Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 6ª-feira, 25/04/25

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Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 6ª-feira, 25/04/25

Homilia de hoje – Missa de 6ª-feira, 25/04/25

Meus irmãos e irmãs, Cristo ressuscitou! Sim, Ele está vivo! E continua se aproximando, sempre com aquele jeito manso de quem não invade, mas surpreende. Então, hoje, o Evangelho nos leva para a beira do mar de Tiberíades, onde o céu encontra a terra, e a esperança se joga nas ondas.

Pedro tinha voltado a pescar. Sim, Pedro… aquele mesmo que dissera: “Eu vou contigo até o fim!”… e depois negou. Aquele mesmo que chorou, fugiu, e agora, cansado de esperar, volta ao que conhecia. Ao barco. À rede. À rotina. Pedro não está só. Os outros o seguem. Porque quando a fé esfria, a gente se agarra no que é familiar. Mas, naquela noite, o mar calou e a rede ficou vazia, nada….

E então, de manhãzinha, quando o mundo ainda boceja, lá está Ele. Jesus, em pé na margem, como quem espera, como quem chama sem gritar, então eles não reconhecem de longe. Claro, afinal, o coração ainda estava embotado de cansaço. Mas Ele pergunta: “Tendes algo para comer?” E a resposta é seca: “Não.” É sempre assim, pois quando tentamos viver sem a presença do Senhor, o vazio responde por nós.

Então Jesus propõe: “Lançai a rede à direita.” E pronto. Um mar de peixes. Uma rede quase estourando de bênção. E, nessa abundância, o discípulo amado reconhece: “É o Senhor!” Pedro não pensa duas vezes. Se joga. Nada. Corre ao encontro da margem como quem sabe que ali, ali sim, a vida recomeça.

E o que vêem? Brasas. Peixe. Pão. Jesus já os esperava com um café da manhã divino. E então vem o gesto que nos fere de amor e nos cura de ternura: “Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.”

Uma nova Ceia

Certamente esse momento é uma nova Ceia, uma Eucaristia à beira-mar, sem templo, sem cerimônia, só amor, presença e pão partido e partilhado. O mesmo gesto da última noite com eles, agora reaparece como confirmação: “Eu estou aqui e ainda sou Aquele que se dá primeiramente, que alimenta e permanece.”

Ah, meus irmãos… como precisamos deixar Jesus se aproximar, pois precisamos permitir que Ele parta de novo o pão diante de nós! Não é só comida, ao contrário, é consolo e sentido, porquanto é a certeza de que, mesmo depois das quedas, Ele ainda nos serve, nos alimenta e nos ama.

E o peixe? Ah, semelhantemente o peixe lembra missão, pois desde o começo, Ele disse que faria deles pescadores de homens. E agora, naquela fogueira humilde, Jesus renova o chamado. Sem palavras, só com gestos. Com pão e peixe. Com carinho e propósito. Ele não desiste de nós.

Por isso, hoje, paremos também à margem da nossa vida. Olhemos de novo para Aquele que se aproxima. Que prepara brasa e mesa. Que não nos julga, mas nos acolhe. E que parte o pão. E nos alimenta. Porque Ele vive. E ainda está conosco. Não só no altar, mas nas madrugadas em que tudo parece perdido. Ele vem, serve e ama.

E a rede? Ah… a rede continua cheia. Transbordando da graça de um Deus que insiste em nos reencontrar. Sempre. Amém.