Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 6ª-feira, 02/05/25

Hoje, o Senhor nos convida a nos sentarmos. A nos despirmos da pressa, do orgulho, da pretensão Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 6ª-feira, 02/05/25

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Homilia de hoje — Missa de 6ª-feira, 02/05/25

Jesus distribuiu os pães e os peixes aos que estavam sentados. E deu tanto quanto queriam. Não mediu., nem limitou ou exigiu. Apenas distribuiu. Porque o amor verdadeiro age assim: não calcula, não raciona, não controla. Derrama-se. Entrega-se inteiro. Sacia.

Esse gesto contém mais do que um milagre material. Carrega um símbolo profundo. No deserto verde de relva, diante de uma multidão faminta, Jesus revela a identidade de Deus. Um Deus que não alimenta apenas com o necessário, mas com abundância. Que não sacia só o estômago, mas o coração. Que não oferece migalhas, mas se faz pão.

A liturgia nos conduz a este momento como quem aponta para o centro da fé cristã: a Eucaristia. Ali, Jesus distribui-se a todos os que se sentam à sua mesa. Ele próprio se faz alimento. Ele se parte. E em cada pedaço, Ele se dá por inteiro. Cada um recebe quanto deseja. Cada um se sacia conforme a sede da alma.

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A pedagogia de Cristo

O texto nos mostra também a pedagogia de Cristo. Ele não transforma pedras em pão nem faz chover maná, mas pergunta, envolve, escuta os discípulos. Ele aceita a oferta simples de um menino. E, a partir disso, realiza o prodígio. Porque o milagre não começa quando o pão se multiplica. Começa quando alguém oferece o pouco que tem.

E ali, no meio do povo, ninguém fica de fora. Ninguém precisa se levantar para merecer. Basta estar ali. Sentado. Aberto. Receptivo. A graça não exige performance. Ela exige sede. Deus não serve banquetes aos que se acham prontos. Ele distribui o pão aos que sentam com humildade e estendem as mãos.

O evangelista também nos ensina outra coisa preciosa: Jesus não apenas dá. Ele manda recolher. “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.” O excesso de Deus não permite desperdício. Sua abundância respeita cada fragmento. Tudo tem valor. Cada migalha carrega a presença do Verbo feito pão.

E por fim, quando o povo quer transformá-lo em rei, Jesus se retira. Porque não aceita reduzir a glória do Reino ao poder humano. Ele recusa o trono da força e prefere a cruz do amor. Ele não veio dominar. Veio doar-se. Não veio para ser servido. Veio servir.

Meus irmãos, o que Jesus fez naquele monte, Ele continua a fazer em cada altar e toma o pão, dá graças, parte, distribui… E o faz com a mesma generosidade: tanto quanto queremos. Mas atenção: Jesus não força ninguém. Quem quer, se senta, e quem crê, se alimenta. Quem acolhe, se transforma.

Hoje, o Senhor nos convida a nos sentarmos. A nos despirmos da pressa, do orgulho, da pretensão. A nos deixarmos alimentar. E, depois, a fazermos o mesmo. Porque quem come desse pão, precisa aprender a se tornar pão. Amém.

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