Homilia diária — É necessário o Filho do Homem ser levantado
Ninguém subiu ao céu
O Evangelho que acabamos de ouvir nos leva ao coração do mistério da salvação, revelando a profundidade do amor de Deus por cada um de nós. Jesus, conversando com Nicodemos, nos dá uma chave para compreender a essência de Sua missão e a grandiosidade do plano de Deus para a humanidade.
“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem.” Aqui, Jesus nos fala de Sua origem divina. Ele não é apenas um profeta ou um mestre, mas o próprio Filho de Deus que desceu do céu, que entrou em nossa história, que se fez homem para nos trazer a salvação. O céu, que parecia inalcançável para nós, se abriu por meio de Cristo. Ele desceu para nos levar com Ele.
É necessário que o Filho do Homem seja levantado
E, em seguida, Jesus nos lembra de um episódio do Antigo Testamento, ao dizer: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado.” No deserto, o povo de Israel foi mordido por serpentes venenosas, mas Deus ordenou a Moisés que levantasse uma serpente de bronze em um poste. Quem olhasse para ela seria curado e salvo. Essa imagem, cheia de simbolismo, aponta para Cristo crucificado. Assim como a serpente de bronze foi levantada para a cura do povo, o Filho do Homem seria levantado na cruz para a cura e a salvação de toda a humanidade.
A cruz, irmãos e irmãs, que aos olhos do mundo parece um símbolo de derrota e humilhação, para nós é o sinal da vitória definitiva do amor. Jesus, elevado na cruz, se torna o ponto de encontro entre o céu e a terra, o lugar onde o amor de Deus se manifesta de forma mais plena e intensa. E é por meio dessa entrega total de amor que somos salvos. Quem crer no Filho do Homem, quem olhar para Ele com fé, terá a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo
E aqui chegamos ao centro do Evangelho de hoje: “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna.” Essas palavras ecoam em nossos corações com uma força indescritível. O que move Deus? O que O leva a nos salvar? É o Seu amor. Não um amor qualquer, mas um amor tão grande, tão profundo, que Ele entrega o que tem de mais precioso: Seu próprio Filho.
Esse amor de Deus é, sem dúvida, incompreensível para a lógica humana. Quando pensamos no que significa dar o próprio Filho, nos deparamos com um mistério de amor que desafia nossa razão. Deus não está distante, indiferente aos nossos sofrimentos e lutas. Ele nos ama com um amor tão profundo que foi capaz de enviar Jesus, não para nos condenar, mas para nos salvar.
O que é essa vida eterna?
E, ao nos salvar, Deus nos oferece a vida eterna. Mas o que é essa vida eterna? Não se trata apenas de uma vida que começa depois da morte, mas de uma vida que já começa aqui, agora. Vida eterna é estar em comunhão com Deus, é viver a partir do amor que Ele nos oferece, é deixar que esse amor transforme nossa existência. É uma vida que transcende as limitações do tempo e do espaço, uma vida que encontra seu sentido pleno na união com o próprio Deus.
O Evangelho também nos lembra que “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.” Isso é fundamental. Jesus não veio para julgar, para apontar nossos erros e nos punir. Ele veio para nos resgatar, para nos curar, para nos libertar do pecado e da morte. Ele é o Salvador que estende a mão a cada um de nós, oferecendo uma nova chance, uma nova vida.
Rezemos
Irmãos e irmãs, este Evangelho nos chama a uma resposta de fé. Diante de um amor tão grande, o que podemos fazer, senão abrir nossos corações e crer? Jesus nos convida a olhar para a cruz, não como um símbolo de dor e derrota, mas como o lugar onde o amor de Deus triunfa. Ele nos chama a confiar nesse amor, a nos entregar a Ele, e a viver, desde já, a vida nova que Ele nos oferece.
Que possamos, ao refletir sobre essas palavras, renovar nossa fé em Cristo, o Filho unigênito que foi entregue por amor a nós. Que possamos olhar para Ele com gratidão e esperança, sabendo que, em Sua cruz, encontramos a salvação e a vida eterna.
O quê fazer diante do porvir?
Vivemos tempos de crises espirituais. Nossa Senhora de Akita nos alertou sobre o afastamento de Deus, que traria consigo catástrofes devastadoras. Muitos ignoram esses sinais, e o mundo caminha para o abismo. Você também está entre os que ainda não abriram os olhos para essa realidade?