Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 4ª-feira, 25/06/25
Homilia de hoje — Liturgia da Missa de 4ª-feira, 25/06/25
Meus queridos irmãos, há palavras que caem como martelo sobre a consciência. E há outras que sopram como vento em nosso peito, levantando poeira de dentro da alma. O Evangelho de hoje faz as duas coisas. Ele nos sacode… e também nos alerta.
“Cuidado com os falsos profetas.” Opa! Jesus não está falando de gente com capa preta, tridente e rabo de seta. Nada disso. Ele fala de gente aparentemente boa. Gente que até fala bonito. Gente com jeito de cordeiro, mas que por dentro carrega o uivo do lobo. Pois é. O perigo nunca vem feio. Ele vem cheiroso, sorridente, com voz mansa. Só que… só que uma máscara bonita não segura muito tempo no calor da verdade.
E Jesus vai direto ao ponto: “Vós os conhecereis pelos frutos.” Pronto. Aqui Ele vira a chave. Não adianta discurso de santidade com vida podre, nem falar de amor com o coração cheio de ódio. Não adianta segurar a Bíblia numa mão e uma faca no olhar.
Quer saber quem é de Deus? Olha os frutos, o jeito que a pessoa trata os outros quando ninguém tá vendo, o que ela faz com o que tem. Olha a paz que ela espalha, a justiça que ela busca, o bem que ela insiste em fazer, mesmo quando ninguém aplaude. Isso é fruto bom. Isso é raiz firme.
Mas, ah… cuidado com a árvore bonita demais e sem cheiro de flor. Cuidado com o figo que parece doce, mas carrega bicho dentro. Cuidado com o espinheiro que se disfarça de jardim. Porque, no fundo, a árvore revela o que carrega. Pode demorar. Pode esconder. Mas uma hora, o fruto aparece.
Palavras ao vento?
E Jesus não está jogando palavras ao vento, não. Ele é a Palavra. Ele é o Verbo que se fez semente. E essa semente caiu em nossos corações. Mas veja: a terra precisa estar limpa. O solo precisa estar molhado de oração. Senão, o que nasce é só vaidade, é só aparência, é só folha sem raiz.
Então, pense comigo: que frutos você tem dado? Que sabor tem a sua vida? Tem perfume de Cristo ou cheiro de ego? Porque, vamos ser sinceros… ninguém engana Deus. Nem com cara de santo ou rezas decoradas. Nem com palavras de púlpito.
Jesus termina dizendo que a árvore que não dá fruto bom… é cortada. E jogada no fogo. Duro, né? Mas é assim. Deus é amor, mas não é ingênuo. Ele espera o tempo da poda. Ele dá o adubo da graça. Mas, se a árvore insiste em secar, Ele respeita… e corta. Porque no céu só entra quem floresce. Só entra quem frutifica em amor.
Então, meu irmão, minha irmã, faça hoje o que precisa ser feito. Arranque o que é erva daninha. Corte o galho que não dá nada. Se preciso, volte a ser muda. Mas brote. Nem que seja uma flor pequena. Nem que seja um fruto tímido. Brote. Porque o céu inteiro se alegra com uma árvore que decide recomeçar.
E que os nossos frutos, meus irmãos, falem mais alto que nossas palavras. Amém.
à Virgem Maria!