Jesus revela que o Reino de Deus não é um evento espetacular, não é uma invasão do céu na terra com pompas e cerimônias – Homilia diária — Evangelho de hoje — 5ª-feira, 14/11/24
Homilia diária — Evangelho de hoje — 5ª-feira, 14/11/24
Hoje, Jesus nos dá uma lição que desafia nossa maneira de enxergar o Reino de Deus. Os fariseus perguntam quando virá esse Reino, com o desejo de saber um momento exato, um sinal claro. Eles querem algo visível, algo que possam apontar e dizer: “Aqui está o Reino de Deus.” Mas Jesus, com sua sabedoria profunda, lhes responde que o Reino não chega de forma ostensiva, não é algo que se veja com os olhos, nem que se encontre em um ponto específico. “O Reino de Deus está entre vós”, ele afirma.
E aqui está o mistério e a beleza dessa resposta. Jesus revela que o Reino de Deus não é um evento espetacular, não é uma invasão do céu na terra com pompas e cerimônias. É algo mais sutil, algo que brota no coração daqueles que vivem a vontade de Deus, que buscam a paz, a justiça e o amor verdadeiro. O Reino de Deus é silencioso, é discreto, mas é real e está ao nosso alcance. Não está em um lugar distante; ele começa dentro de nós, quando vivemos o amor, quando perdoamos, quando buscamos a verdade.
E Jesus adverte seus discípulos sobre os tempos difíceis que viriam. Ele fala de dias em que eles desejariam ver um só dia do Filho do Homem e não conseguiriam. Ele nos alerta para não sermos levados por rumores, para não correr atrás de quem diz “Ele está ali” ou “Ele está aqui”. Porque, quando chegar o tempo, o Reino será como um relâmpago que atravessa o céu: repentino, claro e inegável. Não será preciso que alguém o indique; todos saberão.
Essa imagem do relâmpago é poderosa, não é? Ela nos lembra que o Reino de Deus, no seu cumprimento final, virá como algo inconfundível, algo que ninguém poderá negar ou ignorar. Mas, enquanto esperamos esse momento, Jesus nos ensina que o Reino já está aqui, escondido nos gestos pequenos, nas atitudes de amor, nas escolhas diárias que fazemos pelo bem.
Jesus também deixa claro que, antes desse dia glorioso, ele precisaria sofrer e ser rejeitado. Essa rejeição, esse sofrimento, fazem parte do caminho do Reino. A cruz é o símbolo máximo de que o Reino de Deus não segue as lógicas humanas de poder e glória. Ele nasce no sacrifício, no amor que se doa até o fim. E isso é um convite para cada um de nós: o Reino de Deus se manifesta quando estamos dispostos a seguir o caminho de Jesus, a carregar nossas cruzes, a amar até mesmo quando é difícil.
Portanto, irmãos e irmãs, que estejamos atentos ao Reino de Deus que já está entre nós. Não o busquemos em grandes eventos ou sinais, mas no dia a dia, nos gestos simples, na oração, na caridade, na paz que cultivamos em nosso coração. Porque o Reino não está “aqui” ou “ali”, mas sim “dentro de nós”, no amor que partilhamos, na bondade que praticamos, na esperança que mantemos viva.
Que vivamos com essa certeza, esperando o dia do Senhor, mas já vivendo o seu Reino em cada momento. Que nossa vida seja um reflexo desse Reino que não precisa de aplausos, mas que brilha no silêncio, como a chama de uma vela, como uma semente que cresce sem ser vista. Amém.