Homilia diária — Lc 7,36-50 — Missa de 5ª-feira, 18/09/25

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Homilia diária — Lc 7,36-50 — Missa de 5ª-feira, 18/09/25

Amados irmãos, o Evangelho que acabamos de ouvir nos leva a uma das cenas mais emocionantes da vida pública de Jesus. Trata-se do encontro entre o Senhor e uma mulher pecadora. Uma mulher marcada, julgada, excluída. Contudo, é diante dela que Jesus revela o verdadeiro significado do amor e do perdão. Um ensinamento que permanece vivo, e profundamente necessário ainda hoje.

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A presença de Cristo

Tudo começa com um convite. Um fariseu, chamado Simão, convida Jesus para jantar em sua casa. No ambiente controlado de um lar farisaico, esperava-se uma certa formalidade. No entanto, a presença de Cristo nunca é passiva. Ele sempre transforma o lugar onde entra. E, nesse caso, a transformação viria não por palavras teológicas, mas por um gesto inesperado: “Uma mulher da cidade, conhecida como pecadora, entra, chora aos pés de Jesus, unge-os com perfume e os enxuga com os próprios cabelos.”

A cena é forte. Escandalosa para os padrões da época. Uma mulher que não deveria estar ali… entra, e que não podia tocar em ninguém… toca no Filho de Deus. Trata-se de uma mulher que todos evitavam… se lança aos pés Daquele que veio exatamente para os que estavam perdidos. E tudo isso é feito sem palavras. Porque quando o coração se derrama em arrependimento sincero, a linguagem deixa de ser verbal e se torna gesto, lágrima, entrega.

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A quem mais se perdoou, mais ama

No entanto, como frequentemente acontece, o julgamento não tarda. Simão, o fariseu, pensa consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele.” Ele julga dois ao mesmo tempo: julga a mulher por seu passado e julga Jesus por permitir a proximidade dela. Mas Jesus, que conhece os corações, responde não com condenação, mas com uma parábola. Uma pequena história sobre dois devedores: um com dívida grande, outro com dívida pequena, ambos perdoados. E pergunta: Qual deles amará mais?”

A resposta é óbvia: aquele a quem mais se perdoou, mais ama. E então vem a chave de ouro deste Evangelho: Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, porque ela mostrou muito amor.” Aqui está a beleza da lógica divina. Deus não mede como o homem mede. Enquanto o mundo nos rotula pelo passado, Deus olha para o coração arrependido. Enquanto os homens colecionam pecados para condenar, Cristo os recolhe para perdoar.

É importante destacar: Jesus não está relativizando o pecado, nem incentivando a desordem, mas Ele está mostrando que o arrependimento sincero, acompanhado de amor profundo, pode transformar qualquer história. Essa mulher não usou justificativas, nem tentou esconder seus erros: ela somente se entregou, e, portanto, ao fazer isso, recebeu algo que nenhum banquete poderia oferecer: Tua fé te salvou. Vai em paz.”

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Mas o que isso significa hoje?

Em primeiro lugar, nos lembra que ninguém está além do alcance da misericórdia divina. Nenhum pecado, por maior que seja, pode superar o amor de Deus, pois o que Ele espera é um coração quebrantado, sincero, humilde, como o daquela mulher que chorou aos seus pés.

Em segundo lugar, aprendemos que o perdão gera amor, e o amor confirma o perdão: quanto mais reconhecemos nossa miséria, mais podemos amar. O problema não está em ter pecado, mas em permanecer indiferente. Em justificar-se em vez de converter-se, pois em esconder-se, quando deveríamos nos lançar aos pés do Senhor.

Por fim, este Evangelho nos convida a rever como julgamos os outros. Quantas vezes olhamos para alguém marcado pelo pecado e já decidimos que “não tem jeito”? Quantas vezes deixamos de acolher, de evangelizar, de amar… porque a aparência ou o passado da pessoa nos escandalizou? Cristo nos mostra que a salvação muitas vezes começa onde o mundo desiste. E que os pés de Jesus são lugar de recomeço.

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Oremos

Portanto, irmãos e irmãs, se você carrega um passado pesado… se sente vergonha, medo ou cansaço da sua caminhada… lembre-se desta mulher. Lembre-se que ela não ficou do lado de fora. Ela entrou. Chorou. Tocou. Amou. E foi perdoada. A mesma graça está disponível para você, agora. Basta se aproximar, com verdade, e deixar que o Senhor diga também a seu coração: Tua fé te salvou. Vai em paz.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.