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Que tipo de fermento estamos permitindo que cresça em nossa vida? O fermento da dúvida ou o da fé? Homilia diária da liturgia católica — 3ª-feira, 18/02/25
Homilia — 3ª-feira, 18/02/25
O Evangelho de hoje nos conduz a uma cena intrigante. Os discípulos estão na barca com Jesus e percebem que esqueceram os pães. Apenas um restava. É nesse momento que o Mestre fala: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes”. Mas os discípulos não entendem. Pensam que Ele está falando de comida. Estão presos ao concreto, ao imediato. Soa familiar?
Jesus percebe sua falta de compreensão e faz uma série de perguntas. “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis?”. E vai mais fundo: “Vosso coração está endurecido?”. Essa última pergunta ecoa. Um coração endurecido é incapaz de perceber a presença de Deus.
Os discípulos tinham acabado de testemunhar dois grandes milagres: a multiplicação dos pães para cinco mil e depois para quatro mil pessoas. Viram com os próprios olhos o que Jesus é capaz de fazer. Ainda assim, preocupam-se com a falta de pão. Mas o que lhes falta não é comida, e sim fé.
O “fermento dos fariseus e de Herodes” simboliza a corrupção da fé, a hipocrisia, a arrogância de quem se julga autossuficiente. Esse fermento infla o ego, desvia do essencial e faz com que a pessoa confie mais em si mesma do que em Deus. Quantas vezes nós também somos assim? Buscamos soluções humanas quando Deus já nos mostrou que é capaz de prover tudo o que necessitamos.
Jesus nos chama à memória. “Não vos lembrais?”. E segue com Suas perguntas, recordando os milagres. A mensagem é clara: quem caminha com Cristo nunca estará desamparado. O problema não é a escassez de pão, mas a falta de confiança.
Meus irmãos, esse Evangelho nos convida a refletir: que tipo de fermento estamos permitindo que cresça em nossa vida? O fermento da dúvida, da auto-suficiência, da hipocrisia? Ou o fermento da fé, da esperança e da confiança plena em Deus?
Que o Senhor abra nossos olhos e corações para que possamos ver e compreender: Ele está conosco. E com Ele, nada nos faltará.