Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 6ª-feira, 09/05/25

A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida.. Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 6ª-feira, 09/05/25

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Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 6ª-feira, 09/05/25

A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida.

Amados irmãos e irmãs em Cristo, hoje o Evangelho nos introduz no coração do maior mistério da nossa fé: a Eucaristia, pois não se trata somente de um rito e tampouco de um símbolo piedoso, mas da presença real, concreta e viva de Jesus, o Filho de Deus, que se dá em alimento.

Logo no início do texto, vemos a inquietação dos judeus: “Como ele pode dar a sua carne a comer?”, mas essa pergunta não é simples curiosidade. Ela revela espanto, escândalo e resistência, afinal, a lógica humana não compreende um Deus que se entrega assim, de modo tão radical, tão íntimo, tão vulnerável. Mas é justamente aí que se manifesta a grandeza do Evangelho. Deus não quer somente ser adorado à distância, posto que Ele quer ser comungado. Quer entrar em nós. Quer habitar dentro de cada alma.

Diante do espanto, Jesus não suaviza suas palavras. Ao contrário, Ele intensifica o ensinamento: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.” Perceba a força da afirmação. Não se trata de uma opção, mas de uma condição. Sem a Eucaristia, a vida divina não habita em nós. Sem esse alimento, o espírito definha. Jesus está dizendo, com toda clareza, que a comunhão não é apenas devoção: é salvação.

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Quem come a minha carne e bebe o meu sangue

Além disso, Ele nos dá uma promessa que ecoa até hoje: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” Esta não é uma metáfora. É um compromisso divino. Cada comunhão feita com fé, com reverência, com coração puro, é um selo de ressurreição. Não se trata apenas de lembrar o que Ele fez. É participar do que Ele faz. É receber o próprio Cristo, inteiro, vivo, glorioso.

Mas por que essa insistência no corpo e no sangue? Jesus responde: “Minha carne é verdadeira comida e meu sangue, verdadeira bebida.” Em outras palavras, a Eucaristia não é uma lembrança vaga. Não é uma representação simbólica. É a presença real. Um alimento que nutre não somente o corpo, mas a alma. Alimenta a esperança, fortalece a fé, purifica o coração. Cada hóstia consagrada contém todo o Cristo. Cada gota do cálice carrega o sangue do Cordeiro.

Comungar é entrar em aliança

Contudo, o mistério vai ainda mais fundo. Jesus afirma: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele.” Aqui está a comunhão no seu sentido mais alto. Comungar é entrar em aliança. É deixar-se habitar por Cristo. É unir-se de tal forma a Ele, que nossa vida começa a espelhar a d’Ele. Somos transformados. Não apenas tocados. Mas unidos de forma íntima, real e duradoura.

E para não restarem dúvidas, Ele completa com uma comparação divina: “Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim.” Essa frase é extraordinária. Jesus está dizendo que assim como Ele vive pelo Pai, nós viveremos por Ele. Há aqui uma corrente de vida: do Pai ao Filho, e do Filho a cada um de nós. A Eucaristia, portanto, é o elo dessa corrente. É o ponto de contato entre a eternidade e o tempo. Entre o céu e a terra.

Por fim, Jesus conclui: “Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram: eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre.” O maná do deserto sustentava por um dia. O Pão do Céu sustenta para a eternidade. Comungar é mais do que alimentar-se. É antecipar o céu e tocar o eterno com os lábios, pois é viver já agora o que será plenitude depois.

Diante disso, irmãos e irmãs, o que essa Palavra nos pede hoje?

Em primeiro lugar, reverência. Jamais podemos nos aproximar da Eucaristia como se fosse algo comum. O altar é sagrado. A comunhão exige preparação. Não se trata de um gesto social, mas de um encontro real com o Deus vivo. Quem comunga indignamente, não recebe bênção — recebe juízo, como nos adverte São Paulo.

Em segundo lugar, frequência. Se esse Pão dá a vida eterna, por que vivemos como se bastasse recebê-lo uma vez por ano? É preciso fazer da missa o centro da nossa semana. Priorizar o altar. Buscar o sacramento com amor, desejo e perseverança.

E, finalmente, coerência. Quem comunga deve viver como quem comunga. Não podemos receber Cristo nos lábios e negar sua presença com nossas atitudes. A Eucaristia deve nos tornar mais pacientes, mais justos, mais humildes, mais santos.

Portanto, irmãos, que cada missa seja um novo encontro. Que cada comunhão seja uma nova entrega. Que cada hóstia consagrada seja, para nós, o lembrete vivo de que Deus se dá — por inteiro — para que possamos viver para sempre.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.