Homilia diária — Missa de 2ª-feira, 01/12/25 — Mt 8,5-11

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Homilia diária — Missa de 2ª-feira, 01/12/25Mt 8,5-11

O Evangelho de hoje nos coloca diante de uma imagem forte e profundamente consoladora: Jesus anuncia que muitos virão do Oriente e do Ocidente para se sentarem à mesa no Reino do Céu. Assim, Ele revela um Deus que não fecha portas, mas que abre caminhos; um Deus que não mede fronteiras, mas que abraça distâncias; um Deus que não seleciona favoritos, mas que convoca corações.

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Deus não se limita às nossas expectativas

Desde o início, essa frase confronta nosso olhar estreito. Porque, enquanto nós classificamos, Jesus convida. Enquanto apontamos limites, Ele derruba muros. Enquanto reduzimos o Reino a um pequeno grupo, Ele o expande como um horizonte que ninguém consegue medir. E, desse modo, Ele nos recorda que o Pai sonhou um banquete para muitos, não para poucos.

Ao anunciar que virão do Oriente e do Ocidente, Jesus descreve um movimento universal. Ele enxergava homens e mulheres de todos os povos caminhando em direção à luz. Ele revelava que a graça não se prende à geografia, ao sangue, à cultura ou às tradições humanas. A graça alcança quem tem fé. A fé é a única chave. A fé abre portas que ninguém fecha.

Nesse contexto, percebemos algo essencial: Deus não se limita às nossas expectativas. Ele surpreende, escapa das nossas medidas e acolhe quem nunca imaginamos. Além disso, Ele levanta quem julgamos caído, chama quem muitos já descartaram e, com isso, Ele nos convida a abandonar qualquer atitude que reduz o Reino ao tamanho do nosso próprio mundo.

Então, diante dessa palavra, surge uma pergunta simples e forte: eu vivo com o coração aberto como o coração de Deus? Porque, se muitos virão do Oriente e do Ocidente, isso significa que Deus chama gente diferente de mim, gente que vive outras histórias, pensa de outro jeito, carrega outras marcas. E, ainda assim, Ele os convida. Portanto, eu também preciso aprender a acolher sem preconceito, sem medo e sem superioridade.

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Decisão pessoal

Além disso, Jesus alerta que alguns que se julgam “de dentro” correm o risco de ficar fora justamente porque se acomodaram. O Reino não privilegia conforto espiritual. O Reino acolhe quem busca, quem se converte, quem se rende ao amor. Logo, a proximidade com o sagrado não garante coração transformado. Só a fé viva abre espaço para Deus agir.

Por conseguinte, não basta conhecer a doutrina, frequentar a igreja ou recitar orações. Isso é belo e necessário, mas não substitui a fé concreta, que se mostra na humildade, na misericórdia e no desejo sincero de caminhar com o Senhor. Muitos virão de longe porque desejam Deus. E Deus acolherá cada um deles com alegria.

Portanto, hoje Jesus nos pede uma alma larga. Uma alma que não encolhe o amor, que aprende a reconhecer a fé até onde ela parece improvável. Uma alma que não disputa lugar na mesa, mas que ajuda a preparar a mesa para os que ainda estão a caminho.

Se muitos virão do Oriente e do Ocidente, eu preciso decidir de que lado do movimento quero ficar. Posso olhar a multidão com receio, ou posso caminhar com ela em direção ao Reino e vigiar portas, ou posso abrir caminhos. Posso julgar quem chega, ou posso acolher como Deus acolhe.

E, quando finalmente entrarmos no banquete eterno, talvez descubramos que a mesa é maior do que pensávamos, o amor é mais largo do que imaginávamos e o céu é bem mais povoado do que esperávamos.

Que o Senhor nos conceda esse coração amplo, esse olhar misericordioso e essa fé que atravessa fronteiras. Amém.