/25 — Mt 8,5-11
Homilia diária — Missa de 3ª-feira, 02/12/25 — Mt 8,5-11
Jesus, tomado de alegria no Espírito Santo, ergue a voz e louva o Pai por revelar aos pequenos aquilo que os sábios de cabeça cheia não conseguem enxergar, então, essa cena revela um segredo profundo: Deus não se esconde da humanidade, mas se deixa encontrar pelos corações simples. Quem busca grandeza demais perde a delicadeza do gesto divinoe se faz pequeno descobre a verdade sem esforço.
Logo em seguida, o Senhor declara que tudo recebe do Pai e que somente Ele revela o Pai a quem deseja. Aqui surge uma luz teológica intensa: a salvação não nasce do raciocínio humano, mas da iniciativa amorosa de Deus que se inclina, que se aproxima e que abre portas que jamais conseguiríamos abrir sozinhos. A fé não brota de técnicas; ela nasce de encontro.
Mais adiante, Jesus volta-se aos discípulos e os chama de felizes, afinal, eles enxergam o que muitos desejaram ver e não viram, e ouvem o que tantos quiseram ouvir e não ouviram. Esse anúncio provoca um impacto imediato: não existe privilégio, mas graça. O dom não aparece porque os discípulos são melhores, e sim porque aceitaram caminhar com Cristo com um coração disposto.

O Convite
Essa palavra toca profundamente nossa vida. Muitos procuram Deus em teorias complicadas, em discursos rebuscados, em experiências extraordinárias. Enquanto isso, o Senhor passa discretamente pelo cotidiano, fala através da Escritura, visita-nos na Eucaristia e se revela na simplicidade de quem sofre, de quem ama, de quem precisa de nós. Quando complicamos o caminho, a graça escorre pelos dedos.
Diante disso, o convite de Jesus permanece: abra espaço para o Espírito alegrar seu interior. Deixe que a humildade abra portas que o orgulho tranca. Permita que a simplicidade faça aquilo que a teimosia intelectual não alcança. O Reino de Deus nunca dependeu de títulos, mas sempre dependeu de entrega.
Enfim, o Evangelho nos pede olhos limpos e ouvidos atentos. Quem acolhe a Palavra na pequenez descobre um Deus maior do que tudo. Quem vive com pureza percebe sinais que outros ignoram. E quem se deixa conduzir pelo Espírito participa da alegria de Cristo, essa alegria que não passa, não se apaga e não se explica, apenas se vive. Amém.

