Aqui está o segredo, meus irmãos. A fé não é uma questão de tamanho; é uma questão de profundidade. Homilia diária — Evangelho de hoje — 2ª-feira, 11/11/24
Homilia diária — Evangelho de hoje — 2ª-feira, 11/11/24
Neste Evangelho, Jesus nos lança um olhar profundo, que atravessa nossas convenções e vai direto ao coração. Ele fala sobre os escândalos, mas não de maneira superficial, como quem condena apenas o erro; ele alerta sobre as consequências, sobre o impacto profundo que nossos atos podem ter, principalmente naqueles mais frágeis, os “pequeninos”. Essa imagem é forte. Jesus não mede palavras. Ele nos diz que seria melhor uma pedra de moinho ao pescoço e o mar profundo do que causar a queda de um pequenino.
Pensem nisso, irmãos! Ele nos fala sobre a responsabilidade que carregamos uns com os outros. Ele nos alerta sobre o poder que nossas ações têm de levantar ou derrubar alguém. Um escândalo, um mau exemplo, uma palavra cruel — esses atos deixam marcas profundas, espalham sombras. E, diante disso, Jesus pede atenção, cuidado com as almas mais pequenas, com os corações ainda frágeis, que se abalam facilmente.
Mas ele não para por aí. Ele também nos fala sobre o perdão, de uma maneira que quase nos espanta. Ele nos diz para repreender o irmão que peca, mas nos lembra de perdoá-lo, e não uma, mas sete vezes num só dia, se ele se arrepender. Isso parece impossível, não é? Sete vezes? É um pedido que parece além das forças humanas. E talvez por isso, os apóstolos logo pedem: “Senhor, aumenta a nossa fé!”
Ah, meus irmãos, quem de nós já não pediu isso a Deus? Diante das dificuldades da vida, dos erros dos outros, das feridas que ficam… quantas vezes não sentimos que nossa fé é pequena demais, que não damos conta de tudo? Jesus sabe disso. Ele entende nossa limitação, mas ao mesmo tempo, ele nos revela algo poderoso: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.”
Percebam o que Jesus nos ensina aqui. Ele nos mostra que a fé, mesmo pequena, tem uma força que ultrapassa qualquer lógica humana. Uma fé simples, pura, sincera, pode realizar o impossível. Ele compara a fé ao grão de mostarda, uma semente minúscula, mas cheia de vida, cheia de potência. Com isso, ele nos lembra que a fé não precisa ser grande para ser verdadeira, não precisa ser visível para ser poderosa.
E aqui está o segredo, meus irmãos. A fé não é uma questão de tamanho; é uma questão de profundidade. O grão de mostarda pode ser pequeno, mas dentro dele está toda a força para crescer, florescer e dar frutos. Nossa fé, ainda que pequena, se estiver enraizada em Deus, terá força para mover montanhas, para arrancar mágoas, para perdoar o que parecia imperdoável. É essa fé viva e corajosa que Jesus nos pede.
Então, irmãos e irmãs, diante deste Evangelho, sejamos ousados. Jesus nos chama a ser vigilantes, a evitar os escândalos que ferem, a cuidar dos pequenos, dos frágeis. Ele nos convida ao perdão abundante, ao perdão que não se cansa, ao perdão que reconstrói. E, acima de tudo, ele nos chama a viver uma fé que, mesmo pequena, seja cheia de vida.
Que nossa oração hoje seja a dos apóstolos: “Senhor, aumenta a nossa fé!” E que ele nos ensine a ter uma fé viva, que não se limita pelo tamanho, mas que é grande na sua confiança, que se lança nas mãos de Deus, pronta para amar, perdoar e transformar. Amém.