Nosso papel não é prever o futuro, mas viver com vigilância, com fé, com confiança. Jesus nos convida a sermos como aqueles que esperam com paciência – Homilia diária — Evangelho de hoje — Domingo, 17/11/24
Homilia diária — Evangelho de hoje — Domingo, 17/11/24
Hoje, Jesus nos apresenta uma visão poderosa e quase misteriosa. Ele fala sobre o fim dos tempos, descrevendo uma cena grandiosa em que o sol se escurece, a lua perde seu brilho, as estrelas caem do céu e as forças celestes são abaladas. É uma imagem que nos deixa em alerta, quase com um frio na espinha, não é?
Jesus não escolhe palavras suaves, mas ele nos quer atentos e preparados. Ele nos dá um aviso claro: haverá um tempo de grande tribulação. E é nesse tempo que veremos o Filho do Homem, vindo nas nuvens com grande poder e glória.
Agora, pensem nisso. Jesus não está falando apenas de um espetáculo cósmico; ele está nos revelando uma verdade profunda. Todas essas imagens – o sol, a lua, as estrelas – representam o mundo como conhecemos, aquilo em que confiamos, aquilo que pensamos ser eterno e inabalável. Mas Jesus nos lembra: tudo isso um dia passará. O que é firme hoje, o que brilha, o que parece eterno, um dia terá seu fim.
Mas, em meio a essa cena que pode parecer assustadora, há uma promessa de esperança. Ele nos diz que, ao final de tudo, veremos o Filho do Homem, e que ele enviará seus anjos para reunir os eleitos de Deus. Ou seja, no meio do caos, no momento em que tudo parecer desmoronar, Deus agirá para salvar aqueles que confiaram em sua palavra. Ele é fiel à sua promessa.
Jesus então nos conta a parábola da figueira. Observem que simplicidade e que sabedoria há nesse exemplo! Quando os ramos da figueira começam a ficar verdes e as folhas brotam, sabemos que o verão está próximo.
O próprio ritmo da natureza nos ensina que há um tempo certo para cada coisa, e que os sinais do tempo estão ao nosso redor. Jesus nos convida a ter essa sensibilidade espiritual, a estarmos atentos aos sinais do Reino, a percebermos que a vinda de Deus está sempre “às portas” – não como algo distante, mas como uma realidade próxima e viva.
E Jesus nos dá uma garantia que atravessa os séculos: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.” Isso, meus irmãos, é a âncora da nossa fé. Podemos ver o mundo mudando, os tempos difíceis chegando, mas a palavra de Jesus permanece. Ela é firme, imutável, eterna. Ela é o que nos segura em meio às incertezas e nos lembra que, por mais que o mundo passe, a promessa de Deus se cumprirá.
E, por fim, Jesus nos deixa com uma lição de humildade e mistério: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai.” Aqui, Jesus nos ensina que não precisamos saber quando tudo isso acontecerá.
Nosso papel não é prever o futuro, mas viver com vigilância, com fé, com confiança. Ele nos convida a sermos como aqueles que esperam com paciência, que confiam no Pai, sem medo, porque sabem que nas mãos de Deus tudo está seguro.
Então, irmãos e irmãs, que essa mensagem não nos traga medo, mas esperança. Que sejamos como a figueira que reconhece os sinais da estação, que saibamos que o Reino está sempre próximo, “às portas”, esperando nossa resposta de fé e de amor. E que, acima de tudo, confiemos na palavra de Jesus, que nunca passará. Que a nossa vida seja um reflexo dessa esperança, uma luz que brilha mesmo nos tempos de escuridão. Amém.