Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 2ª-feira, 21/04/25

Homilia de hoje – Liturgia da Missa de 2ª-feira, 21/04/25

Meus irmãos e irmãs, Cristo ressuscitou! Aleluia! Neste segundo dia da oitava pascal, mergulhamos no Evangelho de Mateus e ouvimos um anúncio que muda a história: “Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão.” Essas palavras de Jesus às mulheres que saíam do túmulo são mais do que uma orientação geográfica. São um convite existencial, uma convocação espiritual, uma promessa de encontro.

As mulheres partiram do sepulcro com medo e alegria. Tinham visto o vazio — mas o vazio cheio de sentido. Tinham ouvido o anjo, e agora o próprio Cristo se põe no caminho. Não no trono, mas no chão da estrada. Não em meio a glórias, mas dizendo simplesmente: “Alegrai-vos!”

E elas se prostram. Abraçam os pés do Senhor. Tocam o ressuscitado. E é nesse momento de reverência, de adoração, que recebem a missão: “Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos.” Aqui está o coração do Evangelho. A ressurreição não é segredo guardado, é boa nova que deve ser proclamada.

Mas o mais belo é o que vem depois: “Dizei que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão.” Por que Galileia? Porque foi lá que tudo começou. Lá Jesus chamou os primeiros discípulos. Lá curou, pregou, amou. Galileia é o lugar da origem, da missão, do cotidiano. Jesus está dizendo: “Voltem para o começo. Voltem para onde tudo nasceu. É lá que vou me manifestar.”

Galileia

A Galileia é símbolo de nossa vida real. Não é o templo. Não é Jerusalém, centro do poder religioso. É o lugar da vida simples, do trabalho, da rotina. É ali que o Ressuscitado quer ser visto. Ele não nos espera num céu distante. Ele caminha conosco onde estamos. É na Galileia das nossas lutas e esperanças que Ele se deixa encontrar.

Meus irmãos, hoje o Senhor nos envia à Galileia. Cada um de nós tem uma. Talvez seja sua casa, seu trabalho, sua comunidade, seu casamento, suas dores. É nesse chão concreto que Ele quer ser visto. E mais: Ele quer ser anunciado. “Ide anunciar.” A fé cristã não se guarda. Se compartilha. A alegria da Páscoa não é para ser sentida apenas no coração, mas vivida com os pés, com os braços, com a voz.

Enquanto isso, os soldados recebem dinheiro para espalhar mentiras. Tentam abafar a verdade. Compram silêncio. Mas o túmulo já estava vazio. E quando a vida explode, nenhuma mentira consegue contê-la. A ressurreição é um fogo que atravessa as sombras. E mesmo que o mundo tente calar, a Galileia continua a nos esperar.

Vamos, pois. Com alegria, coragem e fé. Voltemos à Galileia. Porque lá — lá onde a vida acontece — o Senhor já está. E quer ser visto por nós. Amém.