Homilia diária — Liturgia católica — 5ª-feira, 21/11/24

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Somos convidados a viver como Maria, confiando, entregando-nos, fazendo de nossas vidas um eco do “sim” que mudou a história da humanidade. Apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria, Homilia diária — Liturgia católica – 5ª-feira, 21/11/24

Homilia diária — Liturgia católica – 5ª-feira, 21/11/24

Hoje, celebramos a Apresentação da Bem-aventurada Virgem Maria. Este dia nos convida a refletir sobre o momento em que Maria, ainda uma menina, foi levada ao templo por seus pais, Joaquim e Ana, e oferecida a Deus. Essa entrega antecipava o “sim” que ela daria na Anunciação, tornando-se a serva do Senhor e mãe do Salvador.

Ao mesmo tempo, a liturgia nos apresenta este Evangelho, onde Jesus, em diálogo com as multidões, ensina algo profundo sobre a verdadeira família de Deus. Vamos explorar juntos como esses dois aspectos se conectam de forma harmoniosa.

Maria: modelo de quem faz a vontade de Deus

Quando Jesus estende a mão e diz: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”, Ele não está diminuindo a importância de Maria. Pelo contrário, Ele está exaltando o maior atributo dela: sua total adesão à vontade de Deus.

Maria não é apenas mãe biológica de Jesus; ela é, acima de tudo, a primeira discípula. Desde a Apresentação no templo até o Calvário, sua vida foi um constante “faça-se em mim segundo a tua palavra”. Maria viveu aquilo que Jesus proclamou neste Evangelho: ser parte da família de Deus é mais do que laços de sangue; é um compromisso profundo com a vontade do Pai.

A Apresentação: Maria se torna templo vivo de Deus

Quando os pais de Maria a levaram ao templo, eles estavam realizando um gesto profético. Maria, ainda tão jovem, já era consagrada ao Senhor. Mas olhem o paradoxo divino: ela foi apresentada no templo, mas, um dia, ela própria se tornaria o templo do Altíssimo, abrigando em seu ventre o Verbo encarnado.

A Apresentação de Maria nos ensina sobre a disposição de nos colocarmos nas mãos de Deus, desde cedo, com humildade e obediência. Ela nos mostra que a verdadeira grandeza está em se entregar à vontade divina, mesmo sem entender todos os desígnios de Deus.

Família espiritual: a comunhão dos que fazem a vontade de Deus

Jesus nos apresenta um conceito revolucionário: a família de Deus não é limitada por sangue ou parentesco humano. Ele aponta para os discípulos, homens e mulheres que o seguiam e viviam Seus ensinamentos, e declara: “Eis minha mãe e meus irmãos.”

Aqui está o chamado para todos nós: Deus quer fazer de cada um de nós membros de Sua família. Mas isso exige algo: fazer a vontade do Pai. Essa vontade não é apenas cumprir regras, mas viver com amor, humildade, misericórdia e disponibilidade, assim como Maria fez.

Maria é o elo perfeito entre as duas realidades. Ela é mãe de Jesus segundo a carne, mas também a mais perfeita seguidora de Sua vontade divina. Nela, o céu e a terra se encontram, e ela nos aponta o caminho para viver essa mesma comunhão.

A vontade de Deus em nossa vida

Seguir a vontade de Deus não é algo fácil. Às vezes, como Maria, somos chamados a dizer “sim” sem compreender totalmente o que isso significa. Mas confiar na vontade divina é o caminho para sermos verdadeiramente felizes. A Apresentação de Maria é um exemplo vivo disso. Ela foi entregue a Deus, e sua vida inteira se tornou um testemunho de que a entrega total gera frutos eternos.

Assim como Maria foi levada ao templo, também somos chamados a nos apresentarmos diante de Deus. Não se trata de um ato externo, mas de uma entrega interior. É dizer, como ela: “Senhor, aqui estou. Usa-me segundo o Teu plano.”

Conclusão: Maria, mãe e irmã na fé

Meus irmãos e irmãs, Maria nos ensina que ser da família de Deus não é uma questão de privilégios, mas de fidelidade. Quando celebramos sua Apresentação, lembramos que ela, desde a infância, foi consagrada ao Senhor e viveu plenamente para Ele.

Hoje, Jesus estende a mão para cada um de nós e diz: “Quem faz a vontade do meu Pai é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Somos convidados a viver como Maria, confiando, entregando-nos, fazendo de nossas vidas um eco do “sim” que mudou a história da humanidade.

Que possamos nos inspirar na humildade e na obediência de Maria, e que, por sua intercessão, sejamos fortalecidos para também fazer a vontade do Pai, para que um dia sejamos chamados por Cristo de “meu irmão, minha irmã”. Amém!