“Levantai-vos, porque a vossa libertação está próxima” – Homilia diária — Liturgia católica — Domingo, 01/12/24
Homilia diária — Domingo, 01/12/24
“Levantai-vos, porque a vossa libertação está próxima”
O Evangelho de hoje nos apresenta palavras de Jesus que misturam advertência e esperança. Ele fala de sinais no céu e na terra, de angústia entre as nações, de homens desmaiando de medo diante do que está por vir. Mas, em meio a essas imagens de caos e temor, surge uma promessa de consolo e vitória: “Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.”
Essa passagem nos convida a refletir sobre a transitoriedade do mundo, a preparação para o encontro com Deus e a confiança na promessa de que, no final, Cristo será nossa salvação.
Sinais e tribulações: o mundo em desordem
Jesus descreve sinais no sol, na lua e nas estrelas. Ele fala de nações angustiadas, do pavor causado pelo barulho do mar e das ondas, e das forças do céu sendo abaladas. Essas imagens não são apenas literais, mas também simbólicas, indicando que o mundo, em sua forma atual, será abalado antes da plena manifestação do Reino de Deus.
Esses sinais nos recordam que a criação inteira está em transformação. A aparente estabilidade que conhecemos é passageira, e o que hoje parece seguro um dia deixará de ser. Jesus quer nos ensinar a não colocar nossa confiança nas coisas terrenas, mas em Deus, que é eterno.
“O Filho do Homem virá em glória”
No meio dessa visão de abalo e temor, surge a promessa gloriosa: “Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória.”
Essa é a grande esperança cristã: Jesus não nos abandona. Ele, que veio ao mundo como servo humilde, voltará como Rei glorioso para estabelecer definitivamente o Reino de Deus. Essa visão nos enche de coragem, pois sabemos que, no final, não será o medo, mas a vitória de Cristo, que prevalecerá.
“Levantai-vos e erguei a cabeça”
Diante das tribulações, a reação natural é abaixar a cabeça, deixar-se dominar pelo medo ou pela angústia. Mas Jesus nos diz: “Levantai-vos e erguei a cabeça.” Ele nos convida a ter uma postura diferente, uma postura de fé e confiança.
A libertação está próxima, não porque as tribulações serão fáceis, mas porque Deus está no controle. Cristo nos chama a não sermos passivos diante dos desafios, mas a enfrentá-los com coragem, sabendo que somos sustentados por Sua graça.
O cuidado com o coração: vigilância e oração
Jesus também nos adverte: “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.” Ele não fala apenas de excessos externos, mas da tentação de vivermos distraídos, preocupados demais com as coisas deste mundo.
Muitas vezes, nossa insensibilidade espiritual nasce do excesso de apego ao material. Nos preocupamos tanto com nossas metas, nossos bens e nossas preocupações diárias que esquecemos o essencial: viver para Deus.
Por isso, Jesus nos chama à vigilância e à oração. Não porque devamos viver em ansiedade, mas para estarmos preparados, com o coração aberto e atento, prontos para nos encontrarmos com Ele.
Conclusão: atentos à libertação
Meus irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje é um convite à esperança ativa. Não temamos as tribulações, mas enfrentemo-las com confiança, pois sabemos que nossa libertação está próxima. E essa libertação não é apenas futura; é já hoje, quando permitimos que Cristo reine em nosso coração.
Que possamos viver vigilantes, com o coração livre das distrações e cheio de oração, esperando o dia em que estaremos em pé diante do Filho do Homem, prontos para acolher Sua glória. Amém!