Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 6ª-feira, 14/03/25

Homilia diária — Evangelho de hoje - Editor

Reconciliar-se não é fácil. Preferimos justificar nossas mágoas, alimentar ressentimentos e evitar diálogos difíceis – Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 6ª-feira, 14/03/25

Homilia de hoje – 14/03/25

O Evangelho de hoje nos apresenta um chamado radical: nossa justiça deve superar a dos mestres da Lei e dos fariseus. Mas o que significa isso? Jesus não fala apenas de cumprir regras ou evitar grandes pecados. Ele nos convida a uma justiça mais profunda, aquela que nasce do coração transformado.

“Não matarás!” – esse era o mandamento conhecido. Mas Jesus vai além: não basta evitar o ato extremo; é preciso arrancar pela raiz todo sentimento de ódio, raiva e desprezo. A cólera, as palavras ofensivas, os julgamentos precipitados – tudo isso já fere a dignidade do próximo. Jesus nos ensina que a morte começa nos pequenos atos de rejeição.

E Ele nos mostra o caminho para evitar essa armadilha: a reconciliação. “Se estiveres levando tua oferta ao altar e te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, vai primeiro reconciliar-te”. Notemos: Jesus não diz “se tu tiveres algo contra teu irmão”, mas “se teu irmão tiver algo contra ti”. Isso significa que a reconciliação deve partir de nós, mesmo que o erro tenha sido do outro. O orgulho deve dar lugar à humildade.

Reconciliar-se não é fácil. Preferimos justificar nossas mágoas, alimentar ressentimentos e evitar diálogos difíceis. Mas a fé verdadeira exige coragem. Como podemos nos apresentar a Deus se nosso coração ainda está em guerra com nossos irmãos?

Jesus reforça essa urgência ao dizer: “Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal”. A vida é esse caminho. Não sabemos quando nossa jornada terminará, e chegar diante de Deus com um coração endurecido é um risco que não podemos correr. A prisão de que Ele fala não é apenas uma realidade terrena; é um símbolo do peso que carregamos quando nos recusamos a perdoar.

Portanto, meus irmãos, sejamos mais justos do que os fariseus. Que nossa fé não seja apenas externa, mas fruto de uma conversão verdadeira. Antes de apresentarmos nossa oferta no altar, perguntemo-nos: há alguém que precisa do nosso perdão? Estamos presos a ressentimentos que nos impedem de amar verdadeiramente?

Que possamos viver essa justiça que transforma, que liberta e que nos conduz ao Reino dos Céus.