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Que ressoem em nossa mente as palavras de libertação. – Homilia diária da liturgia católica — 2ª-feira, 03/02/25
Homilia — 2ª-feira, 03/02/25
Queridos irmãos, contemplemos este trecho onde Jesus enfrenta um espírito impuro e ordena, com firmeza: “Espírito impuro, sai desse homem!” Que cena impactante! Ela ecoa nos nossos ouvidos como um trovão, anunciando a libertação e a presença do Reino que vence todo mal.
Reparem no cenário: um homem perturbado, morando nos túmulos, gritando sem parar e ferindo-se com pedras. Ele vivia isolado e acorrentado, sem nenhum consolo, quase sem esperança. Por outro lado, Cristo chega e muda tudo com poucas palavras. É quase um sopro de ar fresco que afasta o cheiro da morte e traz vida nova.
Nosso coração palpita com a força do mandato de Jesus: “Espírito impuro, sai desse homem!” É como se Ele dissesse: “Basta! Você não tem mais poder aqui.” Em nossa rotina diária, quantas vezes nos vemos presos a sentimentos negativos, cansaço, raiva ou falta de perdão? Parecem forças que nos arrastam e nos deixam tristes. Mas lembremos, sem medo, que a autoridade de Cristo continua viva agora.
Sim, o mesmo Mestre fala à nossa dor. Ele visita os lugares sombrios do coração, onde guardamos mágoas ou culpas, e diz: “Isso não pertence mais a você. Eu te liberto.” Esse ato de libertação não é mero teatro: é real, concreto, profundo. E nos provoca a deixar para trás o que nos aprisiona, a abrir espaço para a graça que age e renova.
Pense naqueles gritos desesperados do homem no cemitério. Ele vivia em desespero, como se não houvesse cura. Porém, diante de Jesus, toda a agonia encontra uma resposta de paz. Talvez, hoje, a nossa dor seja invisível. Pode ser uma ferida no peito que o tempo não secou. Contudo, quando Cristo fala, ele fala com amor. E amor é a chave que rompe todas as correntes.
Agora, observe o que acontece depois: esse homem, antes tomado pela Legião, aparece sentado, vestido e no seu perfeito juízo. Que transformação radical! O povo ao redor fica assustado. Gente, se temos fé em Cristo, também podemos passar por mudanças que surpreendem quem nos conhece. Podemos vencer vícios, superar rancores e caminhar com uma alegria que ninguém pode explicar direito.
No entanto, nem todos aceitam a presença de Jesus. Alguns pedem que Ele vá embora, talvez por medo ou por apego às próprias certezas. Às vezes, nós também resistimos a mudanças. Preferimos ficar no mesmo lugar, mesmo que seja um lugar de dor, porque o novo nos assusta. Mas, acredite, Deus nos chama para uma vida mais plena. Ele não quer que fiquemos presos nos vales de sombra e angústia.
Por isso, neste Evangelho, a frase “Espírito impuro, sai desse homem!” ressoa como um brado de vitória. Cristo revela que Ele é mais forte do que qualquer barreira que nos impeça de ser livres. Basta acolher Sua Palavra e permitir que ela faça morada em nós. Então, pouco a pouco, nasce uma paz que o mundo não compreende bem, mas que transforma tudo por dentro.
E reparem no final. O homem liberto deseja seguir Jesus, mas recebe uma missão diferente: contar a todos o que o Senhor fez por ele. Eis um sinal de que, depois de nos libertar, Deus nos envia para partilhar esperança com quem ainda sofre. Não ficamos parados. Somos convidados a testemunhar, a dizer: “Cristo me curou. Ele também pode te curar.”
Convido cada um de vocês, neste dia, a ouvir essa voz poderosa do Mestre. Que ressoem em nossa mente as palavras de libertação. Que possamos experimentar, na prática, a certeza de que nenhum mal é grande demais para o amor de Deus. Com isso, saímos daqui mais fortes, prontos para espalhar a boa notícia de que Jesus vence as trevas e nos abre o caminho da verdadeira paz. Amém!