HOMILIA – “Se em tiro e Sidônia se tivessem realizado os milhares feitos no meio de vocês…”. Mt 11, 20-24
Corazin, Betsaida, Cafarnaum eram localidades da Galileia. Por esses lugares, Jesus andou, pregou, fez milagres. Em um momento de avaliação, ele percebeu que os resultados eram poucos, pouca adesão e conversão.
A conversão é algo custoso. Envolve abandono de afetos a costumes, tradições, culturas etc. Por isso a ação missionária de Jesus, embora muitas vezes admirada, encontrou tanta resistência.
Jesus censurou a dureza de coração daquela gente. Ficaram impedidos de acolher a mensagem do Reino e se converter por ela. Diante da prática do amor, preferiram o egoísmo. O chamado a ser misericordioso encontrou a insensibilidade diante do irmão sofredor. A exigência da unidade foi respondida com a divisão e ódio.
As palavras fortes de Jesus recordam os antigos profetas, como uma forma de chamar atenção sobre a gravidade do assunto. Os “ais” pronunciados são o contrário das “bem-aventuranças”. É uma forma de chamar os ouvintes à realidade e provocar a conversão, uma mudança de vida. Para ninguém desperdiçasse a possibilidade da salvação.
A atitude das cidades rebeldes pode ser também a nossa. Santo Agostinho temia a passagem de Deus em nossa vida, sem que o acolhêssemos. É possível que Ele não retorne. Corresponder a uma graça é dispor-se a receber novas graças.
São Paulo, certa vez, inconformado com a inveja e as ofensas dos adversários, disse: “Como vocês rejeitaram (Palavra de Deus), e não se julgaram dignos da vida eterna, eis que vamos (…) aos gentios” (At 13, 46).
Rezemos: Senhor, dá-nos um coração capaz de acolher a Palavra, e não se fechar aos apelos do Reino.
O Senhor nos abençoe e guarde.
REFERÊNCIA: Mt 11, 20-24
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