“Clima” para impor a agenda abortista
“Clima” para impor a agenda abortista
De 1 a 12 de Novembro, decorrerá, em Glasgow, a conferência anual da ONU sobre as mudanças climáticas, chamada COP26. Uma coligação de mais de 60 organizações pró-aborto escreveu uma carta a Alok Sharma, Presidente da Conferência Climática COP26, pedindo ao Reino Unido que mudasse os critérios de admissibilidade ao financiamento climático, que remonta a 11,6 biliões de libras, incluindo projectos para subsidiar a chamada saúde reprodutiva. Por outras palavras, as organizações pro-choice pedem que algum dinheiro destinado ao clima acabe por financiar o aborto, a contracepção e a esterilização.
Um porta-voz do Foreign, Commonwealth & Development Office, prontamente declarou: «O Reino Unido é um líder global seja na igualdade de género como na luta contra as mudanças climáticas. É evidente que apoiar as mulheres, também por meio do planeamento familiar e da instrução das meninas, ajuda as comunidades a adaptarem-se e a serem mais resilientes às mudanças climáticas. É por isso que estamos a assegurar que os nossos financiamentos internacionais para o clima respondam às questões de género e estamos a usar a nossa presidência da COP26 para convidar os outros a fazerem o mesmo».
Bethan Cobley, director da organização abortista MSI Reproductive Choices, ex-Marie Stopes International, quis precisar «que o que querem verdadeiramente» as comunidades mais afectadas pela emergência climática «é o acesso a cuidados de saúde reprodutiva, para que possam escolher quando ou se ter filhos».
Na mesma frequência de onda, a Professora Susannah Mayhew, da London School of Hygiene & Tropical Medicine, que afirma que existe uma ligação entre o clima e o acesso à contracepção e ao aborto: «as pessoas que foram afectadas pelas mudanças climáticas e que têm pouco acesso a serviços de saúde de qualidade, compreendem esta ligação muito mais do que nós». Em suma, parece que milhões de mulheres africanas querem abortar devido ao aquecimento global.
Mas depois de dois ocidentais, damos a palavra a um africano, a um insider: Obinuju Ekeocha, fundador e Presidente da Culture of Life Africa. Diante destes argumentos, Ekeocha objectou do seguinte modo: «Se falamos de aborto, bem, não creio que nenhum país ocidental tenha o direito de pagar pelos abortos num país africano, especialmente quando a maioria das pessoas não quer o aborto. Em tal caso, então, seria uma forma de colonização ideológica». Ekeocha lembrou, ainda, que os programas de planeamento familiar das organizações internacionais enviam cerca de 2 biliões de preservativos, por ano, para a África, com um custo de 17 milhões de dólares, dinheiro que poderia ser destinado ao acesso a alimentos acessíveis, a fontes de água potável, à saúde e à educação.
O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) tem uma opinião diferente, que usa como pretexto a questão das mudanças climáticas para justificar o aborto em todo o Mundo. O UNFPA publicou um documento intitulado Cinco maneiras pelas quais a mudança climática prejudica mulheres e meninas. Na quinta maneira, lê-se: «Como demonstrou o COVID-19, as emergências desviam os recursos sanitários para combater a ameaça sanitária mais recente e distraí-los dos serviços considerados menos essenciais.
As emergências devido às mudanças climáticas vão-se tornar mais frequentes, o que significa que os serviços para a saúde e para os direitos sexuais e reprodutivos podem estar entre os primeiros a serem reduzidos». Com franqueza arrepiante, o documento, relembrando a devastação do ciclone Idai, que atingiu o Malawi em 2019, relata o testemunho do Dr. Treazer Masauli, que trabalha no Hospital Distrital de Mangochi: «Tivemos que usar um helicóptero para chegar a áreas que não eram acessíveis por estrada para fornecer serviços de saúde sexual e reprodutiva, como preservativos, método de planeamento familiar e para a prevenção do HIV e doenças sexualmente transmissíveis».
O leitor percebeu bem: os socorristas descolaram de helicóptero para distribuir preservativos aos habitantes que ficaram feridos, com sede, fome, frio, debatendo-se na água, que tinham a casa destruída e choravam pelos seus entes queridos mortos. Não levavam água, comida, bens de primeira necessidade e medicamentos, mas preservativos e pílulas abortivas.
O documento do UNFPA continua: «As colheitas perdidas devido às mudanças climáticas também podem afectar a saúde sexual e reprodutiva. Um estudo descobriu que, após um choque, como a insegurança alimentar, as mulheres tanzanianas que trabalhavam na agricultura recorreram ao sexo transaccional para sobreviver, o que contribuiu para taxas mais elevadas de infecção por HIV/SIDA». Traduzido: mulheres empobrecidas por falta de colheitas devido a uma mudança autodenominada mudança climática acabaram no tráfico internacional da prostituição. A partir daí, gravidezes indesejadas e doenças venéreas. Conclusão: as mulheres, devido às mudanças climáticas, precisam de aborto e contracepção.
O UNFPA é extraordinário: em vez de se preocupar em encontrar recursos para interromper os danos causados pelas colheitas perdidas, para encorajar as mulheres a ficarem em casa para trabalhar e para desencorajar o tráfico de escravas sexuais, preocupa-se em fornecer-lhes instrumentos abortivos e anticoncepcionais, dado que se prostituem, acabando, assim, por incentivar a prostituição propriamente dita, considerando que assim se tornará mais segura para as mulheres.
Conclusão: o clima é apenas um pretexto para disseminar ainda mais o credo abortista no Mundo.
FONTE: DIES IRAE / Tommaso Scandroglio
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