Homilia de hoje – 2ª-feira, 10/03/25 – Liturgia da Missa

Homilia diária 2ª feira

Homilia de hoje – 2ª-feira, 10/03/25 – Liturgia da Missa

Homilia de hoje – 2ª-feira, 10/03/25

Queridos irmãos e irmãs, o Evangelho de hoje nos apresenta a grande cena do Juízo Final, um momento solene em que Cristo, o Rei do Universo, virá em Sua glória para separar os justos dos injustos. Não haverá mais máscaras, desculpas ou segredos. Cada um será julgado não pela aparência de sua fé, mas pela concretude do seu amor.

Primeiramente, é importante notar que o critério de julgamento que Jesus estabelece não é baseado em títulos religiosos, em ritos ou palavras bonitas, mas sim em gestos concretos de amor e misericórdia. Além disso, Ele não pergunta quantas vezes rezamos, quantos sermões ouvimos ou quantos mandamentos decoramos. Em vez disso, o que realmente importa para Jesus é quantas vezes fomos capazes de enxergar o rosto d’Ele nos necessitados. Portanto, podemos concluir que a verdadeira essência da fé, segundo Jesus, está na prática do amor e da compaixão para com o próximo.

Compartilhar

Exportar

Reescrever

“Eu estava com fome e me destes de comer, eu estava com sede e me destes de beber…” Eis a essência do Evangelho: amar não apenas com palavras, mas com ações.

O que fizemos com Cristo?

Jesus não diz apenas que devemos ajudar os pobres, os doentes, os prisioneiros, os marginalizados. Ele se identifica com eles. Isso muda tudo! Não se trata apenas de ser generoso ou de cumprir uma obrigação moral, mas de enxergar o próprio Cristo naqueles que sofrem.

Isso significa que toda vez que ignoramos alguém que precisa de nós, estamos ignorando o próprio Cristo. E toda vez que estendemos a mão a um necessitado, é a Ele que estamos ajudando.

Além disso, o mais impressionante é que os justos do Evangelho nem sequer perceberam que estavam servindo a Jesus. Na verdade, eles fizeram o bem sem esperar recompensa alguma. Consequentemente, podemos entender que eles amaram simplesmente porque amar é a verdadeira essência da vida cristã. Portanto, fica evidente que a autenticidade de suas ações residia na pureza de suas intenções, sem buscar reconhecimento ou retribuição.

Já os que foram condenados não foram por terem feito o mal diretamente, mas porque não fizeram o bem. Não foram assassinos, ladrões ou imorais. Foram indiferentes. O pecado deles foi a omissão, o egoísmo, a insensibilidade diante da dor alheia.

Quem são os “menores irmãos” hoje?

Os necessitados estão ao nosso redor. Estão na nossa casa, no nosso bairro, na nossa cidade. Eles não são apenas aqueles que vivem nas ruas ou que passam fome, mas também:

  • O idoso abandonado, que sofre com a solidão;
  • O doente que precisa de atenção e cuidado;
  • A mãe solteira que luta para criar os filhos sozinha;
  • O jovem perdido no vazio das redes sociais e das falsas promessas do mundo;
  • O colega de trabalho que enfrenta uma crise silenciosa;
  • O vizinho que sofre em silêncio e não tem com quem contar;
  • A mãe encarcerada por rezar por liberdade.

Toda vez que passamos por essas pessoas e fingimos que não vemos, estamos negando ajuda ao próprio Cristo.

A indiferença nos condena

O mais assustador nesse Evangelho não são as palavras de Jesus aos condenados, mas a surpresa deles. Eles não perceberam que falharam. E quantas vezes isso acontece conosco!

O pecado da omissão é traiçoeiro porque não se manifesta de forma escandalosa. Não vemos manchetes no jornal dizendo: “Homem não ajudou um doente e deixou passar uma oportunidade de amar.” Mas esse tipo de pecado se acumula no silêncio da nossa rotina.

E um dia, quando estivermos diante de Deus, Ele não nos perguntará quantos bens acumulamos, mas quantas vidas tocamos. Não nos julgará pelo tamanho da nossa casa, mas pelo tamanho do nosso coração.

O convite de Jesus: amar sem medidas

Jesus nos chama hoje a um amor que não é seletivo, que não escolhe a quem ajudar. Um amor que se doa, que é generoso, que não calcula. Um amor que vê Cristo no rosto do necessitado e que não perde tempo justificando sua omissão.

O desafio do Evangelho de hoje não é simplesmente sermos pessoas boas, mas mudarmos nossa visão do mundo. Enxergar Cristo nos pobres, nos sofredores, nos pequenos. Quando essa mudança acontece dentro de nós, nunca mais seremos os mesmos.

A escolha está diante de nós

No final, há apenas dois caminhos:

  • O caminho da caridade, que nos leva à vida eterna;
  • Ou o caminho da indiferença, que nos leva ao afastamento de Deus.

Não há meio-termo.

A pergunta que fica para cada um de nós é: como temos tratado Jesus no nosso dia a dia? O que temos feito com Ele nos famintos, nos doentes, nos abandonados?

Hoje, Jesus nos dá uma oportunidade: não deixar para amanhã o amor que podemos viver hoje.

Que possamos servir sem esperar reconhecimento, amar sem esperar recompensa, ajudar sem perguntar se vale a pena. Porque, no final, é a Jesus que estaremos servindo.

E quando Ele vier em Sua glória e nos olhar nos olhos, que possamos ouvir as palavras mais belas que alguém pode escutar:

“Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que vos foi preparado desde a criação do mundo.”

Amém!

Veja mais em nosso canal. Clique aqui