Homilia diária da liturgia católica — 5ª-feira, 06/02/25

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Ele nos envia hoje. “Começou a enviá-los” significa que a missão não terminou; ela continua em cada um de nós. Homilia diária da liturgia católica — 5ª-feira, 06/02/25

Homilia — 5ª-feira, 06/02/25

Queridos irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje nos apresenta um momento fundamental no ministério de Jesus: o envio dos doze apóstolos. Depois de terem caminhado com Ele, escutado Sua palavra e testemunhado Suas obras, chega o momento em que eles não são mais apenas seguidores. Agora, Jesus os envia para serem anunciadores da Boa Nova. “Começou a enviá-los” — com essa frase, o Evangelho nos lembra que a vocação cristã não é apenas estar com Jesus, mas ser enviado por Ele ao mundo.

Hoje, vamos refletir sobre o significado desse envio e como ele continua a nos desafiar na nossa vida de fé.

O Evangelho não diz que Jesus enviou aqueles que estavam “prontos” ou “perfeitos”. Ele envia os doze, com suas limitações e dúvidas. Isso é importante: o chamado de Deus não se baseia em nossas capacidades, mas na nossa disponibilidade. O que importa não é sermos perfeitos, mas termos um coração disposto a confiar em Jesus e a obedecer ao Seu chamado.

Assim como os apóstolos, todos nós somos chamados. O batismo nos faz discípulos e missionários. Isso não significa necessariamente que precisamos viajar para terras distantes. Nossa missão começa onde estamos: na nossa família, no trabalho, na comunidade. Somos enviados a testemunhar Cristo com nossa vida, nossas palavras e nossas ações.

Jesus os envia dois a dois, e isso não é por acaso. Ele sabe que a missão não pode ser vivida na solidão. Precisamos uns dos outros. O trabalho em dupla simboliza a importância da comunidade na vida cristã. Em meio aos desafios, ter um companheiro ao lado nos dá força, nos corrige quando erramos e nos apoia quando nos sentimos fracos.

Hoje, somos desafiados a refletir: estamos vivendo a missão em comunhão com os outros? Buscamos apoio na comunidade da Igreja, ou tentamos caminhar sozinhos? Jesus nos ensina que a fé é vivida em conjunto, e a missão se torna mais frutuosa quando trabalhamos unidos.

Jesus recomenda aos discípulos que não levem nada para o caminho: “nem pão, nem sacola, nem dinheiro.” Apenas um cajado e sandálias. Essa orientação pode parecer radical, mas ela nos ensina algo essencial: a confiança total na providência de Deus.

Na missão, não é o que carregamos que importa, mas o coração com que nos apresentamos. Jesus nos convida a deixar de lado a tentação de depender das seguranças humanas – o dinheiro, o conforto, o excesso de planejamento – e a confiar que Deus proverá o necessário.

Essa simplicidade também nos ensina que o Evangelho é levado pelo testemunho autêntico, e não por grandes recursos ou estruturas. O que transforma corações não é o “muito que temos”, mas a força do amor de Cristo em nós.

Jesus diz aos discípulos que, se não forem recebidos em algum lugar, devem sacudir a poeira dos pés ao sair. Isso não é um gesto de rejeição ou condenação, mas de libertação. Não podemos nos prender ao fracasso ou à rejeição. Assim como os apóstolos, devemos fazer a nossa parte – anunciar com amor e fidelidade – e depois confiar que o resto está nas mãos de Deus.

Na vida, nem sempre seremos bem recebidos ao tentar viver e anunciar o Evangelho. Mas Jesus nos ensina a não desanimar. Se uma porta se fecha, outra se abrirá. Nossa missão é continuar, sem carregar mágoas ou frustrações, mas com o coração livre.

Os apóstolos, enviados por Jesus, pregaram que todos se convertessem, expulsaram demônios e curaram os doentes. Isso nos mostra que a missão cristã não é apenas anunciar com palavras, mas também com ações concretas de amor, cura e libertação. O Evangelho não é teoria; ele transforma vidas.

Hoje, o mundo precisa de cristãos que anunciem o Evangelho com suas ações. Não basta falar sobre o amor de Deus; precisamos demonstrá-lo com gestos de acolhimento, de ajuda aos necessitados, de perdão e de compaixão.

Queridos irmãos e irmãs, assim como Jesus enviou os doze, Ele nos envia hoje. “Começou a enviá-los” significa que a missão não terminou; ela continua em cada um de nós. Não importa onde estamos ou quais são nossas limitações. Deus nos chama, nos capacita e nos envia.

Que possamos responder a esse chamado com confiança, simplicidade e coragem. E que, ao sermos enviados, possamos lembrar que não estamos sozinhos: Cristo caminha conosco, e Sua graça nos sustentará em cada passo.