
Amar os inimigos não significa sentir afeição por eles, mas desejar-lhes o bem, não cultivar ódio. Homilia de hoje – Liturgia da Missa de sábado, 15/03/25
Homilia de hoje – Liturgia da Missa de sábado, 15/03/25
O Evangelho de hoje nos confronta com um dos ensinamentos mais desafiadores de Jesus: “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!”. Sim, isso nos choca. Nossa tendência natural é amar quem nos ama e retribuir bem a quem nos faz bem. Mas Jesus nos chama a um amor maior, um amor divino, um amor que transcende a lógica humana.
Nosso Senhor nos revela que o amor cristão não pode ser seletivo. Ele nos convida a amar como o Pai ama, um amor que não faz distinções, pois “Ele faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos”. Deus não distribui suas bênçãos apenas aos que O servem, mas a todos, pois Seu amor é universal.
E nós, como discípulos de Cristo, devemos amar da mesma forma. Mas como amar aquele que nos feriu? Como rezar por quem nos caluniou ou nos desprezou? A resposta não está em nossos sentimentos, mas em nossa decisão. Amar os inimigos não significa sentir afeição por eles, mas desejar-lhes o bem, não cultivar ódio, não buscar vingança. Amar é um ato de vontade, uma escolha consciente de imitar o coração de Deus.
Jesus nos questiona: “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?”. O amor humano comum retribui amor com amor, mas o amor cristão vai além: ele ama sem esperar nada em troca. Essa é a grandeza do Evangelho, a essência da santidade.
E Ele nos dá uma meta ousada: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. Isso nos parece impossível, mas não se trata de uma perfeição inalcançável. Jesus nos chama à perfeição do amor, ao crescimento diário na graça, à superação do egoísmo, à renúncia do orgulho e à abertura sincera para perdoar.
Portanto, meus irmãos, que nosso amor não seja raso, calculado ou interesseiro. Que possamos viver o Evangelho na radicalidade, não apenas amando os que nos são próximos, mas abrindo nossos corações para todos, inclusive para aqueles que nos desafiam.
Afinal, o verdadeiro seguidor de Cristo não é reconhecido pela facilidade com que ama os amigos, mas pela coragem com que ama os inimigos.