Homilia – A Missão de Propagar a Paz (Mc 1,15)
Homilia – A Missão de Propagar a Paz (Mc 1,15)
Enviados com um Propósito
Na narrativa do evangelho segundo Lucas, somos apresentados à missão dos setenta e dois discípulos, enviados por Jesus. Este envio não é aleatório; é um chamado deliberado e intencional. Cada discípulo é enviado com um propósito claro – preparar o caminho para Jesus, levando a mensagem de paz e reconciliação a cada cidade e lugar. Eles são os precursores, os arautos da boa nova que Jesus trará.
A messe é grande, e os trabalhadores são poucos. Esta afirmação ressoa em nossos ouvidos, lembrando-nos da vastidão do campo missionário e da escassez de mãos dispostas a trabalhar. A colheita está pronta, mas quem se dispõe a colhê-la? A urgência da missão requer resposta e ação imediatas. Não há tempo a perder; cada momento é precioso na realização da obra divina.
Os discípulos são enviados como cordeiros entre lobos, uma imagem que evoca vulnerabilidade e perigo. No entanto, é nesta vulnerabilidade que a força de sua missão reside. Desprovidos de recursos materiais, sua dependência de Deus é total. Eles são portadores da paz, não pela força humana, mas pelo poder divino que os acompanha.
Portadores da Paz
A saudação “A paz esteja nesta casa” não é uma formalidade, mas uma transferência real de paz. Os discípulos não apenas desejam paz; eles a conferem. São portadores e dispensadores da paz de Cristo. Onde são recebidos, a paz repousa; onde são rejeitados, a paz retorna a eles. Eles são canais através dos quais a paz de Deus flui para o mundo.
A hospitalidade é central nesta narrativa. Os discípulos são instruídos a aceitar a hospitalidade oferecida, uma prática que estabelece um relacionamento de reciprocidade e honra. Eles não são conquistadores, mas convidados. Eles entram nas casas e nas vidas das pessoas não com demandas, mas com gratidão, recebendo o que é oferecido com humildade.
A cura dos doentes e a proclamação do Reino de Deus são os sinais que acompanham a missão dos discípulos. Eles não apenas falam do Reino; eles o demonstram em ação. A cura e a restauração são manifestações tangíveis do Reino de Deus que se aproxima, um reino de justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
A Resposta ao Rejeição
A rejeição não desanima os discípulos. Quando não são recebidos, eles sacodem a poeira de seus pés, uma ação simbólica de desapego e liberação. Eles não são retidos pela rejeição; eles se movem adiante, livres para continuar sua missão. A rejeição não é um julgamento sobre eles, mas sobre aqueles que se fecham à mensagem de paz.
A proximidade do Reino de Deus é uma mensagem de esperança e um aviso. É uma revelação da graça disponível e do julgamento iminente. Cada resposta ao evangelho tem suas consequências. Receber os mensageiros de Jesus é receber Jesus; rejeitá-los é rejeitar a salvação que Ele oferece.
A missão dos setenta e dois é um espelho da nossa própria missão. Somos enviados em um mundo que oscila entre a aceitação e a rejeição, entre a abertura e a resistência. Como os discípulos, somos chamados a ser portadores da paz, curadores dos quebrantados e proclamadores do Reino que se aproxima.
Oração
Deus Todo-Poderoso, nós Te agradecemos pelo chamado para sermos portadores da Tua paz em um mundo carente e quebrantado. Concede-nos a coragem para avançar como cordeiros entre lobos, confiando não em nossa própria força, mas na Tua graça que nos sustenta. Sejamos instrumentos de Tua paz, cura e reconciliação, levando a luz do Teu Reino a cada canto escuro da terra.
Que nossa resposta à Tua convocação seja pronta e resoluta, desprovida de hesitação ou reserva. Assim como os setenta e dois, possamos sacudir a poeira da rejeição e avançar com renovado vigor e propósito. Que a nossa paz repouse sobre os receptivos e retorne a nós quando enfrentarmos resistência.
Senhor, na Tua misericórdia, capacita-nos a sermos fiéis trabalhadores na Tua messe, proclamando com ousadia que o Teu Reino está próximo. Amém.
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