DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA – LETRA “D”

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA – LETRA “D”

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA – LETRA “D”

DALMÁTICA

é uma veste litúrgica, comprida, estreita, com ou sem mangas,
aberta dos lados, que cai dos ombros, e cobre o corpo por diante e por trás. E
usada pelo Diácono e pelo Subdiácono, nas Missas cantadas e em outros atos
litúrgicos.

DECÁLOGO

são os dez Mandamentos da Lei que Deus deu aos Israelitas, por
intermédio de Moisés, depois de saírem do Egito e ao chegarem ao monte Sinai,
1500 anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Os três primeiros Mandamentos
pertencem à glória de Deus, os outros sete são para o bem do próximo. Todos os
deveres do homem para com Deus, e para consigo mesmo, e para com o
próximo estão implícitos nos dez Mandamentos, e todos os homens são
obrigados a praticá-los, porque estão impressos no coração de todos como lei
natural.

DEÍSMO

sistema filosófico que, em religião, admite somente a existência de Deus,
e nega a Revelação divina, a possibilidade do milagre, a intervenção de Deus
nos acontecimentos particulares da vida humana.

DEÍSTAS

são os que seguem o deísmo. Fazem consistir a sua Religião em crer em Deus.

DEMISSÓRIAS

Dá-se este nome à autorização do Bispo a um ordinando, seu súdito, para ser ordenado noutra Diocese.

DEMÔNIO

Dá-se o nome de demônios aos Anjos que pecaram e que Deus castigou com os tormentos do inferno, como ensina a Sagrada Escritura, dizendo: «Deus não perdoou aos anjos que pecaram, e precipitou-os no abismo do inferno, para serem atormentados» (Ep. II S. Ped. II, 4). O demônio é um espírito maligno, que pela mentira seduziu os nossos primeiros pais, levando Adão a cometer o pecado original, de que resultou a morte e todos os sofrimentos da humanidade. Rebelde a Deus e punido por Deus, tem ódio a Deus, e o seu empenho é levar os homens à revolta contra Deus, para serem punidos como ele.

Os demônios não são maus por natureza, mas por vontade. Tentar para fazer o mal é próprio do demônio; o mundo e a carne são instrumentos seus para nos tentar (Ep. Efes. VI, 11, 12). Pode exercer uma ação imediata sobre o homem, não diretamente sobre a inteligência e sobre a vontade, e sim sobre a imaginação e sobre o apetite sensitivo; permitindo-o Deus também pode exercer a sua ação maligna sobre os objetos exteriores e sobre o nosso corpo, sendo causa de males físicos que sofremos (Ev. S. Mat. XVII, 14-17 e VIII, 28). Pode conhecer as coisas exteriores materiais, mas não pode saber o que se passa no íntimo da nossa alma, se não o manifestarmos por algum sinal exterior. Podemos vencer as tentações do demônio com o auxílio da graça divina, que obtemos por meio da oração, da penitência e da vigilância. O Apóstolo São Pedro deixou-nos esta advertência: «Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor de vós como um leão que ruge, buscando a quem devorar; resisti-lhe, fortes na Fé, sabendo que os vossos irmãos que estão espalhados pelo mundo sofrem a mesma tribulação» (Ep. I S. Ped. V, 8, 9).

DENÚNCIA

é a manifestação feita à Autoridade, de um crime ou de um fato grave, prejudicial à moral ou à sociedade. Não se façam denúncias imprudentemente, mas não se omitam covardemente quando o exigir o interesse geral ou superior, porque em tais casos a denúncia é um dever.

DESÂNIMO

é um dos grandes tormentos da vida espiritual. Chega, por vezes, quando a alma tem ganhado alguma coisa no seu progresso, que, todavia, não se faz sentir. Como a uma virtude praticada ou, a um bom desejo, não corresponde sempre a graça sensível, a alma desanima porque não vê premiada a virtude. O desânimo não é razoável; é, antes, filho do orgulho, e como uma espécie de repreensão a Deus, por não dispor as coisas de outro modo. Quem quer progredir no caminho da vida espiritual não se deixa dominar pelo desânimo; não pára: caminha, animado pela confiança na bondade de Deus.

DESEJOS

O desejo é um movimento da alma para um bem ausente. Os nossos desejos são tendências naturais para o bem que não possuímos, e em cuja posse julgamos encontrar algum gozo. Há desejos que devemos repelir, há outros que devemos moderar, e outros a que devemos excitar-nos.

a) Devemos repelir todos os desejos que tendem àquilo que é contrário à lei de Deus.

b) Devemos moderar os desejos que, embora não sejam contrários à lei de Deus, podem ser-nos prejudiciais se não forem regulados pela prudência e pela humildade, como são os desejos inspirados pelas satisfações sensuais e os que têm por objeto os bens temporais,

c) Devemos excitar-nos aos desejos que tendem à glória de Deus e ao bem das nossas almas, como ao bem das almas dos nossos semelhantes.

DESESPERAÇÃO

é a voluntária desconfiança de conseguir a felicidade eterna, ou os meios necessários para consegui-la. O pecado de desesperação, que é mortal, procede principalmente da luxúria e da preguiça. Da luxúria, porque pela afeição aos prazeres carnais o pecador se desgosta dos bens espirituais, e já não os espera por lhe parecer coisa muito difícil. Da preguiça, porque, sendo ela uma tristeza que abate e afrouxa o espírito, mostra-lhe a felicidade eterna como fora de toda a esperança. Aos que querem, na verdade, caminhar para o Céu e fazem por isso, Deus concede as graças necessárias para vencerem as dificuldades, e chegam ao fim desejado.

DEUS

A Sagrada Escritura ensina não só que Deus existe, mas também quem Deus é. O Apóstolo São Paulo diz que: «as perfeições invisíveis de Deus, depois da criação do mundo, consideradas pelas obras que foram feitas, passaram a ser visíveis, como a sua virtude sempiterna e a sua divindade » (Ep. Rom. I, 20). — O Santo Evangelho como os santos Apóstolos ensinam que: «Deus é Espírito
Onipotente, Invisível, Imenso, Uno em natureza e Trino em Pessoas — Pai, Filho, Espírito Santo — , Remunerador sobrenatural, Infinito em todas as perfeições, a Quem devemos amar sobre todas as coisas, adorar, servir e glorificar. Deus é o Ente Supremo que existe por Si mesmo, Eterno, Criador e Governador de tudo o que existe. Devemos honrar a Deus:

a) pela Fé, reconhecendo-O como único e verdadeiro Deus, nosso Senhor e Mestre infalível;

b) pela esperança nas suas promessas, reconhecendo que é Fiel;

c) pela caridade ou amor de todo o coração, reconhecendo que é infinitamente Bom;

d) pela adoração, reconhecendo que é infinitamente Grande;

e) pelo temor, reconhecendo que é inquebrantavelmente Justo. A sua vontade todos devemos obedecer, para O irmos ver face a face no Céu e aí gozarmos a eterna felicidade.

DEVER

é o conjunto das nossas obrigações para conosco, para com o próximo e para com Deus. O dever tem o seu fundamento na lei natural e na lei divina positiva, que nos determinam e nos impõem todas as nossas obrigações. Para cumprirmos o dever havemos de consagrar-lhe todas as nossas forças da alma e do corpo, sem que coisa alguma nos afaste dele. O dever primeiro que tudo; o
dever é a Regra da nossa conduta. Nem o prazer, nem o dinheiro, nem as honras nos hão de afastar do cumprimento do dever. Mas cumpramos o dever não tanto para agradar aos homens, e sim porque é essa a vontade de Deus e para lhe sermos agradáveis. Há deveres que se apresentam difíceis de cumprir; perante as dificuldades sejamos corajosos, esforcemo-nos por vencê-las, peçamos auxílio a quem no-lo pode prestar, e recorramos a Deus com humildade, com fé e perseverança. O cumprimento do dever dá paz à consciência e alegria ao espírito; atrai a consideração dos bons e é recompensado por Deus.

DEVERES DO CRISTÃO CONSIGO MESMO

Para o homem viver como cristão há de cumprir deveres relativos à sua vida corporal, à sua vida intelectual, à sua vida moral e à sua vida sobrenatural.

a) Relativamente à vida corporal, o cristão tem de aceitá-la como lhe é comunicada, sem murmurar se alguns defeitos físicos a acompanham; têm de dar ao corpo o alimento, o trabalho, o repouso e a higiene que lhe são necessários para conservação da vida e da saúde; na doença tem de tratar-se segundo os meios ordinários de que pode dispor, ou lhe sejam oferecidos,

b) Relativamente à vida intelectual, o cristão deve esclarecer e aperfeiçoar a sua inteligência pelo conhecimento da verdade, tanto de ordem natural segundo a condição de cada um, como de ordem sobrenatural segundo os ensinamentos da Igreja Católica,

c) Relativamente à vida moral, o cristão deve habituar-se à ordem, à disciplina, à prática do bem; deve combater e procurar vencer as inclinações más que sentir, deve seguir os bons exemplos e bons conselhos das pessoas justas, e deve evitar as más companhias e as más leituras, d) Relativamente à vida sobrenatural, o cristão deve formar um ideal de vida virtuosa, que procurará realizar fazendo só o que a sua consciência lhe disser que é bem; deve aperfeiçoar a sua vida moral pela oração, pelos vários exercícios do culto divino e pela frequência dos sacramentos da Confissão e da Comunhão; deve tomar como modelo da sua vida a vida de algum Santo, ou a do próprio Jesus Cristo.

DEVERES DE ESTADO

são as obrigações inerentes ao modo de vida que cada um tem. Primeiro que qualquer outro dever estão os deveres de estado, os quais obrigam em consciência; por isso faltar a eles é ofender a Deus. Os deveres de estado hão de ser cumpridos com a perfeição possível, embora sem gosto e com sacrifício. É zelo mal entendido ou vaidade pôr de parte algum dever de estado para satisfazer o gosto próprio ou de outrem, ainda que não seja coisa má, ainda que seja coisa boa.

DEVERES FAMILIARES.

No lar doméstico todos os membros da família devem propor-se estes fins:

a) o bem-estar pelo trabalho, segundo as aptidões e as forças de cada um;

b) a paz suportando-se mutuamente e perdoando-se;

c) a alegria, dedicando-se mutuamente, sem olhar aos incômodos próprios;

d) a vida virtuosa, orando uns pelos outros, edificando-se com os bons exemplos, amparando com bons conselhos, sendo fiéis à prática da lei de Deus e da Igreja;

e) alívio mútuo dando os cuidados da caridade aos que os necessitam, particularmente aos velhos, aos doentes e às crianças.

DEVOÇÃO

consiste na prontidão da vontade em dedicar-se ao serviço de Deus. Não se deve confundir com a devoção uma certa doçura espiritual que por vezes dela resulta; aquela é da vontade, esta é da sensibilidade. A consideração das coisas que distraem do que é divino, impede a devoção; a consideração da Humanidade de Jesus Cristo excita grandemente a devoção. Abunda nas pessoas

simples por causa da humildade; mas a ciência e qualquer perfeição conhecida em Deus aumenta a devoção. A devoção há de levar-nos a amar e servir a Deus de todo o nosso coração, com uma confiança firme na sua divina bondade.

DEVOÇÕES

Há uma grande variedade de devoções na vida cristã, mas nem todas podem ser facilmente praticadas por todos os cristãos, nem todas são igualmente recomendadas pela Igreja, nem convém que os cristãos embaracem as suas obrigações com as devoções. As principais são:

a) ao Santíssimo Sacramento, devoção que se manifesta pela Comunhão frequente, pela visita ao Sacrário, pelo respeito na Igreja, por tomar parte nas procissões em sua honra;

b) ao Sagrado Coração de Jesus. Os seus devotos fazem parte da Associação do Apostolado da Oração, comungam na primeira sexta-feira de cada mês, e fazem a devoção do mês de Junho;

c) À Virgem Maria. Os seus devotos rezam o Terço do Rosário todos os dias, assistem à Missa nos dias das festas, fazem a devoção do mês de Maio e do mês de Outubro;

d) Às almas do Purgatório, pelas quais se deve mandar celebrar a Santa Missa e fazer outros sufrágios, particularmente no mês de Novembro.

e) A Via Sacra, devoção que consiste em fazer a visita de 14 Estações diante de 14 cruzes suspensas na parede de uma igreja, meditando na Paixão e morte de Jesus.

DIACONATO

é a Ordem Sacra concedida ao Subdiácono, a qual dá o poder de servir imediatamente ao celebrante na Missa, de pregar, e, em caso de necessidade, de administrar a Sagrada Comunhão. Para a ordenação de Diácono requere-se a idade de 22 anos completos, o IV ano teológico começado, 3 meses passados depois da ordenação de Subdiácono, salvo, quanto a este requesito, se a necessidade da Igreja outra coisa exigir (C. 975, 976, 978).

DIACONISAS

Dava-se este nome às mulheres, virgens ou viúvas, que nos primeiros tempos da Igreja eram destinadas para certos ofícios, que por causa do pudor não podiam ser desempenhados por homens. Assistiam ao Batismo das mulheres adultas, que era feito por imersão, e indicavam às mulheres os lugares que deviam ocupar na igreja para assistirem aos atos do culto. O ofício das diaconisas foi abolido quando o Batismo começou a fazer-se só na cabeça do batizando.

DIAS SANTOS DE GUARDA

são, além dos Domingos, os seguintes:

Natal,

Circuncisão (l de Janeiro),

Epifania (6 de Janeiro),

Ascensão, Corpus Christi,

Imaculada Conceição (8 de Dezembro).

Assunção (l5 de Agosto),

São José (19 de Março),

São Pedro (29 de Junho),

Todos os Santos (1 de Novembro).

Nestes dias os cristãos, a partir dos 7 anos, têm obrigação de ouvir Missa e de se abster de trabalhos servis e de atos forenses. Os trabalhos servis são proibidos nestes dias, não porque sejam maus, mas porque distraem do serviço de Deus e afastam do culto divino, que é o principal fim do preceito. Quando, porém, os fiéis tiverem necessidade, verdadeira e urgente, de trabalhar nesses dias, peçam a precisa licença ao seu Bispo ou ao seu Pároco, ainda que esse trabalho se destine a obras de caridade (C. 1245).

DIFAMAÇÃO

consiste em denegrir injustamente a fama do próximo. O difamador fica gravemente obrigado, por motivo de justiça, e mesmo com incômodo proporcionalmente grave, a restituir a fama e a satisfazer por todos os danos que a difamação causou.

DEFINIÇÃO EX-CÁTEDRA

é a declaração feita pelo Papa, como Chefe da Igreja, sobre doutrina de Fé ou de Moral, isto é, sobre verdades reveladas que devemos crer ou viver, declaração solene que obriga toda a Igreja. Em tal caso o Papa é infalível, não por inspiração divina ou por revelação, e sim por assistência divina, isto é, por auxílio divino que não permite que erre quando define doutrina da Revelação.

DINHEIRO DE SÃO PEDRO

é uma obra estabelecida pela Igreja, que consiste em fazer um peditório anual, em todas as igrejas e capelas públicas onde houver Missa. O peditório é feito no dia 6 de Janeiro, e o produto é
destinado a auxiliar o Sumo Pontífice nas suas enormes despesas no governo da Igreja em todo o mundo. Os fiéis devera mostrar-se generosos para com o Vigário de Jesus Cristo, Pai espiritual de todos.

DIOCESE

é o território atribuído pela Santa Sé a cada Bispo, para o exercício do seu Poder Ordinário. A um grupo de certo número de Dioceses dá-se o nome de Província Eclesiástica, da qual é Superior o Bispo da cidade principal, com o nome de Metropolita e o título de Arcebispo, que quer dizer Chefe dos Bispos, seus sufragâneos. Cada Diocese é formada por várias Paróquias com o Clero
respectivo, sob a obediência do próprio Bispo.

DIRETOR ESPIRITUAL

é um sacerdote por meio do qual Deus conduz as almas no caminho da perfeição. O modo ordinário porque as almas se hão de conduzir na vida espiritual é confiarem-se à direção de um Sacerdote. Diz São Vicente Ferrer: «quem tem Diretor e a ele se sujeita no pouco e no muito, chegará mais fácil e prontamente à perfeição do que governando-se por si mesmo, seja qual for o seu talento, e quaisquer que sejam os livros que possua sobre as virtudes e o modo de adquiri-las».

DISCRIÇÃO

é a qualidade que regula a sinceridade e a contém nos limites da prudência. Não se deve dizer tudo o que se sabe sem pensar na conveniência ou inconveniência de tudo dar a saber. Muitas coisas sabemos, sobretudo da vida alheia, que o respeito ou outros motivos exigem que calemos.

DISPARIDADE DE CULTO

é um impedimento dirimente do Matrimônio pelo fato de um dos nubentes não ser batizado e o outro ter sido batizado na Igreja Católica, ou por se ter convertido da heresia ou do cisma (C. 1070).

DISPENSA

é a permissão de obrar contra o Direito comum, ou é a sua relaxação por causa justa. Nunca se deve dispensar com prejuízo do bem comum. Não se pode dispensar contra o Direito natural comum. O Papa não pode dispensar nos preceitos divinos. Nem Deus pode dispensar nos preceitos do Decálogo. Quando se dispensa em alguma lei humana não se dispensa da obediência à lei, mas determina-se que aquilo que era lei não o seja em tal caso. Os que governam a multidão podem dispensar nas leis humanas quando falham em algum caso, ou em necessidade iminente, ou quando não convém a alguma pessoa. Na lei pública humana só pode dispensar aquele de quem a lei tem autoridade, ou aquele a quem a comunica. Das leis gerais da Igreja só o Papa pode dispensar, ou os Bispos, se o Papa lhes der esse poder, ou se for difícil o recurso à Santa Sé e houver perigo de grave dano na demora (C. 81). Os Bispos podem dispensar nas Diocesanas. Da lei eclesiástica não se deve dispensar sem causa justa e razoável (C. 84).

DISPENSA MATRIMONIAL

é a dispensa de algum impedimento eclesiástico para o Matrimônio, concedida por quem tem o direito de dispensar em algum caso particular. Só o Papa pode dispensar de todos os impedimentos
de Direito eclesiástico (C. 1040). A dispensa, porém, não pode ser concedida sem que haja causa grave para a pedir. Os Bispos e mesmo os Párocos podem dispensar em casos especiais indicados no Código de Direito Canônico (C. 1043 e segs.).

DIVÓRCIO

é a separação dos cônjuges com a intenção de não tornarem a viver sob o mesmo teto. Pode ser:

a) — pleno, e consiste na separação para passar a outras núpcias, o que nunca é lícito;

b) — semi-pleno, e consiste na separação dos cônjuges sem intenção de romperem o vínculo conjugal, o que é lícito havendo causa. As causas são: adultério de um dos cônjuges; afastamento da verdadeira Religião para a apostasia ou heresia; grave dano para a alma ou para o corpo; mútuo consentimento. O Matrimônio válido e consumado não pode ser dissolvido por nenhuma Autoridade humana (C. 1118). Sobre a indissolubilidade do Matrimônio escreveu o Apóstolo São Paulo o seguinte: «Aqueles que estão unidos em Matrimônio mando, não eu, mas o
Senhor, que a mulher não se separe do marido e, se se separa (por causa justa) que fique sem casar ou que se concilie com seu marido. E o marido, da mesma maneira, não deixe a sua mulher» (Ep. I Cor. VII, 10, 11). E Jesus Cristo já tinha condenado o divórcio com estas palavras: «Qualquer que repudiar a sua mulher e se casar com outra comete adultério contra a sua primeira mulher. E, se a mulher repudiar o seu marido e se casar com outro, comete adultério» (Ev. S. Mar. X, 11). É, pois, absolutamente proibido por lei divina que os casados, se tiverem de se separar por causa justa, façam novo casamento, enquanto ambos forem vivos. Não podem os fiéis aceitar o divórcio pleno embora seja admitido pelo Poder civil.

DÍZIMO

é a porção de bens materiais que os fiéis devem aos Párocos, para sua decente sustentação, e à Igreja para as despesas do culto e para a sua conservação. É uma obrigação imposta pelo V Mandamento da Igreja.

DOGMA CATÓLICO

é uma verdade divina que a Igreja propõe à nossa fé, e em que devemos crer, sob pena de cairmos em heresia. Os principais Dogmas da nossa Fé estão contidos no Símbolo dos Apóstolos ou Credo. Não pode ser considerado católico aquele que nega alguma das verdades ensinadas pela Igreja como dogma católico ou verdade divinamente revelada.

DOMICÍLIO

é o lugar onde alguém habita com intenção de longa permanência; não o perde pelo fato de ausência temporária.

QUASE-DOMICÍLIO

é o lugar onde alguém habita durante a maior parte do ano, com intenção de regressar ao seu domicílio. Pode, pois, alguém ter domicílio numa paróquia e quase domicílio noutra. A esposa não legitimamente separada retém o domicílio de seu marido, e os filhos menores, embora ausentes da casa paterna, têm o seu domicílio onde os pais habitam (C. 92, 93).

DOMINGO

é chamado entre os cristãos o dia do Senhor. Por preceito divino os Judeus santificavam um dia na semana, que era o Sábado. Não trabalhavam e reuniam-se nas Sinagogas para orar e ouvir a palavra de Deus. Os cristãos, em memória da Ressurreição de Jesus Cristo, substituíram o dia de Sábado pelo dia de Domingo, cumprindo nesse dia a lei divina da santificação de um dia na
semana. É, pois, lei dos cristãos absterem-se de trabalhos servis e ouvirem Missa todos os Domingos do ano. Entende-se por trabalhos servis aqueles em que o corpo tem maior parte que o espírito, e que tendem ordinariamente para benefício do corpo, como são o cultivar a terra, qualquer trabalho dos trabalhadores e dos operários e outros semelhantes. Da santificação do domingo
resultam grandes benefícios para a família, para a sociedade, como para o indivíduo; grandes benefícios de ordem material, moral e religiosa.

DONS DO ESPÍRITO SANTO

são hábitos sobrenaturais que dispõem as faculdades a obedecer prontamente à moção do divino Espírito Santo. Posto que as virtudes movam aos atos bons, os Dons são necessários para a prática dos atos mais perfeitos e para atos heróicos. Nisso se distinguem as virtudes dos Dons do Espírito Santo. São sete:

I – Sapiência — move-nos a julgar retamente das coisas divinas e a dedicarmo-nos a elas.
II – Entendimento — faz-nos penetrar as verdades da Fé.
III – Conselho — dirige-nos em todas as circunstâncias particulares da vida.
IV – Fortaleza — aperfeiçoa a vontade, quanto aos nossos deveres em ocasião de perigo.
V – Ciência — faz-nos julgar acertadamente das coisas humanas.
VI – Piedade — aperfeiçoa a vontade, quanto aos deveres relativos ao próximo e a Deus.
VII – Temor de Deus — aperfeiçoa a vontade, quando é necessário resistir ao atrativo dos prazeres proibidos.

DOTES DOS CORPOS GLORIOSOS

são disposições próprias dos corpos ressuscitados que fazem com que o corpo se sujeite perfeitamente à sua alma. São quatro:

I – Claridade — O vidro é feito de areia. A areia não brilha; feita vidro e recebendo a luz do sol, brilha, reflete o mesmo. Assim o nosso corpo ressuscitado quando receber a glória que a alma goza.

II – Sutileza — O nosso pensamento penetra, entra por toda a parte e o nosso corpo agora fica onde está. Quando ressuscitar segue a alma, vai a toda a parte como agora o nosso pensamento.

III – Agilidade — Como o vento leva uma palha, assim a alma levará o corpo onde ela quiser e em tempo imperceptível.

IV – Impassibilidade — O corpo ressuscitado para o céu não sofrerá, não morrerá; gozará a vida eternamente feliz da alma junto de Deus.

DOUTORES DA IGREJA

Dá-se este nome aos escritores eclesiásticos que se distinguiram dos outros pela excelência da doutrina que ensinaram. São quatro na Igreja Ocidental ou Latina: Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho, São Gregório Magno. São quatro na Igreja Oriental ou Grega: Santo Atanásio, São Basílio, São Gregório Nazianzeno, São João Crisóstomo. Além destes, que são maiores, há outros Doutores da Igreja, que são mais recentes: Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, etc. A sua doutrina, nas coisas divinas, goza grande autoridade na Igreja, pela ciência que possuem e pelo zelo da verdade.

DOUTRINA CRISTÃ

é a doutrina de Jesus Cristo, que os Apóstolos pregaram e que a Igreja Católica ensina. Consta de verdades que os cristãos devem crer, de Mandamentos que devem cumprir, de Sacramentos que precisam de receber, de promessas cuja realização hão de pedir. Tem por fim preparar os homens para viverem virtuosamente, para glorificarem a Deus devidamente, para conseguirem a felicidade eterna após a morte. É dever grave dos pais ensinar a doutrina Cristã aos seus filhos o dar-lhes exemplo de que a praticam.

DUELO

é a luta entre duas ou mais pessoas, feita por pacto privado quanto ao tempo e lugar de combate, com armas aptas para matar ou ferir gravemente. O duelo é condenado pela lei da Igreja, que impõe a pena de excomunhão aos que se batem em duelo, ou simplesmente a ele provocam ou aceitam, assim como aos seus cúmplices, e aos que auxiliam ou favorecem os duelistas, aos que
de propósito deliberado assistem ao duelo, aos que o permitem ou não o impedem, se podem. A igreja impõe a nota de infames aos duelistas e aos chamados padrinhos do duelo (C. 2351), e recusa sepultura eclesiástica aos que morrem em duelo ou de ferimento nele recebido, a não ser que tenham dado sinais de arrependimento (C. 1240).

DULIA

— Ver a palavra CULTO.

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