A paz é a primavera da alma
A paz é a primavera da alma
(Jesus à Luísa:) “Minha filha, o que há? Vejo em ti um humor e uma sombra que te tornam ao contrário de Mim e quebram a corrente da bem-aventurança que entre Mim e ti quase sempre existiu. Tudo é paz em Mim, por isso não suporto em ti sequer uma sombra que possa obscurecer tua alma.
A paz é a primavera da alma. Todas as virtudes florescem, crescem e sorriem, como as plantas e as flores aos raios do Sol na primavera, que dispõem toda a natureza a produzir o seu fruto.
Se não fosse pela primavera, que com seu sorriso encantador sacode as plantas da dormência do frio e veste a terra com um manto florido, que chama a todos com seu doce encanto a admirá-la, a terra ficaria horrível e as plantas acabariam murchando.
Então, a paz é o sorriso divino que sacode a alma de toda dormência, como a primavera celestial sacode a alma do frio das paixões, das fraquezas, das negligências etc., e com seu sorriso faz surgir, mais que campo florido, todas as flores e faz crescer todas as plantas, entre as quais o Agricultor Celestial se compraz em passear e colher os frutos, para fazer deles seu alimento.
Assim, a alma pacífica é meu jardim, no qual me deleito e me entretenho. A paz é luz, e tudo o que a alma pensa, fala e faz, é luz que ela emite e o inimigo não pode aproximar-se dela porque se sente golpeado, ferido e ofuscado por esta luz, e para não ficar cego é forçado a fugir.
A paz é domínio, não só de si mesmo, mas dos demais. Assim, diante de uma alma pacífica todos ficam, ou conquistados, ou confusos e humilhados. Por isso, ou se deixam dominar, permanecendo como amigos, ou se vão, confusos e incapazes de sustentar a dignidade, a imperturbabilidade, a doçura de uma alma que possui a paz. Mesmo os mais perversos sentem o poder que essa alma contém.
É por isso me glorio tanto em me fazer chamar Deus da Paz, Príncipe da Paz. Não há paz sem Mim; só Eu a possuo e a dou aos meus filhos como a filhos legítimos, os quais ficam vinculados como herdeiros de todos meus bens.
O mundo, as criaturas, não têm esta paz, e o que não se tem não se pode dar; no máximo podem dar uma paz aparente, que os atormenta por dentro, uma paz falsa, que contém uma bebida venenosa, e este veneno entorpece os remorsos da consciência e a conduz ao reino do vício.
Portanto, a verdadeira paz sou Eu, e quero te manter à sombra de minha paz, para fazer com que jamais seja perturbada, e a sombra de minha paz, como luz ofuscante, possa manter longe de ti qualquer coisa, ou qualquer um que queira obscurecer a tua paz”.
Dos escritos da Serva de Deus Luísa Piccarreta (18 de dezembro de 1921)
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