Homilia diária — Liturgia católica — 4ª-feira, 27/11/24

Homilia diária 4ª feira

Homilia diária — Liturgia católica — 4ª-feira, 27/11/24

Homilia “É permanecendo firmes que ganhareis a vida”

O Evangelho de hoje nos coloca diante de uma mensagem desafiadora, mas profundamente esperançosa. Jesus, em Sua sinceridade amorosa, não oculta as dificuldades que Seus discípulos enfrentariam. Ele fala de perseguições, prisões, traições e até martírio. Contudo, Suas palavras não são de desespero. Pelo contrário, Ele nos mostra que, em meio às tribulações, temos a oportunidade de testemunhar a fé e confiar plenamente em Deus.

“Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé”

Que frase impressionante! Jesus transforma a perspectiva do sofrimento. Ele não vê as dificuldades como derrotas, mas como oportunidades. O testemunho cristão não acontece apenas quando tudo está bem, mas principalmente quando estamos sob pressão, quando nossa fé é desafiada.

Isso nos leva a refletir: como temos testemunhado a nossa fé? Quando enfrentamos críticas, desafios ou mesmo desprezo por sermos discípulos de Cristo, reagimos com medo ou com coragem? Jesus nos chama a enxergar essas situações como chances de mostrar quem Ele é para o mundo.

“Eu vos darei palavras tão acertadas”

Jesus nos faz uma promessa: não estaremos sozinhos. Ele nos garante que, nos momentos de maior provação, Ele mesmo nos dará as palavras e a sabedoria necessárias. Essa é uma promessa que deve trazer paz ao nosso coração. Não precisamos planejar nossa defesa ou temer as situações difíceis, porque Cristo está conosco, guiando-nos e sustentando-nos.

Esse chamado à confiança nos desafia a abandonar o controle. Muitas vezes queremos prever e planejar tudo, mas Jesus nos convida a confiar plenamente em Sua providência. Ele nos lembra que o poder do testemunho não vem de nossa força, mas da presença d’Ele em nós.

“Sereis entregues pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos”

Essa é uma das partes mais difíceis do Evangelho de hoje. Jesus reconhece que a fé pode trazer divisões até mesmo dentro de nossas famílias e amizades mais próximas. Isso não significa que devemos buscar conflitos, mas que, ao vivermos fielmente o Evangelho, enfrentaremos resistências, inclusive daqueles que amamos.

Esse chamado à perseverança nos desafia a colocar Deus em primeiro lugar. Não é fácil, mas Jesus promete que, ao permanecermos fiéis, estamos seguindo o caminho da verdadeira vida.

“Não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça”

Essa frase parece contraditória, considerando que Jesus acabara de falar sobre perseguições e martírio. Contudo, aqui está a chave da esperança cristã: o sofrimento terreno não pode destruir a vida que Deus nos promete. Nosso corpo pode sofrer, mas nossa alma está segura em Suas mãos. Não importa o que enfrentemos neste mundo, Deus está no controle, e Ele cuida de nós em cada detalhe.

Essa promessa nos convida a viver sem medo. Não porque as tribulações desaparecerão, mas porque a graça de Deus é maior do que qualquer sofrimento.

“É permanecendo firmes que ganhareis a vida”

O Evangelho termina com essa verdade fundamental: a perseverança é o caminho para a vida eterna. Permanecer firme não significa nunca vacilar ou ter dúvidas, mas sim confiar em Deus mesmo nas dificuldades. É acreditar que, apesar das tempestades, Cristo é nossa rocha, e Ele nos levará à vitória final.

Essa firmeza exige oração, coragem e a certeza de que Deus é fiel. Quando enfrentamos desafios, somos chamados a não desistir, mas a manter nossos olhos fixos em Jesus, o autor e consumador da nossa fé.

Conclusão: o chamado à confiança e à perseverança

Meus irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje não é apenas um aviso de dificuldades, mas uma proclamação de vitória. Jesus nos lembra que as provações são passageiras, mas a vida que Ele nos promete é eterna. Ele nos convida a viver com coragem, testemunhando nossa fé mesmo quando o mundo parece estar contra nós.

Que possamos, em cada desafio, lembrar das palavras de Jesus: “Eu vos darei palavras” e “Não perdereis um só fio de cabelo”. Ele é nosso refúgio e nossa força. E que, ao permanecermos firmes, possamos um dia ouvir d’Ele: “Bem-aventurados vós, que perseverastes até o fim!” Amém!