Homilia – “Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos”. Lc 20, 27-40

Homilia – “Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos”. Lc 20, 27-40
O destino de todo ser humano é “viver em Deus”, é fundamental a comunhão com o Pai. Daí a necessidade de viver neste mundo sem perder de visto o outro. Engana-se quem projeta para o outro mundo os esquemas deste mundo.
Muita gente não crê na ressurreição ou, mesmo dizendo que crê, na prática vive como se nela não acreditasse. Muitos não tendo esse horizonte, se agarram aos seus bens, a sua vida biológica e acabam facilmente perdendo o sentido da sua existência.
No judaísmo mais antigo não se conhecia a fé na ressurreição dos mortos. Essa crença surge nos livros mais tardios (Dn 12, 1ss; 2 Mc 6-7). Os fariseus acreditavam na ressurreição. Os saduceus, não professavam tal fé. E com base em Dt 25,5ss (lei do levirato), eles armam uma questão capciosa: se houver ressurreição, como fica a mulher que foi casada sete vezes? Jesus mostra que eles não entenderam nada.

Na ressurreição, homens e mulheres serão como anjos, isto é, não estarão mais nas categorias de espaço e tempo, mas sim numa nova realidade que não pode ser vista a partir dos critérios humanos (cf. 1Cor 15, 35ss).
Usando uma passagem de um livro aceito pelos saduceus (Ex 3,6), Ele mostra que o Deus dos patriarcas (já mortos há séculos) é Deus dos vivos e não dos mortos. Logo os que morreram, vivem em Deus.
Os saduceus foram forçados a pensar a ressurreição a partir de novos parâmetros. O ponto de partida é a vida em plenitude, iniciada com a morte, garantida na Ressurreição de Jesus.
Rezemos: Senhor, que a esperança na ressurreição me faça viver sem perder de vista o sentido e o destino da vida plena que me espera junto do Pai.
O Senhor nos abençoe e guarde.

