HOMILIA – “Cria em mim um coração que seja puro” – Mt 22, 1-14
A parábola nos ajuda a reler a História de Israel e da Igreja. O que deveria ser um grande acontecimento foi ameaçado pelo fracasso, representado pela sala vazia. Cada convidado escondeu-se atrás de uma desculpa, privilegiando seu projeto pessoal, envolvendo bens materiais.
Os primeiros convidados representam o povo eleito, sobretudo as autoridades religiosas. Recusaram-se a ouvir os apelos de conversão ao longo dos séculos. A destruição de Jerusalém no ano 70 foi vista como uma resposta ao desprezo das elites por seu Filho Jesus que havia predito: “Jerusalém será pisada pelos gentios” (Lc 21, 24).
O segundo grupo de convidados pertence às camadas sociais inferiores, os pobres, entre os quais os pagãos. Foi a vez daqueles que nunca são convidados para nada. Foram recolhidos pelos caminhos e praças. E a sala ficou cheia. Estes formam o novo Povo de Deus, a Igreja.
Está parábola foi contada por Jesus tendo público-alvo os sumos sacerdotes e os anciãos do povo. Os primeiros convidados, como cegos e surdos às advertências de Deus, não souberam entender a grandeza do convite e responderam com rebeldia. Foi preciso convidar os últimos da sociedade para a festa, foram chamados e escolhidos para o discipulado e comprometidos com o Reino.
A veste nupcial é figura da prática da justiça, condição para manter-se fiel a Jesus Cristo e fazer parte do seu Reino. Não basta o título de cristão: é necessário viver em coerência com a vida cristã assumida a partir do encontro com o Senhor.
Rezemos: Senhor, que eu saiba acolher o convite para o discipulado do Reino, que eu saiba manifestar a adesão ao seu projeto e ao seu querer.
Deus abençoe você e sua família.