
Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 5ª-feira, 13/03/25
Homilia de hoje – 5ª-feira, 13/03/25
O Evangelho de hoje não nos permite permanecer indiferentes. Jesus está diante de uma multidão que exige sinais. Querem provas. Querem ver para crer. Mas Ele não lhes dá o que pedem. Em vez disso, aponta para um sinal já dado: Jonas.
Eis a ironia divina! Os ninivitas ouviram um profeta relutante, um homem que tentou fugir da missão, e ainda assim se converteram. Enquanto isso, os contemporâneos de Jesus tinham diante de si o próprio Deus feito carne e recusavam-se a abrir os olhos. Que tragédia! A cegueira do coração é pior que a dos olhos.
Jesus fala de julgamento. Sim, o dia virá. E naquele momento, diz Ele, a rainha do Sul e os ninivitas se levantarão como testemunhas contra essa geração. Por quê? Porque reconheceram a verdade quando ela lhes foi apresentada. E nós? Somos melhores que os fariseus? Ou também exigimos sinais enquanto ignoramos a voz de Deus ecoando em nossa consciência, na Palavra, na vida?
O sinal de Jonas não é apenas a sua pregação. É a sua descida às profundezas do mar, sua permanência no ventre do peixe por três dias, e sua volta à vida. Isso prenuncia algo grandioso! Cristo, o verdadeiro Jonas, desceria ao abismo da morte, ficaria três dias no sepulcro e ressurgiria glorioso. O maior dos sinais foi dado. Não em luzes de neon, não em espetáculos para entreter curiosos, mas no silêncio eloquente do túmulo vazio.
E, no entanto, ainda duvidamos. Buscamos milagres quando a maior prova já aconteceu. Não são visões extraordinárias que mudam corações. É a verdade simples e cortante do Evangelho. Deus já nos mostrou tudo. O que nos falta é decisão.
A conversão não pode ser adiada. O tempo da graça é agora. O Reino está à porta. A mesma voz que ressoou em Nínive ecoa hoje: “Mudem! Voltem-se para Deus!”. Porque no fim, não haverá mais desculpas. Diante da Verdade, só restarão dois caminhos: abraçá-la ou rejeitá-la.
Meus irmãos, não esperemos o tempo acabar. Não sejamos uma geração que exige provas enquanto ignora o essencial. Deus já falou. A questão é: vamos ouvir? Amém.